A torcida do Flamengo comemora, afinal Rogério Ceni foi demitido, mas como diria Nelson Rodrigues: “toda unanimidade é burra”, logo as notícias boas, ou não, mudam rápido. Com o anúncio de Renato Gaúcho grande parte dos torcedores colocaram suas barbas de molho, pois a lembrança do chocolate tático do 5 x 0 vem imediato na memória.
Mal comparando, foi como o 7 x 1 da Alemanha. Depois daquele dia o Brasil nunca mais foi o mesmo, e nem o Grêmio… O nó tático que ambos os times levaram renderam memes e piadas dirigidas aos respetivos treinadores. Renato só continuou seu trabalho pelas suas façanhas anteriores, e parece que não se recuperou desde então.
Do mesmo autor: Muita culpa ou mea-culpa?
Há derrotas que ensinam, outras que mascaram, e assim aconteceu com Renato, que começou muito bem no Grêmio, com um time limitado economicamente, ganhando e jogando bem, conquistou a Copa do Brasil em 2016 e a Libertadores em 2017.
É verdade também que conseguiu o feito de levar seu time a 3 semifinais seguidas na Libertadores, e só não foi melhor no Brasileiro porque sempre poupou. Todavia, o “cincum” exteriorizou a falta de repertório, pois seu time não era mais aquele que encantava o Brasil no seu período inicial, bem como as desculpas reiteradas nas entrevistas coletivas.
Na Gávea, Portaluppi foi amado e odiado, e agora pode tentar cuidar melhor desse amor. Conhecido por ser um bom gestor de grupo e relegado o trabalho tático a auxiliares que o acompanham, poderá agora se valer do poderio financeiro de que sempre reclamou quando adversário do Flamengo.
Contudo, qual Renato desembarcará no Ninho do Urubu? Aquele com vontade de títulos no início do trabalho no Grêmio ou aquele que tinha uma desculpa para cada partida ruim?
Allan Titonelli é rubro-negro, amante do futebol, gosta de jogar uma pelada, assistir partidas, resenhas esportivas ou debater com os amigos sobre “o velho e violento esporte bretão”. Escreveu, ao lado de Daniel Giotti, o livro “19 81 – Ficou Marcado n...