Walter Monteiro: 'É preciso cautela, mas Caso BH parece um tanto exagerado'

05/11/2024, 20:39
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O advogado e ex-candidato à presidência do Flamengo, Walter Monteiro, deu seu parecer sobre o caso envolvendo o atacante Bruno Henrique, que se tornou alvo de operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira, por suposta participação em esquema de manipulação de partidas.

Walter, que também é colunista do Mundo Bola, analisou o caso, chamando atenção para a necessidade de muita cautela e apuração com a situação, pois se trata de um caso delicado. Mas que, pelos indícios detalhados, a repercussão foi incompatível com o tamanho da acusação.

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“É preciso ter muita cautela, afinal a acusação é grave e se relaciona diretamente com a integridade do futebol. Por isso, é muito importante apurar. Dito isso, me parece um tanto exagerado tanto ruído. A reportagem mostra que o alerta foi disparado por 3 apostas, com um lucro que não passava de R$ 6 mil – algo que, convenhamos, soa pequeno para tanto alarde. Que ao menos sirva para 2 mudanças importantes. A regulação precisa ser bem rígida; o Flamengo precisa ter iniciativas de integridade permanentes”, disse Walter Monteiro.

STJD arquivou investigação sobre Bruno Henrique

Assim como Walter Monteiro, o STJD entendeu que o caso do atacante do Flamengo não é da gravidade e proporção que o assunto tomou ao longo do dia. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva publicou uma nota nesta terça-feira, explicando o andamento do caso.

Nela, há informação que o STJD recebeu um alerta da Conmebol, em agosto deste ano, nove meses depois da partida analisada pela investigação, entre Flamengo e Santos. O tribunal contactou a empresa Sportradar, que, por meio de relatório, concluiu que não detectou irregularidades no momento da partida.

Confira a nota completa:

“O Superior Tribunal de Justiça Desportiva recebeu comunicado da Diretoria de Ética e Conformidade da CONMEBOL, encaminhado pela Unidade de Integridade do Futebol Brasileiro em 02/08/2024, sobre a partida ocorrida em 01/11/2023 (nove meses antes) entre Flamengo RJ e Santos–SP, com relato de comportamento atípico no cartão amarelo do atleta Bruno Henrique Pinto.

De imediato, a Procuradoria de Justiça Desportiva oficiou a empresa SPORTRADAR, parceira externa contratada pela FIFA para monitorar o campeonato objeto da suspeita de manipulação, inclusive com a realização de análise de inteligência. Em resposta, a SPORTRADAR apresentou relatório com a conclusão de que não identificou irregularidades no momento da partida.

Em análise desportiva do lance, a Procuradoria constatou que os fatos observados se coadunam com a realidade razoável da prática do futebol, considerando, notadamente, a ação do atleta no fato assinalado como falta, a intensidade da jogada, a reação do jogador após a marcação da infração e o minuto da partida em que a disputa de bola ocorreu. Entendeu-se que, na ótica desportiva, os fatos são compatíveis com os parâmetros usuais.

A Procuradoria considerou que o alerta não apontou nenhum indício de proveito econômico do atleta, uma vez que os eventuais lucros das apostas reportados no alerta seriam ínfimos, quando comparados ao salário mensal do jogador.

Por tais razões, diante da falta de elementos concretos, entendeu-se pelo arquivamento das peças de informação no âmbito da Justiça Desportiva naquele momento, sem prejuízo de ulterior processo disciplinar caso as autoridades de persecução reúnam acervo probatório com evidências conclusivas, com base nos poderes de investigação que lhe são conferidos.”


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