Visita ao Ninho do Urubu (Parte 2)

03/11/2016, 15:41
cultura rubro-negra

 

Importante: leia a primeira parte antes de começar. Clique aqui.

-- Temos o primeiro prédio, que será pintado de preto. Essa estrutura que divide os módulos, em vermelho. E o prédio maior, branco. Uma fachada de oito metros de altura toda abraçada por essas centenas de logomarcas. E aqui, Diogo, será erguida uma estrutura na forma da logomarca de 3,5 x 4,0 metros. Vai ficar espetacular, toda iluminada por um sistema a laser* -- revelou Alexandre Wrobel.

Como assim! Eu estarreci. Na mesma hora realizei essa estrutura enorme. Quase três andares de altura, se erguendo imponente à frente da morada dos deuses do futebol rubro-negro.

E como é essa coisa de “iluminada a laser”, por Zico?! -- pensei alto, e guardei a pergunta para mais tarde.

Um símbolo estilizado, moderno, de quatro metros! Em algum galpão, neste exato momento, um artista se esmera, dando-lhe forma, polindo suas curvas, misturando os tons de vermelho até chegar no rubro mais rubro-negro de todos.

Quantas fotos desse monumento invadirão a internet? Quantos memes alimentarão o recalque e a inveja dos torcedores adversários? Quantos textos sobre este objeto, de talentosos cronistas flamengos, vou guardar como recortes do zeitgeinst flamengástico?

Ah, dezembro, chega logo.

Estamos há dias de desfraldar mais esta glória, outro deleite ao flamenguismo. O Ninho alvorece depois de tenebrosos invernos. Nunca ganhamos nada de mãos beijadas, queridos irmão de fé. O Flamengo nasceu cotizando 400 mil réis para a compra de uma antiga baleeira de cinco remos, levada de bonde até a praia Maria Angu, hoje praia de Ramos, para que um armador a reformasse por 250 mil réis.

Quando o mundo ver este totem iluminado a laser, de lá do céu dos remadores, Joaquim Leovegildo dos Santos Bahia, Mario Espínola, José Felix da Cunha, José Agostinho Pereira, Nestor de Barros, Napoleão de Oliveira, Maurício Rodrigues Pereira e Felisberto Laport, os pioneiros do Pherusa, estarão novamente realizados: o Flamengo de regatas, agora o maior clube de futebol do mundo, conseguiu mais uma vez, dirão orgulhosos, um para o outro, os atletas exordiais.

O Flamengo superou mais uma vez as adversidades. O mau tempo de suas finanças. A climatologia política deveras desfavorável. Foi assim o primeiro dia de barco ao mar, quando nossos fundadores naufragaram entre a Ponta do Caju e a Praia do Flamengo. O Pherusa virou, afundou, e nossos heróis chegaram todos à praia. Não desistiram. De novo empobreceram suas finanças e compraram outro barco. E aqui estamos nós seguindo a tradição. É difícil, é melhor assim. Porque será eterno.

O Flamengo nasceu da amizade, da força de vontade, da dificuldade, da tragédia. O Flamengo nasceu para ser iluminado pelo sol.

A escultura do Ninho é um mistério. Já o homem que desde a década passada luta pelo soerguimento do Ninho do Urubu não. Está visivelmente emocionado. Olho para o rosto de Alexandre Wrobel por um instante e agradeço o serviço devotado de tantos anos.

Toda vez que venho aqui... e falo de tudo isso para alguém... me emociono. Me arrepio. -- confessa entre pausas o vice de patrimônio, antes de me explicar mais detalhes e novidades sobre a escultura da entrada do módulo profissional.

Valeu demais. Aos ríspidos importante mesmo é mais um campeonato. Outro troféu exposto no museu. Eu confesso que aquele momento vale por um hepta no meu coração.

Depois disso finalmente adentramos. A tarde taquicárdica ainda reservava muitas surpresas.

 

Continua amanhã.

Leia a parte 3: clique aqui.


*Tecnicamente: spots leds RGB. Um exemplo desse tipo iluminação a laser pode ser vista nesse vídeo: clique aqui.

Diogo Almeida
Email: diogoalmeida@mundorubronegro.com

Nota¹: Fotos não te deixariam imaginar.
Nota²: Dedico essa visita e esta série de textos aos Apoiadores do Mundorubronegro.com.

LEIA A PARTE 1: Visita ao Ninho do Urubu Parte 1

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