Após quase um mês do ocorrido, a Justiça do Rio de Janeiro finalmente se pronunciou sobre o processo envolvendo Marcos Braz, VP de futebol do Flamengo. O dirigente agrediu um torcedor no Barra Shopping após ser cobrado pela má fase do clube. Por isso, o Ministério Público pede para que Braz seja processado pelo crime de lesão corporal.
O caso aconteceu no último dia 19, em pleno horário de pico do Shopping, localizado na Zona Oeste do Rio. De acordo com Braz, que faltou a uma sessão importante da Câmara de Vereadores para ir ao local, a agressão aconteceu após o torcedor Leandro Campos o ameaçar de morte na frente da sua filha. O rubro-negro, porém, contraria a versão e diz que apenas falou para Marcos Braz sair do Flamengo.
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O Ministério Público do Rio de Janeiro apoia a história contada por Leandro Campos. Segundo o blog do Ancelmo Gois, a promotoria concluiu, através das imagens das câmeras de segurança, que não houve qualquer ameaça do torcedor contra o dirigente ou sua filha de 15 anos. As gravações ainda mostram Marcos Braz, ao lado de Carlos André, perseguindo e agredindo Leandro nos corredores do Shopping.
Com as provas, o vice-presidente de futebol do Flamengo pode ser autuado por danos com relação à lesão corporal. Essa decisão pode gerar problemas para Marcos Braz em seus dois empregos. No Flamengo, a pressão para o afastamento do dirigente pode voltar nesse novo capítulo do caso. Já na Câmara, a Comissão de Ética tem a possibilidade de abrir um processo contra o vereador.
Imagens enfim revelam cronologia dos fatos
Durante toda a polêmica, Marcos Braz e Leandro Campos apresentavam versões completamente distintas. A divulgação das imagens, analisadas pelo MP-RJ, enfim relatam a verdadeira cronologia do que aconteceu no dia 19 de setembro. Entenda:
- Filha de Marcos Braz caminhava juntamente com duas amigas pelo Barra Shopping, e encontrou com seu pai no interior da loja. Isso ocorreu cinco minutos após a aparição dos primeiros torcedores e antes de Leandro;
- Segundo a promotoria, a filha de Braz e suas amigas ficaram menos de três minutos na loja. As meninas deixaram a grife sem ter qualquer contato com Leandro e sequer percebendo a presença do torcedor;
- Enquanto isso, Leandro já havia passado em frente a loja para, possivelmente, confirmar se era mesmo Marcos Braz que estava ali. Em seguida, o torcedor para em frente à loja por pouco mais de cinco segundos, com o celular direcionado para o estabelecimento e diz alguma palavra para Braz. Depois, Leandro vira de costas e sai andando, sem perceber que o dirigente estava o perseguindo;
- Segundo o MP, quando Leandro reparou que Marcos Braz tentava o alcançar, tentou acelerar o passo para evitar a agressão, o que não conseguiu. O torcedor recebeu socos e chutes de Braz e Carlos André.
Marcos Braz afirmou que era vítima e que imagens iriam confirmar sua versão
Após a agressão, Marcos Braz concedeu uma entrevista no Ninho do Urubu para conversar com a imprensa e esclarecer o ocorrido. O dirigente disse que não se lembrava de ter mordido Leandro, mas em diversos momentos e repetidas vezes, afirmou ser a vítima na história. Relembre:
“Sou vítima, eu sou vítima sendo vereador, sendo primeiro suplente, sendo vice de futebol. Não tenho vergonha de ser vítima. Em várias situações sou xingado e em nenhuma eu retruco. […] Vocês têm que acreditar em mim”, disse Braz na coletiva.
Depois, o vereador ainda completou, dizendo que as imagens das câmeras de segurança iriam confirmar sua versão do caso.
“Quando a minha filha não estava, quando não teve ameaça de morte para mim nem para ninguém que estava presente, eu simplesmente fiquei quieto. Num segundo momento eu alertei várias vezes que minha filha estava ali. Eu não sou burro de falar isso aqui e depois não apareceram as imagens dela comigo dentro da loja, me abraçando, me beijando e depois saindo ao lado”.