Qual a relação entre a medalhista olímpica Rebeca Andrade e o Flamengo?
Um dos principais destaques das Olímpiadas em Tóquio, com certeza é Rebeca Andrade. A ginasta de 22 anos fez história ao ser a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha na modalidade. E não parou por aí, além da prata no individual geral, Rebeca conquistou a medalha de ouro no salto.
Nesta manhã de segunda-feira (02), Rebeca disputou a final do solo, porém, ficou com o quinto lugar. O resultado abaixo do esperado não ofusca nem um pouco o brilhantismo da brasileira nas Olímpiadas. Com apenas uma participação, ela já se tornou uma lenda do esporte brasileiro e chegará melhor ainda em Paris 2024.
O que muitos ainda não sabem, é que Rebeca Andrade é atleta do Flamengo, e não só isso, a ginasta tem uma forte relação com o clube, tendo chegado em 2011, com 12 anos de idade. Hoje, o Mundo Rubro Negro conta um pouco dessa história entre a campeã olímpica Rebeca Andrade e o Flamengo.
Início complicado para Rebeca
Nascida na periferia de Guarulhos, Rebeca teve uma infância humilde. Filha de mãe solteira, a ginasta dividia a casa de apenas um cômodo com mais sete irmãos. Por incentivo de uma tia, Rebeca ingressou na ginástica aos 4 anos de idade, em um projeto da Secretaria de Esportes de Guarulhos. Quem levava Rebeca aos treinos era o irmão mais velho, de bicicleta.
A pequena ginasta muitas vezes não comparecia ao treino pela dificuldade de chegar até o local. Por conta disso, a treinadora Keli Kitaura pediu para que Rebeca ficasse em sua casa nos fins de semana e, posteriormente, levou a menina para treinar em Curitiba.
Chegada ao Flamengo
Após um período treinando em Curitiba, Rebeca foi convidada por Francisco Porath, técnico da Seleção Brasileira, para treinar no Flamengo. Assim, a jovem foi integrada ao time juvenil do Mais Querido.
No Rubro-Negro, Rebeca lapidou mais ainda seu grande potencial e rapidamente se tornou uma das grandes promessas do esporte brasileiro. Um ano após sua chegada, Rebeca brilhou em seu primeiro campeonato como profissional. A jovem se tornou campeã do Troféu Brasil de Ginástica Artística, superando grandes nomes da modalidade nacional, como Jade Barbosa e Daniele Hypólito.
Em 2012, o Flamengo passou por um momento difícil, quando um incêndio atingiu o ginásio do clube. O fogo destruiu cerca de um terço das instalações da ginástica artística e causou um prejuízo de 800 mil reais. Felizmente, não houve feridos.
Financeiramente abalado, o Fla cortou gastos e viu alguns de seus principais atletas deixarem o clube. Entretanto, o Rubro-Negro fez questão de manter a jovem Rebeca, enxergando grande potencial e futuro na ginasta. O Mais Querido investiu na atleta nesse período de reestruturação.
Grandes conquistas de Rebeca pelo Flamengo
Em pouco tempo de clube, Rebeca mostrou todo seu valor e talento. Além da conquista do Troféu Brasil de Ginástica Artística em 2012, a brasileira brilhou na edição do troféu em 2014 e garantiu a primeira colocação no individual geral, na prova das paralelas assimétricas e no solo.
Pouco antes dos jogos olímpicos de 2016, Rebeca representou o Brasil na etapa de São Paulo da Copa do Mundo. Novamente, a atleta do Flamengo teve um grande desempenho chegando às finais das barras assimétricas e da trave, levando para casa a prata e o bronze. Na etapa de Portugal a ginasta conquistou duas pratas, na trave e no solo.
Na sua primeira olímpiada, em 2016, Rebeca teve bom desempenho terminando em 11º lugar no individual geral e 8º na competição por equipes. Vale ressaltar que a brasileira tinha apenas 17 anos.
Em 2018, a ginasta disputou mais uma etapa da Copa do Mundo, em Cottbus, na Alemanha, e assegurou mais dois ouros: no salto sobre o cavalo e na trave.
Rebeca enfrentou períodos difíceis com lesões
Apesar da grande trajetória, Rebeca enfrentou momentos delicados no decorrer de seu caminho para a glória eterna. Em 2014, já classificada para as Olimpíadas da Juventude de Nanquim, a brasileira teve que passar por uma cirurgia no pé e não pôde estar no evento.
Já recuperada em 2015, Rebeca treinava forte para o Pan, que seria sua primeira grande competição. No entanto, a ginasta rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito ao aterrissar ainda girando em um salto durante um treino. Foram oito meses duros de recuperação.
Desmotivada e com medo de se lesionar novamente, Rebeca Andrade ficou a ponto de desistir. Porém, além do grande apoio que recebeu do Flamengo, a ginasta teve grande ajuda de sua mãe, Dona Rosa, que sempre acompanhou a filha nos momentos difíceis e deu a motivação necessária para que ela continuasse trilhando seu caminho de sucesso.
Após os jogos do Rio em 2016, Rebeca foi como favorita para disputar o Mundial de Montreal em 2017. Infelizmente, a brasileira sofreu uma lesão recidiva no joelho durante um salto no aquecimento para o treino de pódio. Dessa vez, a ginasta não se deixou abalar e rapidamente se recuperou para a disputa do Mundial em 2018.
Em 2019, a atleta do Flamengo sofreu uma nova lesão no joelho e ficou de fora do Mundial de Stuttgart, competição pré-olímpica. Com a vaga ameaçada para Tóquio, Rebeca recebeu respaldo do Fla, que renovou seu contrato, auxiliou para uma recuperação rápida e treinamento forte para o Pan de 2020.
A brasileira brilhou novamente e foi campeã do individual geral, carimbando sua passagem para Tóquio e mantendo vivo o sonho da medalha para o Brasil.
A glória eterna de Rebeca
Com contrato renovado e 100% pronta para os jogos de Tóquio, Rebeca surgiu como uma estrela nos jogos olímpicos. A rubro-negra conquistou a medalha de prata na modalidade individual geral, fazendo história ao ser a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha na ginástica.
Rebeca foi além e emocionou a todos quando conquistou a tão sonhada medalha de ouro no salto. Com apenas 22 anos, Rebeca Andrade fica marcada na história do esporte brasileiro e do Flamengo. A ginasta conquistou sua Glória Eterna.