Renato Veltri: Gerson: um tipo diferente de ídolo

06/01/2023, 16:12
Atualizado: 10/11/2023
O coringa Gerson voltou ao Flamengo depois de passagem sem brilho no Olympique de Marseille

No último dia 5 de janeiro de 2023, Gerson foi apresentado como novo reforço do Flamengo para a temporada 2023 e pelo menos para as cinco seguintes. A volta do Coringa tem um “Q” de reparação histórica. Todos nós sabemos que Gerson nunca quis deixar o clube e sua saída, junto com a de Jorge Jesus são os grandes efeitos colaterais da Covid-19 no Flamengo.

A última entrevista de Gerson como jogador do Flamengo é de partir o coração. Talvez seja o meu momento mais difícil como torcedor. O jogador deixa nas entrelinhas que estava praticamente sendo forçado a sair pra que o clube equilibrasse as contas naquele momento conturbado.

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E como aconteceu com aqueles que nos deixaram pós 2019, criou-se uma viuvez. JJ, Rafinha, Pablo Mari, deixaram uma saudade e aquele desejo lá fundo de que voltasse. Rafinha voltou pra outro clube mas vira e mexe ainda se ouve falar em seu nome por aqui. Jorge Jesus, a cada mudança de técnico, demonstra que o Fla não está em seus planos. Marí, é um sonho distante uma vez que o jogador vai exaurir todas as oportunidades em seu continente natal antes de sequer cogitar dar esse passo atrás na carreira.

Mas tirando o treinador português, nenhuma volta foi tão aguardada quanto a de Gerson. E esse desejo não nascia de uma carência, como dos outros, uma vez que nos achamos com João Gomes, Vidal, Thiago Maia (ao contrário de como batemos cabeça com técnico, lateral e zagueiro), nasce do genuíno sentimento de que Gerson é um de nós.

Esse sentimento faz com que sintamos que, em outro lugar, Gerson está longe de sua casa. É um incômodo vê-lo com a camisa do Olympique e eu arrisco dizer que o Gerson sentia o mesmo usando azul e branco.

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Nesse aspecto (e só nesse aspecto, veja bem), Gerson é como Zico. No dia seguinte à saída do Galinho, já havia clamor pela volta do mesmo porque com ele ia parte do Flamengo. E apesar de esse sentimento parecer ser intrínseco ao craque ou àquele que tem conquistas. É claro que esses aspectos marcam, um dos maiores exemplos desse sentimento foi Obina.

O atacante melhor que Eto’o chegou a ter campanha com camisa em jornal com sua caricatura e a frase “avisa lá que eu vou voltar”. Isso mais uma vez por ser a cara do Flamengo. É muito difícil que Gerson escale o monte olimpo e se coloque no top 5 ídolos do Flamengo, feito esse que só Gabigol conseguiu atingir pós década de 80. Mas ele já está num grupo seleto de ídolo, um grupo diferente e honroso com nomes como Zico, Gabigol, Obina, Adriano. A classe dos ídolos que onde quer que estejam, passe o tempo que for, serão legítimos representantes do Flamengo no Mundo.


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