Dunshee: estádio no Gasômetro tem 'tudo para acontecer' e SAF é 'sexo dos anjos'
O vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee de Abranches, afirmou em entrevista após a conquista do título carioca que o estádio do Flamengo no Gasômetro “tem tudo para acontecer”, mas que neste momento falar na transformação do clube em SAF para financiar o projeto é discutir “sexo dos anjos”. Dunshee admitiu mais uma vez que é candidato à sucessão de Rodolfo Landim, embora tenha ponderado que seu nome ainda precisa ser aprovado pelos apoiadores do presidente.
“Sou um pré-candidato, meu nome está à disposição dos grupos de apoio da gestão do presidente Landim, e o que eles escolherem está tudo bem. Eu tenho disponibilidade, eu posso, eu estou aqui. Ninguém é candidato de si mesmo, eu sou candidato do grupo, se o grupo quiser eu estou aí”, afirmou ele em entrevista ao Canal do David Sharp.
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A entrevista foi feita no domingo (7), portanto antes do resultado da segunda fase do licitação do Maracanã que praticamente confirmou a vitória do Flamengo na disputa do estádio na quarta-feira (10). Desta forma, Dunshee não foi questionado como isso afetaria os planos para o estádio próprio. Landim, entretanto, já havia afirmado que uma coisa não inviabiliza a outra, embora não tivesse revelado que o Flamengo se comprometeria a investir quase R$ 400 milhões no Maracanã junto com o Fluminense.
“Sobre estádio, a gente está trabalhando muito nisso. Depende de algumas autorizações, tem a questão do terreno da Caixa, existem outras opções, mas a Caixa é prioritária. Estamos trabalhando muito, toda semana a gente trabalha nisso. A Prefeitura apoia esse projeto. Eduardo Paes apoia esse projeto, Pedro Paulo apoia esse projeto, a cidade do Rio de Janeiro precisa desse projeto. Acho que tem tudo para acontecer ali no Gasômetro, acho que a Caixa vai se sensibilizar, vai ter uma valorização grande no local, a Caixa vai se beneficiar. Tem tudo para acontecer, tem tudo para acontecer”, afirmou Dunshee.
Dirigente admite opções, mas diz que Gasômetro é prioridade
O otimismo do vice-presidente contrasta com as informações de bastidores de que a negociação estaria travada devido a uma diferença muito grande entre o que o Flamengo pretende pagar pelo terreno e o que a Caixa quer receber. Dunshee foi questionado sobre outros terrenos, e admitiu que há opções, mas que o Gasômetro é prioridade.
“Existem outras opções em vários lugares que eu não posso revelar aqui senão complica a negociação futura. É uma prioridade grande, a gente vai insistir bastante neste momento aqui com a Caixa, e depois a gente vê os outros”, afirmou.
O Mundo Bola revelou na semana passada que uma dessas opções estudadas pelo Flamengo seria o terreno da antiga Terra Encantada, na Barra da Tijuca.
Dunshee também falou sobre a capacidade de público do futuro estádio. No passado, Landim garantiu que o estádio não teria menos de 100 mil lugares, mas as notícias recentes são de que o Flamengo teria se decidido por um projeto de 75 mil lugares.
“O desejo é fazer o maior estádio possível, mas a gente tem também que neogciar com as autoridades, com o plano diretor da cidade, ver o que cabe ali. Acho que 80 mil lugares já atende. O ideal é 100 mil. Mas a gente vai tentar fazer. Lógico que vai ter lugar popular. Quanto mais espaço, mais você consegue ter um preço mais em conta”, afirmou.
O vice-presidente prometeu novidades sobre a compra do terreno para os próximos meses.
“Está indo bem, estamos trabalhando muito, o presidente é muito dedicado nisso, tem uma equipe boa que ele colocou, tem um gestor desse assunto que passa por tudo, tem advogado trabalhando, tem muita coisa acontecendo, em breve a gente vai ter notícia aí”, disse.
Dunshee diz que SAF só deve ser discutida se houver proposta concreta
Sobre a questão da SAF, ele reforçou o discurso de Landim de que é preciso comprar o terreno primeiro e não é momento de discutir SAF.
“O presidente Landim é um homem de conceito, de princípios. Ele tem como conceito que ele acha que, se pintasse uma proposta de 2 bilhões para o Flamengo para dar 20% do clube através de uma SAF, seria interessante. Não existe essa proposta. A gente não tem nem o terreno ainda. Não vai acontecer na gestão do presidente, como ele mesmo já falou, até pela falta de projeto neste momento”, afirmou.
Dunshee afirmou acreditar que o Flamengo pode financiar o estádio por outros meios, mas que se houver uma proposta concreta bilionária de um investidor para comprar parte minoritária do Flamengo, os sócios do clube podem se interessar.
“É uma coisa que a gente tem que tratar não na base do conceito. Tem que tratar se pintar uma proposta, se aparecer uma proposta. Eu particularmente não vejo necessidade. Acho que dá para fazer a partir de cadeiras, e naming rights e outras possibilidades. Mas eu acho que falar sobre hipótese é difícil. Será que se aparecer R$ 2 bilhões, R$ 3 bilhões para pegar 20% do Flamengo o sócio vai querer ver isso. Vamos perguntar ao sócio, fazer uma pesquisa se ele quer saber. Hoje não tem nada”, disse
Para o vice-presidente, tratar do tema neste momento é “sexo dos anjos” e só causa desgaste:
“Então a gente tá fazendo uma discussão que é meio sexo dos anjos. Não tem nada. Então falamos uma questão que é de conceito e que traz um desgaste pro clube, não tem necessidade. O dia que tiver alguma coisa a gente conversa”.
Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...