STJD pede relatório da PF para analisar caso de Bruno Henrique

Atualizado: 15/04/2025, 22:48
Bruno Henrique gol Botafogo x Flamengo Supercopa

Na noite desta terça-feira, foi noticiado que o atacante do Flamengo, Bruno Henrique, teria sido indiciado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em manipulação de resultado no Campeonato Brasileiro de 2023. A investigação aponta que o jogador teria forçado um cartão amarelo na partida contra o Santos, pela 31ª rodada da competição, supostamente para beneficiar apostadores.

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De acordo com o "ge", o caso também será analisado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O procurador-geral do órgão, Paulo Emílio Dantas Nazaré, solicitou o compartilhamento do relatório da PF e das provas colhidas durante as investigações. 

Vale lembrar que, em novembro do ano passado, a Procuradoria havia arquivado o caso com base em um alerta da empresa Sportsradar, contratada pela CBF, por considerar os possíveis lucros das apostas "ínfimos" diante do salário de Bruno Henrique.

Relembre o caso de Bruno Henrique

As investigações começaram em agosto de 2024, após casas de apostas reportarem movimentações atípicas relacionadas ao cartão amarelo recebido por Bruno Henrique no duelo contra o Santos, disputado em Brasília, em 2023.

Em questão de três horas, três plataformas diferentes emitiram alertas. Em uma delas, 98% das apostas em cartões para a partida foram feitas especificamente no nome do jogador; em outra, o percentual chegou a 95%.

Bruno Henrique entrou em campo pendurado e foi advertido nos acréscimos do segundo tempo, após cometer uma falta em Soteldo. Na sequência, foi expulso por reclamação.

A PF afirma ter encontrado em seu celular, apreendido em novembro de 2024, mensagens que reforçam a suspeita. Em uma delas, o irmão do jogador, Wander Nunes Pinto Júnior, pergunta quando vai tomar o terceiro cartão amarelo ao que Bruno Henrique responde: “Contra o Santos”.

Outros indiciados

Além do atacante, foram indiciados por estelionato o irmão dele, Wander Nunes; a esposa de Wander, Ludymilla Araújo Lima; e a prima da família, Poliana Ester Nunes Cardoso. Segundo a PF, os três realizaram apostas relacionadas ao cartão.

Outro grupo de apostadores, formado por amigos de Wander, também foi indiciado: Claudinei Vitor Mosquete Bassan, Rafaela Cristina Elias Bassan, Henrique Mosquete do Nascimento, Andryl Sales Nascimento dos Reis, Max Evangelista Amorim e Douglas Ribeiro Pina Barcelos.

Bruno Henrique e Wander foram enquadrados no artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que trata da fraude em eventos esportivos, e também por estelionato. As penas previstas variam de dois a seis anos de reclusão, além de multa, para a fraude, e de um a cinco anos para o crime de estelionato.