
Lapidado nos campos de Xerém e nas ruas cariocas, Gerson surge no Fluminense, em 2015, aos 17 anos. O garoto que outrora brilhava no futsal infantil e na Seleção Brasileira sub-20, já negociava com a Europa antes mesmo de se tornar profissional.
Como meia Gerson ganhou holofotes e fez gigantes europeus, Barcelona e Roma, disputarem seu passe, acabou com passaporte carimbado para a Série A italiana.
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A Roma, por não ter espaço para a jovem promessa no seu elenco à época, manteve o atleta no Fluminense em forma de empréstimo por 6 meses. Porém, jogando pela La Lupa Gerson não obteve sucesso.
Reconquistou o bom futebol quando foi emprestado para a Fiorentina na temporada 2018/2019, e logo chamou a atenção dos dirigentes rubro-negros, chegando ao Flamengo por 11,8 milhões de euros (R$ 49,7 milhões), com contrato de 4 anos e 6 meses.

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O resto é história, né? Ou não! Essa passagem não pode ser resumida até aqui apenas pelas taças, o carisma do jogador nas redes sociais ou a comemoração com o vapo. Gerson é, desde Adílio, o melhor camisa 8 que o Flamengo já teve em campo. Desfila técnica com a bola nos pés, inteligência para cumprir funções táticas e o mais importante do DNA Flamengo: raça para vencer!
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Tal qual tecnologia, o futebol evolui com o tempo. Solucionamos problemas com respostas que geram novas perguntas e esse é o passo a passo para o progresso. Dentre as diversas mudanças que presenciamos dentro das quatro linhas, uma das principais foi a dissociação do meia atacante e do meia defensivo para o meio-campista.
Jogadores que antes cumpriam o papel de apenas destruir ou construir jogadas vêm perdendo espaço nas principais ligas do mundo.
Vimos a talentosa geração de Zidane, Pirlo, Gerrard, Lampard, Seedorf e tantos outros gênios da bola transitar ao longo da carreira da proximidade da grande área para a faixa central do campo; a mudança estava acontecendo.
Em Guardiola Confidencial, o autor Marti Perarnau descreve Pep enquanto jogador e revela que para ele o sucesso consistia em organizar o time.
A posição de Pep era volante, e o próprio treinador em entrevista destacou: “Eu era meio-campista de passe, não tinha finalização, não tinha drible, jogo aéreo ruim, não era rápido, sobrevivi e a maneira como joguei no Barcelona me ajudou”.

Ao contrário de Guardiola, sobra talento em Gerson. Apresenta com louvor qualidade ofensiva e defensiva, mas se destaca em um aspecto que poucos jogadores, mesmo os craques, conseguem.
O camisa 8 rubro-negro não é biologicamente um jogador de extrema força, menos ainda dotado de considerável velocidade, mas alia com maestria mobilidade e explosão na saída de bola.
Segundo dados do Sofascorebr, no Brasileirão 2020, como volante, Gerson tem os seguintes números:
- 1º em dribles certos (66)
- 1º em grandes chances criadas (5)
- 1º em passes no terço final (354)
- 1º em faltas sofridas (82)
- 1º em duelos ganhos por baixo (184)
- 3º em Nota SofaScore (7.28)
Além de obter média de 90% de sucesso em passes e 84% em dribles por partida.
O desempenho do meia não se restringe à faixa central do meio campo. Gerson consegue executar funções jogando como armador ou pelos extremos do campo. Foi assim que Gerson conquistou o apelido de coringa e o carinho da Nação.
Qual é o segredo? Talvez o encontremos nas palavras de Pirlo, um dos melhores meio campistas da história do esporte: “O corpo é só uma ferramenta. Quem joga é a cabeça”.
Por fim, E MAIS IMPORTANTE, é inadmissível naturalizarmos falas racistas em 2020. É hora de executar o preconceito da sociedade! O negro não se cala mais, ele fala, grita e ergue o punho ✊🏽
P.S. Malandragem é sua falta de respeito, Mano Menezes.
Por Guilherme Araújo – Twitter: @araujolhermegui