Nesta segunda-feira (16), Tite foi oficialmente apresentado no Flamengo. Em entrevista coletiva ao lado de Rodolfo Landim, Marcos Braz e Bruno Spindel, o treinador falou sobre sua chegada ao clube e primeiras impressões. Então, o treinador respondeu sobre um possível resgate do futebol de 2019 e sobre o DNA rubro-negro, mencionado pelo presidente.
“Você tinha dito em uma entrevista, acho que no ano passado, ao Zico, sobre a questão do eixo central do Flamengo que era muito forte, e que o Dorival conseguiu resgatar um pouco daquilo que o Flamengo já vinha apresentando desde 2019 para cá. É esse estilo de Flamengo que você quer resgatar depois dessa temporada que teve uma expectativa muito alta, mas que os últimos treinadores não conseguiram aplicar esse conceito, esse DNA que o Landim mencionou a pouco?”, perguntou Renan Moura a Tite.
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“Numa conversa que tivemos com o Zico, esse senso criativo, essa capacidade de agredir o adversário sendo contundente, procurando o gol, infiltrando, finalizando… faz parte do conjunto. O Dorival não tinha o Bruno, agora o Bruno em um grande momento, e vai depender desses momentos individuais. Depende desse contexto todo. O campo fala, às vezes esconde (risos), mas normalmente fala”, respondeu Tite.
Tite citou anteriormente sobre o DNA do Flamengo na coletiva
Ao apresentar o novo treinador, o presidente Rodolfo Landim afirmou que o treinador tem o “DNA do Flamengo”. Posteriormente na coletiva, Tite falou novamente sobre essa essência do rubro-negro de propor o jogo e ser agressivo:
“O jogo parte de um princípio, manter a posse de bola, é do DNA do Flamengo. O técnico tem que se adaptar aos jogadores, e não o contrário. Precisa ser eficiente em bolas paradas, quando se foge desse aspecto, fica mais longe de vencer. Em alguns momentos do jogo, o adversário vai ter o domínio, aí é controlar o adversário”, explicou o treinador.
Qual estilo de jogo esperar do treinador?
O MRN ouviu analistas que explicaram qual o estilo de Tite e o que esperar do treinador do Flamengo acerca de um debate que vem ganhando força no aspecto tático: o estilo do treinador é próximo do jogo de posição ou relacional/funcional? É importante destacar que os analistas explicam que não é muito utilizado o termo funcional, visto que o termo não aparece na literatura futebolística e ainda têm conceitos rasos quanto à oposição ao jogo de posição.
Raphael Rabello, do canal “Falando de Tática” explica Tite não pode ser considerado adepto do jogo de posição. Entretanto, adotou nos últimos anos alguns conceitos da ideia posicional, como a de amplitude máxima, vantagem qualitativa (explorando os pontas no um contra um) e a ocupação dos espaços (disposição do time no 3-2-5 para atacar).
Nos primeiros anos de Seleção Brasileira, o treinador tinha um estilo similar ao que jogava no Corinthians, com mais aproximações entre os jogadores. Contudo, a medida que os anos foram passando, o treinador utilizou de conceitos do jogo de posição. De acordo com Tite, a ideia era de ser algo mais próximo com o que os jogadores trabalhavam nos clubes europeus.
Dessa forma, assim como o treinador mencionou na coletiva, o ideal é que Tite se adapte ao estilo dos jogadores do Flamengo. Por outro lado, caso o treinador tente implementar uma mudança mais radical, deverá passar pelos mesmos problemas que Domènec, Sampaoli e Vitor Pereira.
Sou de Teófilo Otoni-MG, mas moro e estudo jornalismo em Belo Horizonte, na PUC Minas. Apaixonado pelo Flamengo, videogames, Samba, MPB e sou ex-tenista.