TJD-RJ converte multa por cantos homofóbicos no Fla-Flu, mas absolve tricolores por racismo a Gabigol
O Flamengo foi multado em R$ 20 mil por conta de cantos homofóbicos da torcida em partida contra o Fluminense, no dia 6 de fevereiro. Após recorrer no tribunal, o Mais Querido conseguiu converter a multa em 50 cestas básicas pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ), e a decisão foi publicada nesta terça-feira (10), mas o caso de racismo contra Gabigol segue impune.
No mesmo Fla-Flu, Gabigol foi vítima de racismo, e nas redes sociais, em um vídeo do jogador saindo de campo, pôde-se ouvir um grito da torcida do Fluminense o chamando de macaco. O Fluminense foi absolvido, e na mesma publicação da multa flamenguista nesta terça, o TJD manteve a absolvição.
Árbitro relata racismo a Gabigol na súmula de Flamengo x Fluminense
Após o ocorrido, a súmula de Alexandre Vargas Tavares, árbitro da partida, constou sobre o ocorrido. No entanto, também por conta do que circulou nas redes sociais. Isso porque o juiz relatou que, de sua posição, “não foi possível identificar”.
“Tomei conhecimento após a partida através da mídia, da circulação de um vídeo nas redes sociais, onde torcedor localizado no setor oeste inferior, destinado a torcida visitante, supostamente ofende com gritos racistas, o atleta Gabriel Barbosa, do Clube de Regatas do Flamengo. Não foi possível identificar da minha posição dentro de campo o suposto grito com ofensa racista ao atleta”, diz a súmula.
A omissão da FERJ
A Federação, no entanto, apenas soltou nota oficial repudiando o ato. No entanto, se eximiu de responsabilidade e a jogou para o Tribunal de Justiça Desportiva. Ou seja, não aplicando nenhum tipo de punição aos tricolores.
“A FERJ prega a igualdade, o respeito e lamenta e repudia as ofensas dirigidas ao atleta Gabriel Barbosa, do Flamengo. A competência para avaliar o caso é do Tribunal de Justiça Desportiva-RJ”, disse a Federação.
Gabigol, portanto, aguarda. Mas o caso pode não dar em nada. Isso porque a Justiça Desportiva não vai fazer denúncia. Porque, por enquanto, não há provas suficientes.
Por isso, o caso de Gabigol pode ser mais um no Brasil a acontecer e ficar por isso mesmo.
