Bruno Cazonatti | Twitter @cazonatti
Nada melhor que estrear a minha coluna aqui no Mundo Bola com o mais puro e genuíno “mimimi”. E é o que mais tenho visto nestes dias, após o anúncio de que o Flamengo jogaria em Natal e em Brasília. Então, vale mesmo vender as partidas para fora do Rio de Janeiro? Bom, daí depende do ponto de vista sobre como a palavra “vale” é interpretada por cada rubro-negro que compõe a Maior Torcida do Mundo.
Se pensarmos monetariamente, creio que seria um consenso que sim, pois é preciso fechar as contas e esta ação faz dinheiro entrar em caixa. Mas, vou além das questões financeiras, até porque vi muito rubro-negro carioca reclamando dessa decisão e afirmando que o Maracanã é a casa do Flamengo, e que sem a torcida empurrando perderemos pontos importantes e blábláblá.
Primeiramente, balela. Sim, balela, pois o desempenho recente do time dentro do ex-maior estádio do mundo deixa a desejar. Não sou estatístico, mas pode ver a quantidade de vacilo que o Flamengo deu dentro do seu “alçapão”. Segundamente, o Vasco. Continuando, esse papinho de que fora do Maracanã não tem torcida jogando junto com a equipe é querer ofender o rubronegrismo e o código de ética flamenguíssimo que rege, além do “time grande não cai”, que somos a “maior nação do Mundo”.
Em qualquer lugar que o Flamengo jogue, ele está em casa. Seja qual for o estádio, incluindo os superfaturados e jogados às baratas após a Copa do Mundo 2014, a torcida do Flamengo lota. Independente de campanha boa ou ruim. Porque os rubro-negros que falam chiado e chamam os brothers de mermão aqui na Cidade maravilhosa, não são mais ou menos apaixonados que os ditos off-Rio. São eles, também, que fazem o Flamengo ser este gigante que arrasta multidões sem demarcação territorial. O Mais Querido do Brasil e além até.
E a extensão desse amor, disseminado desde a época de Dida, Leônidas da Silva, e que chegou ao auge com nosso Esquadrão de Ouro, já nem depende tanto assim de supercraques para se revitalizar. O amor que nos faz seguir o Flamengo independe se é o Obina, o Walter Minhoca ou o Guerreiro quem comanda a equipe dentro de campo. E essa paixão, esse amor, não cobra se você é carioca, nordestino, soteropolitano, etc. Até porque, quem nasce no Brasil é Flamengo, o resto é que segue pelo caminho torto.
Onde o Flamengo estiver, nós estaremos. Com sotaques, timbres, cores e raças diferentes. Somos um imenso clã de mulambos orgulhosos, somos favela, somos urubu, somos elite e somos povão. Somos todos, menos alguns. Mas sempre com o mesmo amor e devoção por este clube.
O resto é tudo mimimi.
Jornalista, fotógrafo e roteirista. Carioca, balzaquiano e integrante da Maior Torcida do Mundo. Utiliza este espaço para disseminar seu amor pelo Flamengo. "Eu não morro de amor pelo Flamengo. Eu vivo por esse amor".
Bruno Cazonatti