Nesta segunda-feira (9), Tite foi anunciado como o novo técnico do Flamengo. O ex-comandante da Seleção Brasileira assume após dois treinadores fracassarem na Gávea e não conquistar títulos em um ano promissor para o Mengão.
Tite será o terceiro técnico do Flamengo em 2023, e o oitavo desde a Era Jorge Jesus. O treinador terá a difícil missão de tentar um trabalho de longevidade na Gávea, algo raro nas últimas temporadas do clube. A última vez que um comandante passou um ano no Flamengo foi justamente com o Mister, entre junho de 2019 e julho de 2020.
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Nesse sentido, o MRN elaborou uma lista dos últimos 20 treinadores contratados do Fla antes de Tite assumir o cargo. Confira:
Jayme de Almeida (2013 e 2014)
Inicialmente, Jayme de Almeida assumiu o Flamengo de maneira interina após a saída de Mano Menezes, que surpreendeu a diretoria. Por apresentar bons resultados, Jayme recebeu respaldo da diretoria, que decidiu não contratar um técnico de fora e efetivou o ex-auxiliar. Em 2013, Jayme de Almeida conquistou o improvável título da Copa do Brasil e ganhou moral para seguir na próxima temporada. Porém, o início do Brasileirão de 2014 deixou a desejar, e a diretoria optou por demitir o comandante.
Ney Franco (2014)
O Flamengo contratou Ney Franco em maio de 2014, sendo essa a segunda vez do treinador na Gávea. No entanto, sua passagem foi meteórica: o comandante ficou apenas sete jogos no cargo, onde acumulava quatro derrotas e três empates. Os péssimos resultados motivaram a demissão do treinador em julho do mesmo ano.
Luxemburgo (2014 e 2015)
Com a saída de Ney Franco, Vanderlei Luxemburgo assumiu de prontidão o comando do Flamengo. Pela quarta vez na Gávea, Luxemburgo conseguiu salvar o Fla do rebaixamento e até levou o clube as semis da Copa do Brasil. Com o desempenho positivo, a diretoria decidiu manter Luxemburgo para 2015, mas o treinador iniciou mal o Brasileiro e foi dispensado em maio.
Cristóvão Borges (2015)
Cristóvão Borges assinou com o Flamengo até o final de 2015 para ocupar o lugar de Luxemburgo. Em sua primeira vez no clube, Cristóvão não soube lidar com a pressão da torcida Rubro-Negra e deixou o cargo três meses após sua chegada. O treinador obteve oito vitórias, um empate e nove derrotas em 18 jogos, mas foi o revés para o Vasco na Copa do Brasil que minou a queda de Cristóvão.
Oswaldo de Oliveira (2015)
Em seu retorno após 12 anos, Oswaldo de Oliveira teve um início avassalador pós-Cristóvão Borges. Assumindo em agosto, o técnico fez mudanças bruscas no time, mas que impulsionaram um bom rendimento em campo. Porém, Oswaldo não conseguiu manter o gás e também foi demitido poucos meses depois: o então presidente Bandeira de Mello comunicou a saída do treinador em novembro de 2015.
Muricy Ramalho (2016)
O Flamengo optou por terminar a temporada de 2015 com o interino Jayme de Almeida. Assim que Bandeira de Mello confirmou sua reeleição, em dezembro do mesmo ano, o experiente Muricy Ramalho foi anunciado como técnico do Mengão para 2016. O desempenho do Fla foi equilibrado, com 13 vitórias e sete derrotas em 26 jogos, mas Muricy precisou deixar o cargo em maio por razões médicas.
Zé Ricardo (2016 e 2017)
Com a saída inesperada de Muricy Ramalho, a diretoria rubro-negra teve Zé Ricardo como interino. O início de trabalho do técnico agradou o Flamengo, que logo o efetivou. Zé Ricardo até conquistou dois títulos pelo Mais Querido. O fim da linha para o treinador aconteceu após um ano na Gávea, quando acumulava uma sequência de jogos sem vencer e foi derrotado para o Vitória na Ilha do Urubu. Zé Ricardo foi demitido do Flamengo em agosto de 2017, com 62,6% de aproveitamento.
Reinaldo Rueda (2017)
Reinaldo Rueda assumiu o clube logo após a saída de Zé Ricardo. O colombiano chegava com grande expectativa, e as correspondeu ao colocar o Flamengo em duas finais: na Copa do Brasil e na Sul-Americana, ambas em 2017. Rueda, porém, não conseguiu nenhum título. O treinador seguiu no comando mesmo após os vices, mas decidiu deixar o Flamengo para treinar o Chile em janeiro de 2018.
Paulo César Carpegiani (2018)
Sem Reinaldo Rueda, Bandeira de Mello decidiu apostar em um velho conhecido do Flamengo: Paulo César Carpegiani. O treinador assumiu o clube assim que Rueda deixou o cargo, em janeiro, para sua terceira passagem. Seu trabalho não empolgou, e Carpegiani foi demitido em março após com 17 partidas, 11 vitórias, três empates e três derrotas.
Maurício Barbieri (2018)
Sendo assim, o Flamengo colocou Maurício Barbieri como interino para a continuidade da temporada. Em junho de 2018, Barbieri foi efetivado pelo clube. No entanto, o jovem treinador não correspondeu as expectativas, foi eliminado para o Corinthians na semifinal da Copa do Brasil e sua permanência ficou insustentável. O Flamengo demitiu Barbieri em setembro, já com um novo treinador em mente…
Dorival Júnior (2018)
Dorival foi a escolha de Bandeira de Mello para finalizar sua última temporada como presidente do Flamengo. Por coincidência, o treinador foi o mesmo que deu início a gestão, em 2013. Dorival chegou ao Rio de Janeiro para terminar a temporada de 2018, e esteve à frente do time por apenas 12 jogos, conseguindo um aproveitamento de 66,7%.
Abel Braga (2019)
Em sua segunda passagem pelo Flamengo, Abel foi o primeiro técnico da gestão Landim. Logo de cara, foi campeão carioca contra o Fluminense. No entanto, Abel Braga sofreu com insistência no Brasileiro, e pediu para sair em maio de 2019, com apenas 28 jogos, sendo 18 vitórias, seis empates e quatro derrotas.
Jorge Jesus (2019 e 2020)
Quem assumiu após Abel foi Jorge Jesus, que viria a se tornar um dos maiores técnicos da história do Flamengo. O português assinou com o Mais Querido em junho de 2019, e foi o precursor da melhor fase do Mengão nesse século. A expectativa era de que o Mister seguiria na Gávea para 2020, e JJ até renovou seu contrato. Porém, com a pandemia, rescindiu o acordo para voltar a Portugal e ficar perto da sua família. Jorge Jesus se despediu do Fla com apenas quatro derrotas e cinco títulos.
Domènec Torrent (2020)
Em julho, Domènec Torrent foi anunciado pelo Flamengo como o substituto de Jorge Jesus. O espanhol chegou a Gávea sob expectativas, já que o Mengão havia acabado de viver um dos seus anos mais gloriosos. Dome, no entanto, teve um trabalho curto e decepcionante: com uma sequência de goleadas sofridas, o espanhol foi demitido já em novembro, com um aproveitamento de 62,3%.
Rogério Ceni (2020 e 2021)
Para salvar a temporada, Ceni foi aposta. O treinador vinha de um grande trabalho no Fortaleza e foi contratado por Rodolfo Landim momentos depois da saída de Domènec. Depois de JJ, Rogério Ceni foi quem mais venceu no Flamengo, conquistando quatro títulos, sendo um deles o Brasileiro 2020. Assim, Ceni ganhou voto de confiança para seguir em 2021, mas decepcionou. O início do ano escancarou problemas internos que não sustentaram a permanência do treinador, sendo demitido em julho.
Renato Gaúcho (2021)
Quem assumiu depois de Ceni foi Renato Gaúcho, que começou seu primeiro trabalho no Flamengo encantando. O time emplacava goleadas e era o favorito a ganhar tudo. Mas a equipe de Renato começou a perder o gás: foi eliminado da Copa do Brasil e caiu de rendimento no Brasileiro. O treinador até disputou a final da Libertadores contra o Palmeiras, porém, ficou com um doloroso vice. O ambiente era difícil para o ex-jogador, que negociou sua saída em novembro de 2021.
Paulo Sousa (2022)
Para 2022, a diretoria do Flamengo voltou a olhar para a escola portuguesa e encontrou Paulo Sousa. O treinador assinou com o Mengão e estreou em fevereiro, na vitória contra o Boavista no Carioca. No entanto, o time do Flamengo parecia não evoluir com o treinador, que perdeu o título da Supercopa para o Atlético e o Estadual para o Fluminense. Com um rendimento ruim no Brasileiro, Copa do Brasil e na Libertadores, o Fla resolveu demitir Paulo Sousa em junho para evitar mais tropeços.
Dorival Júnior (2022)
Dorival foi a escolha para retomar as rédeas do Flamengo. Essa foi a terceira vez que o treinador assumiu o comando rubro-negro. A nova passagem do técnico ficou marcada pela boa relação com os jogadores, algo que não acontecia há anos internamente. Com o clima leve, o técnico surpreendeu em campo e trouxe de volta o espírito vencedor, sendo campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Seu contrato já se encerrava em dezembro, mas a diretoria decidiu não renovar com Dorival, que se despediu do clube.
Vitor Pereira (2023)
O Flamengo contratou um técnico com um perfil totalmente diferente de Dorival Júnior: o português Vitor Pereira. Com uma chegada recheada de polêmicas dentro e fora de campo, VP sofreu com a pressão e teve uma passagem tenebrosa na Gávea. Foram apenas cinco meses, mas o suficiente para perder cinco títulos. Vitor Pereira foi demitido em abril deste ano, com 21 jogos, 12 vitórias, dois empates e sete derrotas no currículo.
Jorge Sampaoli (2023)
O argentino Jorge Sampaoli entrou no lugar de Vitor Pereira no mesmo mês de abril. O trabalho do treinador, porém, não empolgava. A passagem de cinco meses de Sampaoli, encerrada em setembro deste ano, foi marcada principalmente pelos problemas internos da equipe. O argentino demonstrou ser um profissional difícil de lidar no dia a dia, o que prejudicava sua relação com os jogadores. Sampaoli deixou o cargo com um aproveitamento de 60%.