Paulo Pelaipe surpreende com revelações sobre métodos de trabalho de Jorge Jesus no Flamengo

15/07/2021, 21:00

Em entrevista a Mauro Cezar Pereira no programa Dividida, do Canal UOL, Paulo Pelaipe, ex-gerente de futebol do Flamengo, fez revelações sobre Jorge Jesus no clube. De acordo com o dirigente, o técnico português passava as noites trabalhando e buscando soluções para o time. Mas segundo o cartola, é “um crime” comparar a equipe de 2019 com a atual. As afirmações foram feitas nesta quinta-feira (15).

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No próximo sábado, dia 17, completa um ano da saída de Jorge Jesus do Flamengo. Desde então, o torcedor rubro-negro viveu altos e baixos com a equipe. E segundo Pelaipe, a culpa é do Mister. Durante a entrevista, o ex-gerente afirmou que o então técnico do clube nunca descansava na busca pela equipe ideal. Mesmo de madrugada:

“Eu tive o privilégio de trabalhar no dia a dia com o Jorge Jesus. O Jorge Jesus não tinha dia, não tinha hora, era 1h30 da manhã, 2h da manhã, ele me ligava porque ele estava preparando o treinamento do dia seguinte, de algumas horas depois, e pedia ‘eu preciso de um lateral da base, preciso um atacante, vê amanhã para tal horário, isso e aquilo’. Então, fazia pergunta no planejamento e ligava”, explicou Paulo Pelaipe.

E prosseguiu explicando a rotina de Jesus. Em conversa particular, o Mister teria dito que só descansava depois de ter o trabalho todo estruturado:

“Ele era uma pessoa que estava ligado, uma vez até perguntei para ele, eu disse ‘Mister, o senhor não dorme?’. Ele disse ‘não, estou cuidando do trabalho, vou dormir depois que eu montar todo o trabalho‘. Então, realmente foi uma mudança de mentalidade que nós tivemos com esse profissional”, completou.

Aprendizado de Jorge Jesus, aprendizado do Flamengo: Pelaipe explica troca de experiências entre os dois lados

Entretanto, Paulo Pelaipe disse que tanto Jorge Jesus, quanto Flamengo, tiveram importantes trocas de experiências. Para o dirigente, esse “encaixe” foi fundamental para que os dois lados conseguissem trabalhar. Pelaipe explicou que a diferença cultural também foi importante no processo de construção do time:

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“Todos nós que estávamos no Flamengo aprendemos coisas, nós tínhamos uma forma de trabalhar e algumas coisas a gente ajudava ele, ‘olha, aqui no Brasil é assim’, explicava e ele entendia. Outras ele colocava as ideias dele, que foram muito importantes para o Flamengo, o grupo de jogadores comprou aquela ideia do Jorge Jesus”, conta Pelaipe.

Ao lembrar a equipe de 2019, Paulo Pelaipe mudou o tom. De acordo com ele, “é um crime” comparar aquele time com o atual. Mas lembrando da sua passagem pelo Flamengo, afirmou que todas as contratações à época foram pontuais e precisas. Ao contrário de agora, onde nenhum dos reforços de 2020 ainda conseguiram se afirmar:

“O torcedor do Flamengo, a gente diz, é até um crime querer comparar o Flamengo de agora com o Flamengo de 2019, o Flamengo de 2019 teve um detalhe importantíssimo, o Flamengo fez oito contratações e as oito contratações deram certo, todos os jogadores corresponderam, jogadores que eram desconhecidos, como o Pablo Marí, outros jogadores que não eram valorizados nos seus clubes, o Rodrigo Caio no São Paulo era considerado jogador de condomínio”, conclui.

Paulo Pelaipe deixou o Flamengo no começo de 2020. A saída gerou polêmica. De acordo com fontes dentro do clube, sua demissão gerou insatisfações inclusive junto a Jorge Jesus e sua comissão técnica.


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Bruno Guedes
Autor

Jornalista e Historiador, é apaixonado por futebol bem jogado. Já atuou na Rádio Roquette Pinto e como colunista no Goal.com. Siga no Twitter: @EuBrguedes