Amuleto do Mundial de 1981 está a caminho do Marrocos em busca do bicampeonato

02/02/2023, 15:14

O genial Nelson Rodrigues gostava de afirmar que sem sorte não se chupa nem um Chicabon, pois há o risco de se engasgar com o palito. Tendo em vista as atuações do time do Flamengo nos últimos dois jogos, é seguro dizer que o Rubro-Negro vai precisar de toda sorte que puder reunir.

Um torcedor do Flamengo está fazendo a sua parte. Depois de faltar ao Mundial de Clubes de 2019, no Catar, quando o Rubro-Negro foi vice-campeão, ele estará no Marrocos para a segunda tentativa em três anos do Mais Querido bordar a segunda estrela dourada no Manto Sagrado.

Leia Mais: Dia de Aerofla: relembre outras festas da torcida do Flamengo no aeroporto

E vai levar junto um poderoso amuleto da sorte. A camisa branca que o time usou naquela final de 1981, contra o Liverpool, no estádio Nacional de Tóquio. Em 13 de dezembro, o Flamengo literalmente botou os ingleses na roda para vencer por 3 a 0, com dois gols de Nunes e um de Adílio.

O manto para lá de especial pertencia ao histórico supervisor Domingos Bosco, uma espécie de Brian Epstein daquele 11 mágico que tinha Raul, Leandro, Marinho, Mozer, Junior; Andrade, Adílio e Zico; Tita Nunes e Lico. Rodrigo Bosco prometeu ao avô que o Manto veria o bicampeonato. A hora é agora.

Para os mais jovens, Brian Epstein era o empresário e faz-tudo dos Beatles. Sua morte em 1967 é vista como o início do fim da banda. Se dentro de campo, as feras de Coutinho e depois Carpegiani davam conta do recado, fora dele Domingos Bosco era o gênio da logística e das relações interpessoais.

Domingos Bosco era o Brian Epstein do Flamengo de Zico

Formado no Fluminense da Máquina Tricolor de Rivelino e companhia, Domingos Bosco chegou ao Flamengo no final da década de 1970. Ele veio para ser o responsável por intermediar as conversas entre as feras do campo e os dirigentes, mas fazia muito mais.

Era, por exemplo, mestre em desviar a atenção em momentos de derrota. Uma vez, ainda e 1980, depois de revés para o Botafogo da Paraíba no Maracanã, inventou que haviam roubado os pertences de Zico no vestiário. No linguajar dos dias de hoje, mudou a narrativa.

Claro que a correntinha de ouro e outros ítens reapareceream milagrosamente em seguida. Para quem quiser saber mais sobre as aventuras do folclórico supervisor, recomendamos o podcast 81, do jornalista Eduardo Monsanto.

No Marrocos, o Flamengo, por assim dizer, estará protegido por Domingos Bosco. Seu neto Rodrigo vai estar nos estádios, pois vai levar o manto que foi do avô. Agora é torcer para as boas energias do cara que ajudou a forjar a geração mais importante da história do clube. Que elas ajudem na difícil tarefa de voltar para casa com a taça.