Na segunda-feira (24), o Vice-Presidente jurídico do Flamengo, Rodrigo Dunshee, participou do podcast BarbaCast e esclareceu os planos do Flamengo para construção de estádio. Segundo o dirigente, ainda há muito trabalho para ser feito, pois o terreno do gasômetro é desejado por um órgão público e serão necessárias muitas reuniões para encontrar uma solução.
“O terreno ideal para essa história do estádio é o do Gasômetro. Só que esse terreno é mais complicado, precisa do envolvimento do poder público federal, estadual e municipal. Esse terreno pertence à um fundo imobiliário da Caixa Econômica Federal e a Secretaria do Patrimônio da União (SPU) também tem interesse .”
Confira mais: Torcedor idealiza ação para distribuir camisas do Flamengo para moradores de Guayaquil
Rodrigo explicou que as negociações ainda devem demorar, pois o terreno tem um potencial construtivo. Potencial construtivo é basicamente a quantidade de metros quadrados que podem ser construídos em um terreno. Como no gasômetro podem ser feitos 50 andares, o Flamengo busca um outro terreno para substituir o potencial construtivo, e todo esse processo deve durar seis meses.
“O terreno tem uma potencial construtivo, quem construir ali pode fazer 50 andares, então tem um valor maior porque pode construir mais. Logo, a gente vai ter que tirar esse potencial construtivo dali e transferir para outro terreno. O Eduardo Paes se comprometeu a ajudar, isso não significa que o Flamengo não vai pagar, mas o Flamengo quer pagar o necessário para um estádio. É um processo demorado, presumo que vai demorar mais seis meses.”
Outro ponto abordado, foi a descontaminação que precisa ser feita no terreno. De acordo com o arquiteto Fabrício Chicca, o terreno do gasômetro apresenta altos índices de contaminação. Entretanto, o processo não inviabiliza a construção, mas aumenta os custos.
“A descontaminação está no pacote. Ela pode ser mais cara ou mais barata, dependendo do que vai ser construído, de quanto tem que cavar, já tem estudos mas realmente é mais um valor que tem que ser pago.”, afirmou o dirigente.
Capacidade do estádio do Flamengo
Um dos maiores pedidos da torcida do Flamengo, é que o estádio próprio tenha pelo menos 100 mil lugares. Perguntado sobre rumores de impossibilidade de fazer um estádio para 100 mil pessoas, em função de uma construção da prefeitura que acontecerá nas proximidades do terreno, Dunshee deu declaração que deve animar os torcedores.
“Não é verdade, dá para fazer. 100 mil é o número, se for mais é surpresa, mas 100 mil é um ótimo número”, afirmou o Vice-Presidente.
Essa informação vai de encontro com a declaração dada pelo presidente Landim, em agosto. Na ocasião o presidente afirmou que a vontade dele é um estádio com no mínimo 100 mil lugares.
Licitação do Maracanã e participação da 777
Os torcedores também estão se perguntando se o Flamengo estará na licitação do Maracanã. Já que pretende construir um estádio próprio e também porque o edital lançado pelo governo do Rio de Janeiro é muito desfavorável ao clube. Porém, Dunshee afirma que o Fla concorrerá sim, inclusive a proposta está finalizada.
“O Flamengo e o Fluminense já estão com tudo pronto. O Flamengo recebeu a licitação assim e a pergunta é ‘interessa?’, se interessa o Flamengo tem que disputar.”
Sobre o Vasco e a 777, SAF que comprou o futebol do clube, estarem interessados no estádio, Rodrigo foi claro ao afirmar que cabe ao estado decidir o que valoriza mais o Maracanã, dois times que estarão em competições internacionais ou um clube que já tem um estádio e estaria vindo da Série B.
“Faz parte, a licitação é aberta, mas tem que ir para disputa. Agora veremos o que interessa mais para o Rio de Janeiro, um time que tem um estádio e provavelmente não vai levar todos os jogos para o Maracanã, vindo da Série B, fora de competições internacionais e aliado com uma empresa internacional. Estou muito confiante com a participação do Flamengo, o Maracanã não é o Teatro Municipal, o estádio foi feito para jogar futebol e acho que o Flamengo e Fluminense unidos é melhor para o Rio de Janeiro.”, conclui Dunshee.
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.