Fla-Flu apresenta novo plano para gramado do Maracanã

11/04/2024, 18:04
Proposta técnica detalha plano do Consórcio Fla-Flu para manutenção do gramado durante concessão de 20 anos do Maracanã

A proposta técnica do Consórcio Fla-Flu para a concessão do Maracanã inclui um novo plano para o tratamento do gramado no estádio. A qualidade da grama tem sido o grande calcanhar de Aquiles da gestão da dupla no Maracanã.

Na proposta, Flamengo e Fluminense revelam não ter nenhum plano de colocar grama artificial ou mudar a empresa responsável pela manutenção do gramado no Maracanã, a Greenleaf. O planejamento para melhorar a qualidade do gramado inclui a manutenção de gramados “reserva” fora do estádio.

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“Uma vez o Consórcio Fla-Flu sagrando-se vencedor da concessão, esse intensificará estudos para a troca total do gramado, no mínimo duas vezes ao ano ou sempre que se fizer necessário, operação a ser executada em curto tempo com a finalidade de manter a qualidade do gramado, em atendimento ao padrão estabelecido pela Fifa”, diz a proposta.

Para cumprir essas trocas, o texto afirma que “pretende-se cultivar área de grama equivalente a quatro campos gramados do Maracanã cultivados em área situada no raio máximo de 100 km do estádio”.

A proposta também traz um orçamento a ser gasto em manutenção do gramado. Nos primeiros dois anos da concessão, é previsto um investimento total de quase R$ 4 milhões, provavelmente para implantar essa estrutura de cultivo do gramado reserva. Já nos outros 18 anos de concessão, o plano de investimentos só prevê um gasto de R$ 500 mil a cada três anos, sem maiores esclarecimentos.

Proposta detalha rotina de manutenção do gramado

O documento detalha todo o processo atual de manutenção do gramado, com cada etapa descrita em minúcias. Primeiro, o texto explica exatamente qual é o gramado que o Consórcio Fla-Flu implementou no Maracanã em 2022 e pretende manter durante a concessão.

“O gramado do estádio do Maracanã possui características específicas, portanto necessita cuidados diferenciados. Nesse sentido, cabe destacar que o gramado é composto por sistema híbrido, o qual foi implantado em fevereiro de 2022. A porção natural (90 a 92%) do gramado é constituída pela espécie gramínea Cynodon dactylon, ou como é conhecida popularmente Grama Bermudas. Já a porção sintética (8 a 10%) constituída por fibras sintéticas (Sistema GrassMax), combinação essa que proporciona uma superfície que evita o desplacamento”, diz o texto.

Depois, enumera e detalha todos os procedimentos adotados diariamente para a manutenção do gramado, que incluem adubação, pulverização de inseticidas, descompactação e dois tipos diferentes de corte. Mas o que chama mais atenção é a “suplementação luminosa artificial” para compensar a falta de luz solar.

O procedimento “consiste na disposição de grandes equipamentos de emissão de luz controlada nas áreas com necessidade de compensação luminosa” e é “necessário devido à constatação de que algumas áreas do campo sofrem com a falta de irradiação solar direta, em um período de aproximadamente 3 meses, fato esse que proporciona zonas de sombras que impactam sensivelmente na qualidade do gramado”.

Plano não prevê menos jogos para poupar gramado do Maracanã

O planejamento não prevê a redução de jogos no Maracanã. Pelo contrário, já que a garantia de disputa de 70 partidas no Maracanã por ano foi o grande trunfo do Consórcio Fla-Flu sobre o grupo formado por Vasco e W/Torre para garantir a melhor nota na proposta técnica e praticamente assegurar a vitória na licitação.

O edital prevê que os vencedores devem oferecer acesso igual a todos os grandes clubes do Rio. O Consórcio Fla-Flu diz na proposta que pretende cumprir essa cláusula, mas deixa claro que pretende seguir apontando a necessidade de preservação do gramado como argumento para tentar impedir a realização de jogos do Vasco no estádio.

“Por fim, ressalta- se que a futura concessionária fará a gestão do complexo de forma não discriminatória em relação aos principais clubes do Rio de Janeiro e suas respectivas torcidas, respeitando, no entanto, as limitações da capacidade operacional, as regras de segurança e os níveis de qualidade dos serviços e dos equipamentos do complexo”, diz o texto.


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Lucas Tinôco
Autor

Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...