12 atletas pretos que fizeram história no Flamengo
Neste 20 de novembro, é celebrado o Dia da Consciência Negra. A data reforça a importância da luta antirracista, mas também é destinada a lembrar de pretos que mudaram a história do mundo. No Flamengo, não é diferente.
O Mais Querido é a casa de grandes atletas negros e históricos. Alguns já eternizaram seus nomes no clube, enquanto outros seguem escrevendo capítulos no Maior do Brasil. Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, o Mundo Bola relembra 12 grandes atletas pretos que fizeram, ou ainda fazem, história no Flamengo.
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Leônidas da Silva
Leônidas é um dos principais responsáveis pela popularização do Flamengo. Pioneiro no futebol brasileiro em diversos quesitos, o atacante chegou a Gávea em 1936. O Diamante Negro era um dos jogadores mais conhecidos do Brasil. Com sua personalidade forte, Leônidas da Silva ignorava os olhares racistas e fazia questão de frequentar os mesmos lugares da elite carioca.
Graças ao craque, o Flamengo se tornou um clube de massa e ultrapassou as classes sociais. Em campo, Leônidas também foi um sucesso, com 149 jogos e 153 gols. Isso mesmo, mais gols do que partidas. O Diamante Negro conquistou ainda o Campeonato Carioca de 1939.
Fio Maravilha
Mais um rubro-negro citado no “Samba da Estácio”, Fio Maravilha é cria do Flamengo. Iniciou sua carreira ainda jovem na base, aos 15 anos. E seu maior feito como jogador do Mengão foi um gol histórico, marcado em 1972. Até aquele momento, Fio era apenas João Batista. O atacante fez a festa da magnética torcida do Flamengo no Maracanã ao marcar o único gol do amistoso contra o Benfica, após sair do banco no segundo tempo.
O gol foi tão importante que João Batista, agora Fio Maravilha, ganhou música de Jorge Ben Jor. Com o Manto Sagrado, o atacante marcou 44 tentos em 167 jogos. O atacante também conquistou os estaduais de 1965 e 1972.
Andrade
Jorge Luís Andrade da Silva, o Andrade, fez história dupla no Flamengo. Primeiro, como jogador. O volante foi revelado pelo Mais Querido em 1976. Entre 79 e 88, fez parte do ano de ouro do Flamengo, com Zico e companhia. Andrade dominava tudo no meio-campo, com sua raça e técnica incomparáveis. Foram 29 títulos em nove anos.
E depois, Andrade retornou a Gávea para reescrever seu nome na história rubro-negra. O ídolo assumiu o comando técnico do Flamengo e 2009, e liderou a equipe ao inesquecível título brasileiro naquele ano.
Maestro Júnior
Um jogador que dispensa apresentações. Jogador que mais vezes vestiu o Manto Sagrado, Júnior e seu black power marcaram seu nome na história do Flamengo. Com Leandro, o Maestro formou a maior dupla de laterais do Mais Querido e uma das maiores do futebol mundial. Na década de 80, Júnior fez parte do time que conquistou tudo dentro das quatro linhas.
Mas sua história no Flamengo não parou por aí. O lateral passou alguns anos no futebol europeu, e decidiu retornar a sua casa antes de pendurar as chuteiras. Mesmo aos 35 anos, Júnior, o “vovô garoto”, foi campeão de novo com o Manto. No total, o Maestro tem 876 partidas e 14 títulos pelo Rubro-Negro.
Érica Lopes
O maior nome do atletismo do Flamengo, Érica Lopes também é retratada no “Samba da Estácio”. Mulher, preta e multicampeã, a Gazela Negra era sensação nas pistas de atletismo nos anos 60. Érica era imparável nas provas de 100 e 200 metros rasos. E nunca fez questão de esconder seu amor pelo Mais Querido.
A paixão e sede de vencer com o Manto era tamanha, que a Gazela Negra superou um dos momentos mais difíceis da sua vida pessoal nas pistas. “Comecei a tomar aquele amor, ao ponto de morrer a minha irmã, tinha que ir para Porto Alegre para o enterro. Mas no dia seguinte tinha um campeonato que Flamengo sonhava em ganhar, o Troféu Brasil. Deixei de ir ao enterro, estava triste, chorando. Venci todas as provas, e o Flamengo foi campeão”, contou Érica Lopes em 2013.
Bruno Henrique
Da várzea para o Museu do Flamengo. Bruno Henrique é mais um jogador preto que fez história na Gávea. O atacante teve um começo difícil e tardio, iniciando sua carreira já aos 19 anos, em um pequeno clube de Minas Gerais. Contratado como uma “aposta” pelo Flamengo em 2019, BH se tornou um dos símbolos da segunda geração mais vitoriosa do clube.
O Camisa 27 mostrou que era muito mais do que uma solução barata para os problemas da equipe. Com uma velocidade assustadora e dribles desconcertantes, Bruno Henrique ganhou tudo com o Manto Sagrado. Até o momento, são 131 participações em gols em 219 jogos. Fora os 11 títulos em apenas quatro anos.
Rebeca Andrade
Um dos principais nomes da ginástica mundial da atualidade, Rebeca Andrade é mais uma mulher preta que deixou seu nome na história do Flamengo. Rebeca é dona de um ouro nas Olimpíadas de Tóquio, além de ser bicampeã no Pan-Americano. E tudo isso com apenas 24 anos.
Mas a relação de Rebeca com o Mengão começa desde cedo. A jovem chegou ao clube ainda em 2011, quando ainda era uma criança de 12 anos. Sem sua família, que seguiu morando em Guarulhos, Rebeca Andrade foi acolhida pelo Flamengo e fez da Gávea sua nova casa. A joia rubro-negra está garantida nos jogos de Paris 2024, onde promete fazer história novamente.
Adriano Imperador
Outro cria do Flamengo, Adriano Imperador escreveu seu nome na história do Flamengo no campo e fora dele. O craque foi campeão brasileiro em 2009 com o Mais Querido. Porém, foi a simplicidade e coração de Didico que o tornou um ídolo da Nação.
Mesmo com toda fama, Adriano nunca esqueceu suas raízes humildes no Rio de Janeiro. Abraçado pela torcida do Flamengo, o Imperador virou um personagem do reinado Rubro-Negro. Foram 92 jogos e 46 gols com o Manto Sagrado, dividido em três passagens — 2000 a 2001, 2009 a 2010 e 2012.
Adílio
Assim como Andrade e Maestro Júnior, Adílio também é um dos jogadores da histórica geração de 80. Cria da Gávea, o meia atuou pelo Flamengo de 1975 até 1987. Adílio vestiu o Manto em 616 jogos e marcou 128 gols.
No meio-campo, Adílio dava ao Flamengo a sua cara. Era extremamente talentoso e criativo. Além disso, Adílio marcou gols importantes para a história do Mais Querido. Na final do Mundial contra o Liverpool, foi dos pés do eterno Camisa 8 que saiu o segundo gol que deixou os ingleses na roda.
Gabigol
Com pouco mais de quatro anos na Gávea, Gabigol já eternizou seu nome no Flamengo. Dono de recordes e artilharias, o Camisa 10 é o grande ídolo dessa geração mais recente. Entre os seus principais feitos, estão os gols decisivos nas duas Libertadores que conquistou com o Manto — em 2019 e 2022.
Os números de Gabigol pelo Flamengo impressionam. São 153 em 267 jogos. Apesar de viver uma fase ruim, Gabigol é mais um jogador preto que fez e faz história no Mengão.
Domingos da Guia
Domingos foi um grande zagueiro dos anos 30 e 40. Pelo Flamengo, mais precisamente, o Divino Mestre atuou entre 1936 e 1946. Ele fez parte do segundo bicampeonato carioca da história rubro-negra, entre 1942 e 1943.
Domingos da Guia é considerado um dos zagueiros que revolucionou a posição. Por onde passava, deixava saudade. E na Gávea não foi diferente. Disputou 223 partidas, trazendo solidez defensiva para o Mais Querido. Antes do bicampeonato, o Divino Mestre já havia vencido outro estadual em 1939.
Isaquias Queiroz
Campeão de terra e mar. O canoísta Isaquias Queiroz faz jus ao hino oficial do Flamengo. O baiano tem contrato com o Rubro-Negro desde 2019, em uma parceria que rendeu muitas glórias ao atleta. Sua principal conquista foi o ouro olímpico em Tóquio 2020.
Isaquias Queiroz é o terceiro maior medalhista olímpico do Brasil. São quatro medalhas, uma de ouro, duas de prata e uma de bronze. E assim como Rebeca Andrade, o canoísta quer seguir fazendo história pelo Flamengo. Isaquias está classificado para as Olimpíadas de Paris, em 2024.