O presidente Rodolfo Landim afirmou em entrevista ao GE ser à prova de pressão e resolveu seu temor de que um sucessor possa colocar a paixão à frente da responsabilidade financeira no clube. O balanço aprovado nesta semana pelo Conselho Deliberativo, porém, traz a ressalva de que a despesa operacional com o futebol do Flamengo em 2023 estourou o orçamento principalmente por conta de decisões do presidente em resposta à pressão da torcida – no caso, a demissão dos técnicos Vitor Pereira e Jorge Sampaoli.
O relatório de execução do orçamento apresentado a conselheiros destaca que houve “incremento das despesas operacionais acima do orçado, principalmente por rescisões das comissões técnicas de Jorge Sampaoli e Vitor Pereira”, que juntas custaram R$ 29 milhões. O valor corresponde a cerca de 2% das receitas do Flamengo em 2023.
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Conselheiros de oposição chegaram a pedir a abertura de uma comissão de inquérito contra Landim por conta dos gastos com rescisões de técnicos, que superaram R$ 50 milhões nos seus dois mandatos. Aliado de Landim, o presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Alcides, negou a abertura do inquérito alegando que a contratação e dispensa de pessoal no futebol era prerrogativa do presidente.
Na entrevista ao GE, Landim citou sua suposta capacidade de resistir à pressão como argumento favorável à mudança da governança do clube, com a criação de uma SAF com um investidor que compre uma parte minoritária do clube.
Landim: ‘Eu não tenho problema de resistir à pressão’
“O clube, uma associação desportiva, não tem dono. Os donos são os sócios do clubes que têm o seu título. Têm o olhar apaixonado de torcedor, e não é um olhar de quem está preocupado estruturalmente com a saúde financeira. E a preocupação que eu tenho é que talvez nem todo mundo tenha sido forjado na vida, falando um pouco de mim, como eu fui. Eu não tenho problema de assumir desgaste, de resistir à pressão, mas isso é uma questão pessoal. Fica a dúvida de quem vai sentar na cadeira, se o cara aguenta a pancada. Porque na hora da pancada às vezes saem as decisões de “Vamos comprar alguém para calar a torcida”, “Vamos fazer não sei o quê”… Então, o pouco de gente que coloque dinheiro e vá cobrar porque tem dinheiro na mesa vai cobrar disciplina de capital nas tomadas de decisão. Para mim, seria algo bom para o legado futuro do clube”, afirmou.
Na entrevista, Landim se dispôs a assinar um documento se comprometendo a nunca assumir o cargo de CEO da eventual SAF. Ele abriu a porta, entretanto, para continuar participando ativamente da política do clube após o fim do seu mandato em dezembro. Na semana passada, o MRN revelou que ele pretende concorrer a presidente do Conselho Deliberativo – justamente o órgão responsável por mudanças no estatuto do clube.
“O que eu acho é que, se eu tiver alguma coisa a mais para contribuir para o Flamengo depois desses seis anos, e é algo que eu tenho discutido com alguns sócios para ver se ajudo a fazer, são essas transformações estatutárias que permitam dar um pouco de segurança a continuidade de uma gestão com disciplina de capital no clube.”
Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...