Técnico do Valencia dá mais apoio a torcedores do que a Vinicius Júnior
Depois de Carlo Ancelotti se pronunciar mais uma vez sobre os ataques racistas contra Vinícius Júnior, nesta quarta-feira (24) foi a vez de Ruben Baraja, técnico do Valencia. Em entrevista coletiva, o espanhol preferiu apoiar seu clube e seus torcedores do que recriminar o episódio lamentável acontecido no Estádio Mestalla.
Em suas primeiras falas, o treinador do Valencia repudiou os atos racistas contra Vinícius Júnior, mas logo depois saiu em defesa dos torcedores. “Condeno absolutamente o que aconteceu no Mestalla contra o Real Madrid. Eu sou absolutamente contra o racismo. Nós, como clube, tivemos e ainda temos jogadores negros em nosso time e os amamos e respeitamos como pessoas acima de tudo”, disse, antes de completar.
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“Não vou permitir que os torcedores do Valencia sejam rotulados sem merecerem. Assim como eu apoio um jogador se rebela contra os insultos, nós nos rebelamos contra aqueles que, durante todos esses dias, nos acusaram de ser o que não somos”.
A Federação Espanhola multou o Valencia em 45 mil euros e fechou um setor do Mestalla. Ruben Baraja definiu as ações como “desproporcionais”: “O clube, quando os fatos ocorreram, agiu imediatamente para colocar a situação nas mãos da lei e cumprir o que está escrito. A sanção que o clube recebeu me parece desproporcional e injusta”, afirmou o técnico.
Assim como Baraja, o Valencia não recebeu bem as punições da Federação. O clube prometeu que irá recorrer até as últimas instâncias para reverter a situação.
Ancelotti sai em defesa de Vinícius Júnior
Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (23), antes da partida contra o Rayo Vallecano, Carlo Ancelotti voltou a se manifestar. O treinador rebateu as críticas a Vinícius Júnior e lembrou que o brasileiro é a vítima da situação, e não um provocador:
“Ele foi vítima, ele é, do que está acontecendo. ‘Às vezes ele é culpado: provoca, atitude’… Não. Sejamos claros: ele é vítima de tudo isso. Como fãs que se comportam impecavelmente. E, já agora, quando falo do Mestalla não é para 46 mil pessoas, mas para um grupo que se saiu muito mal. Como em Maiorca, Valladolid… É um hábito. Mas além do racismo, parece costume insultar. Acho exemplar o que o Xavi disse: por que normalizamos os insultos no futebol?”, disse, por fim, o comandante merengue.
28 anos, jornalista formado na FACHA. Sou apaixonado pelo Flamengo e esportes em geral, mas com foco no futebol e basquete.