Nesta quinta-feira (1º), o Flamengo garantiu sua participação nas quartas de final da Copa do Brasil. A vaga veio após derrotar o Fluminense em um Maracanã com quase 70 mil torcedores, e após amargar um empate sem gols no jogo de ida, mesmo jogando bem. Dessa forma, Jorge Sampaoli foi a campo com algumas mudanças para mexer no placar do clássico.
Ao escalar o Rubro-Negro, o técnico argentino bancou Pedro, artilheiro da equipe, para dar lugar a Gabigol na frente. No gol, Sampaoli preferiu o jovem Matheus Cunha, inexperiente em decisões, ao goleiro Santos. A zaga também teve mudanças: esquema de três zagueiros, com Léo Pereira, David Luiz e Fabrício Bruno.
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Após a grande vitória do Mengão, alguns analistas táticos definiram o que fez o time de Jorge Sampaoli, com menos de dois meses na Gávea, vencer Fernando Diniz, que tem trabalho consolidado no Fluminense há mais de um ano. Para grande parte, o destaque do Flamengo fica por conta da solidez defensiva.
Intensidade foi ponto forte para Jorge Sampaoli
De acordo com a análise de Fred Gomes e Thayuan Leiras, do GE, o Fla soube impor a intensidade nos momentos sem a bola. O técnico do Mengão repetiu uma escolha que deu certo no jogo de ida, e voltou a apostar na trinca de zagueiros. Porém, Sampaoli não deu prioridade a posse de bola.
Os analistas do GE relembram que o primeiro tempo foi de domínio tricolor na troca de passes, indo para o intervalo com 71%. Enquanto isso, o Fla ocupava os espaços e priorizava a marcação. Mesmo tocando menos na bola, o Mais Querido colocou Matheus Cunha para trabalhar apenas duas vezes. Dentro da tática imposta por Sampaoli, Gerson foi o melhor em campo:
“Um dos únicos que não errou passes, mesmo sendo o jogador que mais pegou na bola pelo lado do Fla. Jogou em duas funções diferentes, ajudou a fechar o corredor direito e foi decisivo até na bola aérea”.
Destaque do Flamengo foi solidez defensiva
Segundo a análise do S1 Live, o plano de Sampaoli deu certo por conta de Erick Pulgar. O time de Fernando Diniz se preparou para encarar uma “blitz” da defesa rubro-negra, e optou por trocar passes próximo à área do Flamengo. Porém, o Mengão também se preparou para defender bem o seu gol.
Isso porque, Pulgar atuou com botes precisos e interceptações na medida, com alternância na pressão alta e o bom posicionamento. Ao seu lado, Thiago Maia fez grande partida com o Manto Sagrado com uma marcação impecável: foram sete desarmes. Além disso, o S1 aponta que Sampaoli foi assertivo nas substituições:
“Everton Ribeiro, Victor Hugo e Cebolinha entraram bem e contribuíram na organização sem bola e nas rápidas transições ofensivas que fizeram os rubro-negros manterem o controle da partida”.
Ao contrário de Sampaoli, Diniz não soube aproveitar chances
De acordo com Rodrigo Mattos, colunista do UOL, ambos os times começaram o Fla x Flu cautelosos. Para ele, o Diniz teve o passe como arma fundamental no jogo, mas não soube aproveitar a soberania na posse de bola, e sempre parava no bloqueio bem feito por Pulgar, Thiago Maia e Gerson.
O jogo virou quando, no segundo tempo, Sampaoli colocou o Flamengo mais incisivo na marcação com pressão. Rodrigo Mattos também destaca a grande partida de Erick Pulgar, que ditou o meio-campo e os espaços do jogo:
“Na volta para o intervalo, o panorama mudou levemente com o Flamengo um pouco mais incisivo na marcação pressão, o que dificultava ainda mais o jogo de toques tricolor. Pulgar e Gerson, diga-se, fizeram partidas gigantescas, atuando de uma área à outra. O chileno foi o dono do ritmo da partida por sua ocupação de espaços”.