Juíza rejeita pedido para investigar Jovem e mantém Braz réu por mordida

28/11/2023, 08:04
Marcos Braz em coletiva do Flamengo; dirigente e vereador no Rio de Janeiro revelou quando pretende sair do clube

Nesta segunda-feira (27), a Justiça do Rio de Janeiro deu novo desdobramento do caso de agressão envolvendo o Vice-Presidente de Futebol do Flamengo, Marcos Braz. A juíza Simone Cavalieri Frota negou o pedido de investigação à Torcida Jovem Fla e manteve o dirigente como réu pela mordida no torcedor Leandro Campos.

Braz tentava recorrer da decisão da juíza, que tornou ele e o amigo Carlos André Simões da Silva réus por lesão corporal leve e arquivou as acusações contra Leandro, que passou a ser visto apenas como vítima da agressão.

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Para isso, o dirigente solicitou que fossem ouvidos Dalessandre Assunção da Fonseca e Bruno da Silva Paulino, integrantes da Jovem Fla que filmaram a briga num shopping do Rio, “para que prestem esclarecimento acerca das ameaças e perseguições promovidas em face do requerente, em razão da clara conexão entre os fatos”.

Braz prestou queixa contra Leandro por ameaça, alegando que o torcedor ameaçou a vida dele e de sua filha. A polícia e o Ministério Público não encontraram indícios que corroborassem essas alegações e pediram o arquivamento da denúncia contra Leandro, o que foi aceito pela juíza.

O dirigente utilizou da estrutura do clube para conceder entrevista coletiva, algumas semanas após o ocorrido. Braz alegou que estava com sua filha e amigas, e o torcedor veio coagir, ignorando supostamente a presença das meninas. Por outro lado, Leandro Campos, o flamenguista agredido, negou a versão do dirigente do Flamengo.

Braz é réu por lesão corporal leve por mordida

Em paralelo às investigações por lesão corporal, Marcos Braz pediu para que tivesse início um inquérito contra a Torcida Jovem Fla. De acordo com o dirigente, ele estaria sendo perseguido por membros do 2º Pelotão da organizada, enquadrando no artigo 147-A do Código Penal.

Porém, a juíza entendeu que não há sentido em juntar os dois fatos num só processo. Enquanto Marcos Braz é réu por lesão corporal contra Leandro, é vítima de suposta perseguição por parte da Jovem Fla. A magistrada disse que até pode haver a investigação a favor de Braz, mas em outro processo.

“Caso o requerente deseje outras investigações sobre outros fatos, deve formular representação por instrumento próprio às autoridades. Com efeito, não vislumbro qualquer relação de causa e efeito entre a conduta da vítima e as postagens indicadas na petição apresentada pela defesa, cuja autoria é imputada à torcida “Jovem Fla”. Ainda que fossem idôneas, seria necessário investigar quem emitiu as postagens, não sendo possível fazê-lo dentro dos presentes autos, o que paralisaria a marcha processual destinada a apurar a lesão corporal sofrida por Leandro”, afirmou a juíza.

A magistrada, entretanto, aceitou pedido de Braz para adiar a primeira audiência do processo, marcada para esta terça (28). Ela foi reagendada para o dia 27 de fevereiro do próximo ano.

Se considerado culpado, Braz pode ser condenado a até um ano de prisão, que seria substituído por penas alternativas por ele se tratar de réu primário. Entretanto, uma condenação pode afetar o futuro político de Braz no Flamengo e na Câmara de Vereadores.


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Leonardo de Deus
Autor

Sou de Teófilo Otoni-MG, mas moro e estudo jornalismo em Belo Horizonte, na PUC Minas. Apaixonado pelo Flamengo, videogames, Samba, MPB e sou ex-tenista.