Na tarde desta segunda-feira (25), a CBF publicou um comunicado em seu site oficial que veta a realização da Sul-Minas-Rio, aceitando conversas sobre o assunto apenas em 2017. A nota da confederação contra a Primeira Liga é quase um tapa na cara de quem luta por um futebol melhor e mais profissional no Brasil.
Aqui vai um trecho da nota emitida pela Confederação Brasileira de Futebol: “CONSIDERANDO o interesse da CBF em harmonizar e democratizar o futebol brasileiro, pondo fim aos entraves, conflitos e antagonismos que acabaram se verificando entre os múltiplos atores de nosso futebol, visando a um relacionamento saudável entre todos eles”. Interesse em democratizar? Olhe para seu sistema eleitoral e a forma como fazem da Seleção Brasileira uma grande piada. Não tem intenção alguma em harmonizar, nunca teve.
Porém, o medo de quem anda fazendo o que quer com os clubes é grande. A ameaça de perder o poder faz com que pessoas façam coisas sem pensar e cada vez mais vão se enrolar em suas ações e palavras. O primeiro exemplo disso é a declaração de Coronel Nunes, que pouco depois de vetar a Liga, nem fez questão de esconder que não sabe o que está fazendo. O presidente da CBF não conseguiu explicar porque barrou a competição em 2016, apesar da nota emitida ter sua assinatura.
O mesmo está sob uma espécie de “Lei da Mordaça”, que foi imposta pela própria entidade para evitar que ele cometesse gafes ou entrasse em polêmicas. Preste bem atenção, Nunes não pode dar declarações pois foi proibido pela confederação que preside. Seria engraçado, se não fosse trágico.
O que não adianta é um grupo bater de frente, se torcedores e clubes que não estão dentro da competição desvalorizarem o movimento por mudança. Entendam, vai respingar em todos. Pode não ser hoje ou amanhã. Mas, mais cedo ou mais tarde, o futebol brasileiro vai sofrer as consequências dessa falta de união – ou melhor, já está sofrendo. Não dá mais para ser conivente com a confederação.
O presidente da Primeira Liga, Gilvan de Pinho Tavares, bateu o martelo e garantiu a realização do campeonato: “A Primeira Liga vai sair de qualquer jeito. Os clubes não abrem mão de disputar”, disse. E ainda completou: "A CBF não está em condições de exigir nada. Se estivesse, não teria um ex-presidente preso e o atual sem poder sair do Brasil".
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, seguiu a mesma linha: “Eu tenho confiança de que não vai haver problema nenhum, até porque não estamos prejudicando ninguém. Não existe nenhum conflito com qualquer data do estadual e não estamos fazendo nada de errado. Quatro federações estão agindo de maneira colaborativa”. Além disso, os clubes envolvidos emitiram notas confirmando sua participação.
A hora de iniciar a mudança é essa. Os clubes que compraram a briga precisam continuar batendo de frente com o apoio de suas torcidas e quem mais se interessar em acabar com o circo que virou o futebol brasileiro. Aos que ainda não apoiam a virada, é hora de pensar no futuro e se voltar contra uma confederação que só envenena e empobrece o Brasil.
Ouça, na íntegra, o posicionamento de EBM sobre a nota emitida pela CBF:
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Luiza Sá é estudante de jornalismo e cresceu nas arquibancadas do Maracanã ao lado de sua família. É a redatora de basquete do MRN e apaixonada pelo esporte da bola laranja.