A recente e polêmica entrevista de Rodolfo Landim segue repercutindo negativamente. Em contato com o jornalista Mauro Cezar Pereira, o presidente do Flamengo defendeu o voto deve seguir restrito à poucos eleitores, e que sócios-torcedores não devem ter direito a participar das eleições. Nesta terça, foi a vez da Torcida Organizada “Nação 12” se posicionar.
Em nota oficial em suas redes sociais, a Nação 12 foi firme contra o discurso de Rodolfo Landim. A torcida reforçou o “compromisso com um Flamengo mais popular e profissional”, defendeu uma mudança estatutária, e pede o fim de eleições definidas por poucos da “Fla-Leblon”.
Leia mais: Pedro Caixinha, técnico do Bragantino, provoca Flamengo na Band
Esta não é a primeira manifestação da Nação 12 à favor do voto popular através do programa de sócio-torcedor. No jogo contra o Bahia, pelo Campeonato Brasileiro, a Organizada estendeu faixas no Maracanã, entre elas a que mais chamou atenção do torcedor: “ST com direito a voto já!”.
Em nota nesta terça, a torcida sugere um possível formato de participação dos Sócios-Torcedores: “Uma eventual mudança estatutária que conceda ao ST o direito ao voto, como qualquer outra categoria de sócio do clube, estaria atrelada a adimplência. Para ter direito ao voto, se faz necessário no mínimo, 3 anos de vida associativa e mensalidades em dia”.
Nota oficial da Nação 12 sobre as eleições no Flamengo
O que disse Rodolfo Landim?
A fatídica entrevista foi ao ar no dia 17 de novembro, última sexta-feira. O tema principal da entrevista era a construção do novo estádio do Flamengo, e as estratégias para adquirir o terreno do antigo Gasômetro, na Zona Portuária do Rio de Janeiro. E foi ao falar sobre a importância do seu sucessor (seu mandato vai até o final de 2024), Landim se mostrou contra o voto para sócios-torcedores.
“Para tudo isso funcionar será preciso mudar a governança no Flamengo para não aparecer alguém que destrua esse caminho. O Flamengo está estruturado. Mas alguém pode quebrar o clube em três meses. A governança do Flamengo é super presidencialista e os poderes que o presidente tem são enormes”, iniciou.
“Se eu amanhã quiser contratar o Neymar, lanço uma dívida de R$ 1,25 bilhão e ponto. Por isso sou contra fazer do sócio-torcedor um eleitor. Alguém lançaria uma plataforma de promessas malucas e quebraria o Flamengo. Ficaria mais fácil emplacar um discurso populista. Eu poderia fazer uma graça em 2024. Meu último ano de mandato. Deixar um buraco para quem vai ficar no meu lugar. Poderia…”, disse Landim, revoltando parte da torcida.
28 anos, jornalista formado na FACHA. Sou apaixonado pelo Flamengo e esportes em geral, mas com foco no futebol e basquete.