Se existe uma raça que leva superstições e crenças como verdade absoluta é a dos torcedores. Falo por mim mesma! Em minha casa, todos temos o Manto da Sorte para assistir aos jogos, lugares para sentar, sabemos quais janelas devem ficar abertas ou fechadas, quais luzes estavam acesas ou apagadas na última vitória e a promessa: a cada gol do Flamengo, uma dose de cachaça.
Sabemos que craque o Flamengo faz em casa… E maluco também! Até mesmo na história do Flamengo as superstições foram fomentadas pelos jogadores, membros da diretoria e comissão técnica. E hoje vamos falar sobre as superstições que, com o passar dos anos, viraram tradição do Mais Querido.
Da mesma autora: Jogadores do Flamengo que marcaram história com a camisa 8
Papagaio-Vintém
Fundado exclusivamente para as regatas em 1895, foi somente em dezembro de 1911 criada a Seção de Desportos Terrestres do clube e, com isso, a prática do futebol.
Naquela época o remo era visto como um esporte nobre, onde os homens eram fortes e destemidos por desbravarem o mar, enquanto o futebol era malquisto, visto até como algo sem o menor sentido… o famoso “onze homens correndo atrás de uma bola”.
Sendo assim, os atletas do remo não queriam ser “confundidos” com os atletas do futebol e, apesar de permitirem o time da pelota a vestir as cores rubro-negras, não autorizaram que fosse usado o mesmo padrão de listras. Com isso, a Papagaio-Vintém ou Papagaio de Vintém foi a saída. Modulada por quadrados pretos e vermelhos dispostos na diagonal, levou este nome por assemelhar-se às pipas.
A estreia da Papagaio-Vintém ocorreu em 3 de maio de 1912, e esta primeira versão não conquistou um título sequer. O histórico zagueiro Píndaro logo decretou que a camisa era azarada depois da derrota do time no primeiro Fla-Flu da história.
Foi substituída pela Cobra Coral: modelo em listras rubro-negras horizontais intercaladas por uma fina listra branca. Com ela, em 1914, o Flamengo conquista seu primeiro título carioca.
Até mesmo as versões revisitadas da Papagaio-Vintém ao longo dos anos como terceira camisa não tiveram muito sucesso, protagonizando, na maioria das vezes, derrotas e empates. Sua última versão foi produzida pela Adidas em 2015.
Será que algum dia a azarada Papagaio-Vintém voltará a nos visitar?
São Judas Tadeu
Todos sabemos que o padroeiro do Flamengo é São Judas Tadeu. Mas você conhece como essa história aconteceu?
Durante a década de 50, após cerca de 9 anos sem título, o Padre Góes, que era pároco da igreja São Judas, foi convidado a fazer uma missa na Gávea para trazer luz ao clube.
Além da missa, ele orientou que os jogadores e comissão técnica acendessem uma vela para São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. Após o ritual, o Flamengo sagrou-se tricampeão carioca nos anos de 1953/54/55.
Após essa conquista, tanto o Flamengo quanto os torcedores adotaram São Judas Tadeu como padroeiro do clube e, até hoje, o clube mantém uma imagem do santo no vestiário para abençoar o time antes das partidas.
Mascote Urubu
A Nação Rubro-Negra, desde o princípio, sempre somou pessoas dos mais diversos perfis, classes e etnias mas é, acima de tudo, a torcida de um povo.
Aos anos finais da década de 60, nossa torcida era chamada pelos rivais de “urubu”, marginalizando e agindo de forma preconceituosa pelo fato de os torcedores do flamengo serem, em sua maioria, negros.
No entanto, um clássico contra o Botafogo no dia 01 de junho de 1969 mudou a história. Pela iniciativa de quatro amigos, um urubu foi levado ao Maracanã e solto antes do início da partida. A ave pousou no gramado amarrado a uma bandeira do Mengão e calou a preconceituosa torcida adversária.
Naquele dia, o Mais Querido venceu o Botafogo por 2×1 após quatro anos sem sem bater o rival. Após esse fato, o Popeye (marinheiro dos desenhos que era nosso mascote desde a década de 40) foi substituído pelo Urubu. A Artillero fez uma linda camiseta contando esta história. Dá uma olhada no site aqui e use o cupom VESTIRUBRONEGRO para ganhar um super desconto.
A estreia da camisa branca, vestida na conquista do Mundial de 1981
Nos anos 80, o Flamengo passou por grande reprogramação visual, estruturada por Elsa Braga, então esposa do então presidente Márcio Braga, que resultou na alteração dos uniformes e até no escudo do clube.
Para os torcedores tradicionais, mexer no escudo e no uniforme do time foi considerado um ultraje. Com o aval de Márcio Braga, Elsa continuou o trabalho que marcou a história do nosso clube.
O que poucos sabem é que a estreia dos novos uniformes de Elsa Braga foi um baita ponto de insegurança para a Nação.
Com a programação de estrear o novo formato do Manto branco logo na final da Taça Guanabara contra o Vasco, a torcida temia que o uniforme pudesse trazer algum azar ao time justo no jogo do título.
No entanto, no dia 03 de agosto de 1980, a diretoria assumiu os riscos e a camisa branca de Elsa Braga foi vestida pela primeira vez pelo craques do Flamengo. E deu tudo certo! Com o empate em 0x0, o Mais Querido consagrou-se campeão da Taça Guanabara.
Por curiosidade, foi com este mesmo modelo, em mangas longas, que o Flamengo botou os ingleses na roda e venceu o Liverpool por 3×0 na final do Mundial de Interclubes em 13 de dezembro de 1981.
E você, minha amiga ou amigo rubro-negro? Quero saber sobre suas superstições!
Para saber mais sobre histórias acerca da história do Flamengo e do Manto Sagrado, me siga no Twitter e no Instagram.
Saudações Rubro-Negras!