Terra Encantada volta à pauta no Flamengo como opção a Gasômetro
A falta de avanços nas negociações com a Caixa Econômica Federal pela aquisição de um terreno na relação do Gasômetro recolocou em pauta no Flamengo um local alternativo para um estádio que já foi sondado pelo clube em outras oportunidades: a antiga Terra Encantada, na Barra da Tijuca, parque de diversões desativado em 2010 e demolido em 2016.
Embora tenha dito que não existe outro terreno com a localização “perfeita” do Gasômetro, principalmente em termos de acessibilidade por transporte público, o presidente Rodolfo Landim disse após o sorteio da Libertadores que o Flamengo tem duas opções de terreno ao pertencente a um fundo controlado pela Caixa. O Mundo Bola apurou que um desses terrenos é o da antiga Terra Encantada.
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O terreno atualmente pertence às construtoras Queiroz Galvão e RJZ Cyrela. O Flamengo já estreitou as relações comerciais com a RJZ Cyrela nos últimos anos, depois que a construtora adquiriu o edifício que fica na antiga sede do Morro da Viúva, reformou o local e disponibilizou apartamentos para que o Flamengo negociasse.
A primeira vez que o Flamengo sondou o terreno da Terra Encantada foi em 2017, na gestão do ex-presidente Eduardo Bandeira de Mello e do vice de Patrimônio Alexandre Wrobel. Na ocasião, Wrobel disse que o valor inviabilizava o negócio.
“Cyrela é uma das maiores empresas do mercado imobiliário, uma das mais sólidas empresas. Inclusive esse negócio do Morro da Viúva foi muito interessante. Sim, eles são sócios, os donos do terreno do ‘Terra Encantada’ assim como de outros terrenos. Seria espetacular, um ponto mais do que nobre, mas infelizmente o valor do terreno, o que eles imaginam em termos de negociação foge completamente da nossa realidade, praticamente inviabiliza a construção de um estádio. Então, nesse sentido não caminhou”, afirmou o então vice de Patrimônio.
Terra Encantada era muito cara para Flamengo em 2017, mas situação econômica mudou
A situação econômica do Flamengo, entretanto, mudou completamente desde 2017. Naquele ano, o Flamengo tinha patrimônio líquido de R$ 63 milhões, uma dívida total de R$ 335 milhões, receita de R$ 654 milhões e superávit de R$ 159 milhões.
Em 2023, esses números foram respectivamente, R$ 654 milhões, R$ 48 milhões, R$ 1,37 bilhão e R$ 320 milhões. Ou seja, um valor impossível para o clube não seria necessariamente visto da mesma forma hoje.
A gestão Landim também chegou a estudar a possibilidade de construir um estádio na Terra Encantada em 2022, quando tentou entabular uma negociação com a prefeitura para fazer a obra no Parque Olímpico, também na Barra, e procurou outros terrenos na área como alternativa. Naquele mesmo ano, porém, surgiu a oportunidade de negociar com a Caixa a aquisição do terreno no Gasômetro, e a ideia da Terra Encantada voltou a ser abandonada.
O terreno da Terra Encantada é consideravelmente maior do que o do Gasômetro – cerca de 200 mil metros quadrados contra 87 mil metros quadrados -, o que teoricamente permitiria ao Flamengo construir um estádio maior, embora isso dependa de aprovação das autoridades de tráfego. Diferentemente do terreno de Gasômetro, não é possível chegar às proximidades do estádio de metrô, já que a estação mais próxima fica a cerca de 7 km. É possível, porém, fazer a conexão com o BRT Transoeste.
O presidente Rodolfo Landim pretende concluir a negociação para compra de um terreno para um estádio este ano. Ele defende a criação de uma SAF (Sociedade Anônima de Futebol) para financiar a construção do estádio, mas diz que essa discussão só deve acontecer após a aquisição do terreno.
O Mundo Bola ainda tenta apurar qual seria a localização do segundo terreno alternativo ao qual o presidente Rodolfo Landim se referiu. Além da Barra e do Gasômetro, a gestão Landim chegou a estudar a possibilidade de construir o estádio em Deodoro, em outra área usada nos Jogos Olímpicos do Rio.