Fabiano Tatu analisa a estreia do Flamengo no Brasileiro: "Tinha tudo para ser mais um jogo daqueles que enchem o coração da gente de ódio".
Fabiano Tatu
Tinha tudo para ser mais um jogo daqueles que enchem o coração da gente de ódio, principalmente em relação ao Abel, cuja frequência com a qual nos tira do sério faz com que nossa má vontade e a falta de paciência com ele se tornem maiores a cada nova partida. Mas veio o segundo tempo e logo ficou claro que o Flamengo havia voltado do intervalo com uma atitude bem diferente da que havia demonstrado na primeira parte, e uma organização que até ali não tinha aparecido. Quanto ao Cruzeiro, não sei se foram essas mudanças do Flamengo que o fizeram sucumbir por inteiro, a ponto de não conseguir ser sequer sombra do time que até então ostentava o “título” de único invicto do futebol brasileiro no ano, com 100% de aproveitamento na Libertadores e sem sofrer um só gol nessa competição, ou se muito do que se via da equipe do também insuportável Mano tinha bem mais a ver com a ruindade dos seus adversários nas competições estadual e continental do que propriamente com suas qualidades. Tampouco me interessa, sinceramente.
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O Flamengo, mesmo tendo jogado um primeiro tempo em que apareceram todos aqueles defeitos que a maioria de nós vem percebendo e apontando desde que o time estreou na temporada, conseguiu se arrumar e atropelar os mineiros sem dó. César passou o segundo tempo inteiro apenas se aquecendo embaixo das traves, pois não precisou trabalhar. O lance mais perigoso do Cruzeiro foi protagonizado pelo excelente, porém estabanado Dedé, que com seu ímpeto desmedido e aquele seu físico para lá de avantajado deixou todo mundo com os nervos à flor da pele vendo as imagens fortes do Rodrigo Caio estrebuchando no gramado após violento choque com o zagueiro celeste. Que bom que não passou de um grande susto, mas tomara que sirva para que o Dedé controle um pouco sua voracidade, pois não é a primeira nem a segunda vez que causa um acidente parecido.
À exceção desse susto, nenhum outro nos foi pregado pelos cruzeirense na segunda metade do jogo, quando o Flamengo mostrou o que tem de melhor – apesar de outra atuação ruim do Arrascaeta – e garantiu a vitória até com certa tranquilidade. Mas isso não apaga o desempenho fraco do primeiro tempo, muito menos o que o time (não) fez na Libertadores contra o Peñarol e a LDU. Daí a pairarem ainda tantas dúvidas sobre qual seja o verdadeiro Flamengo de 2019. Sabemos que temos jogadores capazes de repetir mais vezes a atuação do segundo tempo de sábado, porém estamos longe de ter a mesma certeza quando se trata do nosso técnico e se ele tem condições de fazer com que seus comandados atuem daquela forma de maneira constante. Minha opinião é a de que não tem. E isso me irrita demais, porque quase nenhum rubro-negro um dia imaginou que teria. Sabíamos desde sempre que com o Abel veríamos um time com um comportamento diferente no que diz respeito à entrega, à disposição, mas também era claro que iríamos depender demais do talento de cada jogador para vencermos os jogos. Portanto, se a realidade expressa pelos fatos e pelo histórico do Abel principalmente nos últimos sete ou oito anos não dá margem alguma para que alimentemos grandes esperanças, nos resta – como sempre – o flamenguismo. É a ele que devemos nos apegar não apenas para arrancar no Uruguai a classificação na Libertadores e evitar mais uma humilhação numa competição em que temos desempenho quase sempre ridículo, como também para buscar no Brasileiro e na Copa do Brasil o tal título de peso de que há muito necessitamos. São Judas Tadeu terá bastante trabalho.
Em tempo: Muito obrigado, Juan!
SRN
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