Tricampeão em 2015, semifinalista em 2017 e decepção em 2018: a recente trajetória do River Plate

Hoje é dia de Libertadores, Nação! Com a casa vazia mas tensão de sobra, o Mengão estreia na maior competição do continente contra o tradicional River Plate. Adversário que causa calafrios e tido como o principal rival do Fla na fase de grupos, o tricampeão da América vive péssima fase e trouxe grandes reforços para tentar salvar a temporada.

A poucas horas do jogaço, o Mundo Rubro Negro traz tudo o que você precisa saber sobre o adversário de estreia do Mais Querido. Do último título ao momento atual.

Histórico e último título

Tradicional. Esta é a palavra que define bem o River Plate. Gigante sul-americano, Los Millonarios somam 34 participações em Libertadores, sendo o quinto clube no ranking. Cinco vezes finalista (vice em 1966 e 1976), levou o caneco em três oportunidades: em 1986 e 1996 em cima do freguês América de Cali-COL (perceberam que a cada 10 anos durante quatro décadas diferentes o time foi finalista?); e mais recentemente em 2015, derrubando um tabu de 19 anos, diante do Tigres.

Três anos atrás, quando foi tricampeão, o clube se classificou na 2ª colocação em um grupo com Tigres-MEX, Juan Aurich-PER e San José-BOL. Somou 7 pontos (pior entre os classificados) nos seis jogos da fase (1 vitória, 4 empates e 1 derrota). Nas oitavas enfrentou o Boca Juniors, seu maior rival, e se classificou após o clube de La Bombonera ter sido excluído devido a incidentes envolvendo torcedores. Nas quartas o River eliminou o Cruzeiro, vencendo por 3 a 0 fora de casa após sair atrás por 0 a 1 no embate no Monumental. Já na semifinal bateu o Guaraní-PAR, desta vez fazendo valer o seus domínios.

Na final, reencontrou o Tigres, segundo melhor da fase de grupos (atrás do Boca) e garantiu o título dentro de casa, batendo os mexicanos por 3 a 0, com gols de Alario, Carlos Sánchez e Funes Mori. A campanha total terminou em 13 jogos, 5 vitórias, 6 empates, 2 derrotas, 18 gols marcados e 9 sofridos.

Dos três que marcaram no jogo do título, nenhum está no elenco atual do River. Na realidade, de todo o elenco tricampeão em 2015, são apenas seis remanescentes, sendo eles: Rodrigo Mora, Gonzalo Martinez, Ariel Rojas, Leonardo Ponzio, Camilo Mayada e Jonathan Maidana.

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Última Libertadores

O River foi muito bem na temporada passada mas acabou caindo na semifinal. Em um grupo com Emelec-EQU, Independiente Medellín-COL e Melgar-PER, a equipe somou 13 pontos (4 vitórias, 1 empates e 1 derrota), garantindo a liderança e a quarta melhor campanha na primeira fase.

Nas oitavas passou com 3 a 1 no agregado sobre o Guaraní-PAR (2 a 0 fora de casa e 1 a 1 em casa). Nas quartas um grande susto! Jogando na altitude de Cochabamba, o River perdeu de 3 a 0 para o Jorge Wilstermann-BOL. Na volta, porém, goleada humilhante por 8 a 0 no Monumental, com 5 tentos anotados por Scocco. Na fase seguinte enfrentou o Lanús, dono da segunda melhor campanha na fase de grupos. No primeiro jogo, em casa, novamente Scocco garantiu o 1 a 0. No jogo de volta, contudo, a história mudou. O atacante marcou o seu sétimo gol em três jogos para abrir o placar, ampliado depois por Montiel.

Antes que a etapa inicial acabasse, José Sand diminuiu para o Lanús: 1 a 2 (1 a 3 no agregado). No segundo tempo, porém, Sand, Lautaro Acosta e Alejandro Silva anotaram mais três gols e garantiram a equipe na final – seria vice-campeões contra o Grêmio – e eliminando o River. Foram 12 jogos, com 7 vitórias, 2 empates e 3 derrotas, além de 28 gols marcados e 17 sofridos.

Os principais fundamentos do River na Libertadores de 2017, segundo dados do Footstats, foram:

• Mais cruzamentos certos (66), com média de 5,5 por jogo/Gonzalo Martinez 2º que mais acertou (18) e média de 1,6 por jogo;
• Time que mais fez faltas (206), anotando 17,2 de média;
• 3º com mais cartões amarelos (28), somando 2,3 de média;
• Time que mais finalizou certo (76), com média de 6,3 e 48,7% de precisão;
• Time que mais fez gol (28), com média de 2,3 e Scocco como destaque e vice-artilheiro do torneio (8 gols em 6 jogos);
• 2º com mais lançamentos certos (185), tendo 15,4 de média;
• 3ª maior posse de bola (55,5%).

Momento atual

Atualmente, o time não só está vivendo péssima fase, mas ainda amargura o maior rival liderando com muitas sobras. Hoje, 24 pontos separam o 21º lugar do River Plate da 1ª colocação do Boca Juniors. O time é um dos oito piores da competição, somando 19 pontos em 51 disputados (5 vitórias, 4 empates e 8 derrotas) e um saldo de gols negativo de -3 (20 marcados e 23 sofridos).

Antes de enfrentar o Flamengo vem de três partidas sem vitória – jogou contra Lanús, Godoy Cruz e Vélez Sarsfield. O destaque do time segue sendo Ignacio Scocco, de 32 anos, que anotou 14 tentos em 21 partidas.

Chegadas e partidas

Além de Scocco, os novos destaques do time chegaram bem recentemente. Lucas Pratto, vindo do São Paulo por 11,5 milhões de euros; Zuculini, vindo do Hellas Verona-ITA por 3,3 milhões de euros; Armani, comprado por 3,2 milhões de euros juntos ao Atlético Nacional; e Quintero, bom meio-campista vindo por empréstimo junto ao Porto.

Os reforços chegam para serem titulares, faltando apenas ao comandante Marcelo Gallardo achar a melhor maneira do time jogar e sair da má fase. As dificuldades se dão principalmente por conta das saídas, que deixaram os cofres ainda mais “millonarios” (com o perdão do trocadilho), de Alario, vendido por 24 milhões de euros ao Bayer Leverkusen-ALE; e de Driussi, vendido por 15 milhões de euros ao Zenit-RUS. Na temporada passada, os dois juntos marcaram metade dos gols da equipe (38 dos 77).

Fica de olho, Flamengo!

Jornalistas argentinos têm batido na tecla da desorganização do River nesta temporada. Time lento e muito espaçado tem sido prejudicial e faz o time sofrer muitos gols.

A bola no Nilton Santos rola às 21h45 desta quarta-feira (28). É o Mengão estreando na Copa Libertadores da América.