O Consórcio Fla-Flu apresentou nesta terça-feira (30) suas respostas aos recursos dos consórcios Maracanã Para Todos e RNGD Consultoria contra a nota técnica que deixou a dupla a um passo de vencer a licitação pela concessão do Maracanã. No documento, o Flamengo acusa o consórcio formado pelo Vasco de só querer “tumultuar” a licitação com uma peça panfletária que, quando muito, tenta seduzir a opinião pública e a imprensa”.
“Na realidade, em que pese seu nome, o Consórcio Maracanã Para Todos não quer o Complexo Maracanã nas mãos de nenhum interessado/licitante pelo simples fato de que não reúne ele, consórcio, as condições jurídicas e técnicas necessárias para o êxito no presente certame”, diz o texto.
A argumentação do Fla-Flu diz que o Vasco, que agora acusa o critério de premiar o maior número de jogos garantido beneficiar Flamengo e Fluminense, não questionou este item do edital antes de entrar na disputa. Mais que isso, lembra que em 2021, quando ainda não era SAF, o próprio Club de Regatas Vasco da Gama se manifestou em uma audiência pública sobre o modelo de licitação defendendo a exigência de jogos mínimos precisando reunir dois clubes grandes do Rio.
“Seja qual for o critério adotado, para que haja equilíbrio e equidade entre os quatro grandes clubes de futebol do Rio de Janeiro – CR Vasco da Gama, Botafogo FR, CR Flamengo e Fluminense FC – o número mínimo de jogos obrigatórios para atender a exigência de qualificação técnica deve habilitar qualquer combinação entre 2 (dois) dos 4 (quatro) grandes clubes de futebol do Rio de Janeiro”, argumentou o Vasco na ocasião.
O documento do Consórcio Fla-Flu diz que o Vasco não teve habilidade para se unir com o Botafogo ou outro clube carioca.
“Com efeito, a decisão de Flamengo e Fluminense de unir forças reflete um reconhecimento pragmático de que a cooperação pode ser mais benéfica para ambos e para a sociedade, garantindo uma gestão estável e potencialmente mais lucrativa do Complexo Maracanã. Já o Vasco da Gama, seja como SAF ou associação, parece ter optado por um caminho diferente, já que apesar de ter tentado, não foi hábil para conseguir firmar parceria com o Botafogo SAF e/ou com outros clubes cariocas”.
Na sequência, o Consórcio Fla-Flu cita uma série de motivos pelos quais o Vasco já sabia, ao protocolar jogos de Santos e Vasco, que estes não se adequavam ao edital. Além do fato de serem jogos que dependeriam de autorização da CBF e das federações para acontecer fora de São Paulo e Santa Catarina, a dupla ressalta que no caso do Santos foram propostos jogos “inexistentes“, já que inclui datas na Sul-Americana mesmo com o time atualmente na Série B, enquanto no caso do Brusque os jogos seriam “festivos”, enquanto a licitação exige apenas jogos oficiais.
“O que se constata sem qualquer dificuldade é que o Consórcio Maracanã Para Todos, ao invés de direcionar seus esforços para uma participação efetiva e construtiva na presente licitação, infelizmente optou por uma estratégia meramente contenciosa, com o único objetivo de tumultuar este processo licitatório e, ainda criar factoides para serem utilizados, de forma indevida, pela imprensa e pela opinião pública”, afirmou.
Os recursos dos consórcios participantes e as respostas apresentadas nesta terça agora têm cinco dias úteis para serem analisados e respondidos pela Comissão Especial de Licitação. O prazo vence no dia 8 de maio, quando também está marcada a abertura dos envelopes com a proposta financeira que definirão o vencedor do edital.
Caso a Comissão não aceite rever as notas técnicas, o Flamengo, com 117 pontos, será o vencedor da licitação independentemente da proposta do Vasco, com 81. No recurso apresentado semana passada, o Flamengo ainda pediu que a sua nota fosse revista para a pontuação máxima de 125 e que o Vasco fosse eliminado já que, pelo seu estatuto, não poderia garantir sequer a realização de todas as suas próprias partidas no Maracanã.