Ofensivo e com toques rápidos: como seria um Flamengo baseado no Bahia de Carpegiani
No apagar das luzes desta segunda-feira (08), o Clube de Regatas do Flamengo fez dois grandes anúncios via mídias digitais: o primeiro deles a saída do técnico Reinaldo Rueda, que causou indignação ao torcedor pela forma como conduziu a sua mudança para a seleção chilena; o segundo e mais importante foi o rápido anúncio do seu novo treinador Paulo César Carpegiani, campeão da América e do Mundo em 1981 e que retorna para a sua terceira passagem no rubro-negro.
Carpegiani comandou o time que venceu o Cobreloa, na final da Libertadores, o Liverpool, na final do Mundial Interclubes, e o Brasileirão de 1982. Desde então, treinou clubes do Brasil e do exterior, jamais obtendo o mesmo sucesso que obteve com aquele Flamengo.
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Em 2017, o “Carpa” trabalhou em dois clubes. Começou o ano no Coritiba, clube que vinha comandando desde o final do primeiro turno de 2016 quando o Coxa se encontrava na 19ª colocação. Salvou o time do rebaixamento mas com um início fraco no Paranaense de 2017 e a péssima participação na Copa do Brasil (1 a 1 contra o Vitória da Conquista na primeira fase e eliminação para o ASA dentro de casa) foi demitido.
Carpegiani assumiu o Bahia em outubro e rapidamente mudou o status do “Tricolor de Aço”. De um ponto a mais que o primeiro na zona de rebaixamento, o clube baiano chegou a brigar pela vaga na Libertadores. Na estreia, buscou um empate dentro do Allianz Parque, após estar perdendo por 2 a 0 para o Palmeiras, e por muito pouco não conseguiu uma virada histórica. Quase imbatível dentro de casa, o Bahia de Carpegiani venceu 4 dos 5 duelos na Fonte Nova (Corinthians, Vitória, Ponte Preta e Santos). Nos primeiros oito jogos, só havia perdido para o próprio Flamengo, que goleou por 4 a 1 com dois gols de Réver e Diego dentro da Ilha do Urubu.
Nos últimos três jogos, porém, o clube baiano perdeu o fôlego e foi derrotado duas vezes, para Sport e Chapecoense, e acabou empatando com o São Paulo. Ainda assim, os comandados de Carpegiani terminaram o Brasileirão a 7 pontos do Z4 e a apenas 4 do G8, e os méritos da melhora passa muito pelo experiente treinador que agora comandará o Flamengo.
Forma de jogo
Para muitos torcedores do Bahia e até especialistas, Carpegiani foi o responsável por dar continuidade ao que Guto Ferreira vinha fazendo desde a temporada 2016 até a saída para o Internacional, que marcou uma queda brusca de desempenho do clube em 2017. Passaram por lá Jorginho e Preto Casagrande, que trabalhou com o “Gordiola”. Nenhum dos dois conseguiram o mesmo sucesso que o então treinador Colorado.
Carpegiani, aos 68 anos, fez o tricolor explorar os pontos fontes dos tempos de Guto usando o mesmo 4-1-4-1. Fora de campo, o “Carpa” também revitalizou os ânimos e a confiança dos atletas. Foram poucos os jogos ruins do Bahia em 2017, mas o fator psicológico pesou algumas vezes na obtenção de um resultado positivo.
O novo treinador do clube baiano então, apostou no que o time tinha de melhor: um volante marcador e com boa saída de jogo (Renê Júnior), um meia que ajudava em todos os setores com muita qualidade (Zé Rafael), um ponta de muita velocidade (Mendoza) e outro com maior qualidade na criação (Allione), além de um atacante bastante móvel (Edigar Junio).
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Variações, troca de posições, muita triangulação e apoio pelas pontas foram fatores chave para o crescimento do Bahia.
E se fosse o Flamengo?
Existe a possibilidade de Carpegiani adotar o mesmo esquema e estilo de jogo no Flamengo. O 4-1-4-1 tem sido a tática da moda e devemos assisti-la em boa parte dos jogos da Copa do Mundo deste ano.
O Bahia não tinha a mesma qualidade que o Flamengo possui em nenhuma das posições e, ao se expor tanto, deixava muitos espaços para contra-ataques e ainda costumava se recompor lentamente. O rubro-negro, no entanto, é mais organizado e sofreu a maioria dos gols por falhas individuais.
Façamos um comparativo pegando as principais peças do Bahia no último Brasileirão:
- Jean foi um dos principais goleiros do ano, mas o Flamengo tem Diego Alves, que é ótimo goleiro;
- Juninho Capixaba, lateral-esquerdo, foi mais efetivo do que Trauco mas com qualidades e defeitos bem parecidos, como a deficiência nos momentos defensivos;
- Renê Júnior foi um dos grandes ladrões de bola e roubou mais do que Cuéllar. No entanto, o colombiano jogou menos e teve média maior do que o agora jogador do Corinthians. Outra semelhança é na qualidade para sair jogando;
- Zé Rafael tem uma mistura de Arão com Diego. Mais parecido com o camisa 35, com bom passe e boa leitura de jogo, sabe recompor e desarma bastante, assim como o Willian Arão de 2016 tão abaixo em 2017;
- Vinicius tem boa técnica e bom passe, mas é um jogador que oscila bastante. Para a posição o Flamengo pode usar tanto Diego quanto Paquetá, que voou e terminou o ano como um dos, ou até o melhor, meio-campista do Brasil;
- Allione é um ponta com características de armador. Assim como ele o Flamengo tem Éverton Ribeiro, que tem muito mais técnica e habilidade;
- Mendoza foi chutado por onde passou mas não deixou de ser importante para o Bahia. Sua velocidade, principalmente, foi uma grande arma. Com características parecidas, o Flamengo tem Éverton;
- Na frente Carpegiani optou por Edigar Junio, que mesmo em má fase, teve a confiança do treinador e marcou 10 gols dos seus 12 gols no campeonato durante as 12 partidas comandadas por Carpa. Atacante móvel, era usado bastante para fazer o pivô e abrir espaços para as entradas em diagonal dos pontas. Te lembra as características de alguém? Sim, Guerrero deve continuar no Flamengo, o que não afasta a chance de chegada de mais um atacante. Sua qualidade, que o coloca como um dos principais nomes para a posição, sobrepõe as de Edigar em todos os aspectos.
São grandes as semelhanças quando se analisa as características de jogo dos atletas de Bahia e Flamengo. Não há garantias de que Carpegiani optará por este esquema de jogo. Caso use, a torcida poderá ver Diego e Paquetá juntos no meio, desejo de boa parte dos flamenguistas.
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Possível escalação (considerando as semelhanças entre Flamengo e Bahia):
Diego Alves; Pará (Rodinei); Réver, Juan, Trauco; Cuéllar; Éverton Ribeiro, Paquetá (Arão), Diego e Éverton; Guerrero.
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