Zico cancela entrevista após comentário nazista de apresentador
Maior ídolo da história do Flamengo, Zico cancelou a entrevista que daria ao Flow Sport Club na tarde dessa terça-feira. De acordo com o filho do craque, o motivo foi a fala do apresentador Monark que defende a criação de um partido nazista no Brasil.
“As duas (direita e esquerda radical) precisam ter espaço (no Brasil). O nazista devia ter o partido nazista reconhecido pela lei. As pessoas precisam ter o direito de serem idiotas”, disse Monark.
A fala aconteceu durante o podcast com os deputados federais Kim Kataguiri (Podemos) e Tabata Amaral (PDT), no Flow Podcast. Zico estava confirmado para o Flow Sport Club, contudo ambos são da mesma empresa. Sendo assim, o Galinho optou não participar da entrevista após ver o vídeo do comentário.
Além disso, outras personalidades esportivas repudiaram a fala e recusaram participar do podcast. É o caso de Mauro Cezar, por exemplo. Benjamin Back, do SBT, pediu para que sua entrevista fosse retirada do ar.
A FFERJ anunciou também a ruptura imediata com os estúdios Flow, responsável pelo podcast Flow Sport Club, que tinha direito de transmissão de algumas partidas do Carioca. A federação reafirma ser “defensora da igualdade, do respeito e contrária a qualquer tipo de preconceito” e, por isso, rompe com a empresa após “apologia ao nazismo.
Comentário nazista ocorre dias após Gabigol sofrer racismo em clássico
O comentário de Monark no Flow defende uma política racista, homofóbica, antissemita e intolerante. Embora seja assustador, não precisa ir muito longe para achar esses preconceitos no Brasil.
No último domingo, por exemplo, um vídeo flagrou gritos de “macaco” da torcida do Fluminense em direção ao Gabigol. Mesmo assim, a diretoria do clube colocou em dúvida a acusação de racista. Isso porque o presidente tricolor Mario Bittencourt questionou se o atacante rubro-negro ouviu os xingamentos.
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“A gente vai ouvir os seguranças que estavam ao lado do Gabigol, porque eles não tiveram nenhuma reação na hora dos xingamentos. A nossa dúvida é se realmente houve a ofensa racista. Se houve, iremos buscar a punição (…) Uma jornalista faz um vídeo lá de cima e diz que houve a ofensa racista. Depois, um influenciador diz que teve a impressão. Só depois o Gabigol fala que aconteceu. A gente entende que ele pode não ter escutado isso”, afirmou Mário.
A fala não caiu bem nas redes sociais e gerou críticas ao posicionamento do dirigente. Além disso, o Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) informou que não vai denunciar ninguém por enquanto. Isso porque a corte alega falta de provas, conformou apurou o Uol.
Apaixonado por contar histórias. Profissional com facilidade na escrita e na comunicação. Atualmente, redator no Mundo Rubro Negro