Flamengo contesta valor cobrado por família de Christian Esmério

07/02/2024, 23:07
Christian Esmério, uma das vítimas da Tragédia no Ninho, ao lado de Tite

A família de Christian Esmério, goleiro vítima do incêndio no Ninho do Urubu em 2019, exigiu R$ 9,3 milhões à vista como indenização pela tragédia. Contudo, o Flamengo considera o valor exagerado.

Na última segunda-feira (5), o Flamengo apresentou à Justiça sua defesa no processo judicial movido pelos familiares de Christian. O Rubro-Negro alegou que seria impossível prever o acidente e que deste modo não teria praticado “qualquer ato ilícito que pudesse atrair para si a responsabilidade civil pelos danos sofridos”.

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O valor de indenização cobrado chega a R$ 9,3 milhões, com depósito à vista, divido em R$ 5,4 milhões por danos morais e R$ 3,9 milhões referentes a pensão. A família justificou que a vítima conseguiria ajudá-los com, pelo menos, R$ 10 mil por mês por um período de 30 anos.

Entretanto, o Flamengo crê que um valor justo ficaria em torno de R$ 150 mil e 500 salários mínimos. Outra alternativa apresentada pelo Fla era que fossem pagos cinco salários mínimos por mês até a data em que Christian completaria 65 anos. Atualmente, este método está sendo adotado de forma voluntária com as famílias das outras vítimas do acidente.

Além disso, a defesa do Flamengo diz que o requerimento deve ser feito pela “unidade familiar” e não por cada membro da família. Os advogados citam um entendimento do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) de que, quando a indenização é pleiteada por mais de uma pessoa da família, é preciso haver uma limitação no valor global “sob pena de enriquecimento ilícito da parte e violação ao critério de proporcionalidade”.

O juiz do caso deve declarar uma sentença em breve.

Christian Esmério foi primeira vítima reconhecida na Tragédia do Ninho

O dia 8 de fevereiro de 2019 é marcado por um dos episódios mais infelizes da história do Flamengo. Nesta data, as vidas de 10 jovens promessas da base rubro-negra foram ceifadas em um incêndio ocorrido no Ninho do Urubu.

Na próxima quinta-feira (8) a catástrofe completa 5 anos. Após meia década, 25 famílias chegaram a um acordo indenizatório com o Flamengo. Apenas os familiares de Christian Esmério, primeiro a ter o corpo reconhecido, seguem com um processo aberto contra o clube desde 2021.

Alguns dos sobreviventes continuam escrevendo sua história no Flamengo, enquanto outros brilham com a camisa de outros clubes.