Treinador do Botafogo sobe o tom contra polícia em campo

26/02/2023, 10:43
Treinador do Botafogo, Luís Castro criticou presença da polícia em campo no clássico contra o Flamengo

Após a derrota para o Flamengo pelo Campeonato Carioca, o treinador Luís Castro, do Botafogo, fez uma dura crítica à cultura brasileira de ter Polícia de Choque para fazer a segurança em campo. No entendimento do português, isso passa a imagem de selvageria e não é a melhor maneira para proteger os jogadores, comissões técnicas e arbitragem.

A ação policial criticada por Luís Castro se deu em dois momentos. A primeira aconteceu com a partida se encaminhando para o final, quando um torcedor invadiu o campo e foi retirado por seguranças. Somente depois que o invasor havia saído de campo que a tropa de choque da polícia, do lado inverso do acontecido, havia entrado no gramado. A ação tardia foi prontamente interferida pelo treinador botafoguense, já que a presença ali já não era mais necessária.

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Em seguida, com os nervos à flor da pele por parte dos atletas e comissão técnica do Botafogo, a polícia novamente entrou em campo para fazer a proteção da equipe de arbitragem ao fim do clássico contra o Flamengo. Enquanto tentava criticar o árbitro, Luís Castro tinha pela frente alguns escudos impedindo a conversa. Por isso, no pós-jogo, o comandante botafoguense subiu o tom contra a interferência.

“Agora faço eu a pergunta. Assistimos jogos em todos os continentes, e há polícia em campo? Me respondam. O Flamengo e Botafogo estava sendo visto na Europa, e que imagem estamos vendendo? Polícia de Choque em campo? Eu não cheguei para mudar nada, só para fazer meu trabalho. Mas como um técnico é empurrado pelos bastões da polícia para não falar com o árbitro? Eu sou assassino? Vou roubar o árbitro? Vou agredir? Mesmo que eu vá insultar, há a justiça esportiva para isso”, disparou o português.

Treinador do Botafogo criticou a CBF e por permitir polícia em campo

Na mesma linha, Luís Castro também culpou a CBF e pediu mais responsabilização por parte da entidade e de todas as partes envolvidas em uma partida de futebol.

“(O campo de jogo) Não é espaço para a polícia! É uma vergonha o que aconteceu hoje. A CBF não deveria permitir polícia em campo. Passa a imagem de que somos selvagens, e não somos. Todos os jogadores meus que chamarem o árbitro de filho da… devem ser expulsos, e os do Flamengo também. Eu assumo a culpa da derrota, sou o líder. Mas todos os agentes do jogo precisam assumir a responsabilidade. O estado do campo é outra coisa, tem que ser cuidado”, concluiu o treinador.

Com a derrota por 1 a 0 o Botafogo caiu para a terceira colocação. O Flamengo, por sua vez, garantiu a classificação para a próxima fase e está muito próximo de faturar a Taça Guanabara.


Lucas Tinôco
Autor

Acima de tudo Rubro-Negro. Sou baiano, tenho 28 anos e cursei Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb). Além do MRN, trabalhei durante muito tempo como ap...