Será que os números confirmam queda de rendimento dos medalhões do Flamengo?
A torcida do Flamengo há algum tempo vem percebendo quedas nos rendimentos dos principais nomes do elenco rubro-negro. O grupo de jogadores que brilhou intensamente em 2019 e ainda ganhou o Braasileirão 2020, perdeu fôlego em 2021 e início de 2022. A derrota para o Fluminense por 2 x 0 na primeira partida das finais do Campeonato Carioca 2022 foi mais um alerta. O Flamengo é hoje um time comum?
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Será que os números coletados a cada jogo corroboram essa sensação da torcida do Flamengo? As quedas de rendimentos estão refletidas nos percentuais de eficiência dos jogadores em cada gesto técnico do jogo? O Mundo Rubro Negro olhou para quatro titulares considerados inquestionáveis do Flamengo que estavam em 2019 e estão hoje no time: Willian Arão, Everton Ribeiro, Gabigol, Bruno Henrique.
Os resultados apontam para rendimentos inferiores quando comparamos o Campeonato Brasileiro 2019 e o Campeonato Brasileiro 2021. Escolhemos esses dois universos, pois abrangem 38 jogos em 12 meses, capturando as variações de rendimento em uma temporada completa. Vamos aos Números do site Sofa Score.
Willian Arão
Brasileirão 2019 – Arão jogou 35 partidas no Brasileirão 2021, sendo que iniciou 33. Sua média foi de 84 minutos por partida. Fez 2 gols e deu 5 assistências. No time de Jorge Jesus, Arão deu 63.4 passes por jogo. Criou duas grandes chances em todo o campeonato. A eficiência geral nos passes foi de 89%. Em 2019, Arão teve média por jogo de 3.2 bolas longas (81% de acerto) e 2.9 lançamentos (73% certos).
Na defesa, Arão fez 1.5 interceptações por jogo, com 0.7 posses de bola ganhas. Sofreu 1.3 dribles e fez 1.3 cortes de bola por partida e não cometeu nenhum erro que terminou em gol adversário. Arão venceu 4.5 disputas de bola por jogo e perdeu a posse de bola 7.3 vezes por partida.
Brasileirão 2021 – Arão jogou 30 partidas do Brasileirão 2019, sendo que iniciou 29. Sua média foi de 86 minutos por partida sob o comando de Rogério Ceni e Renato Portaluppi . Fez apenas 1 gol e deu 1 assistência. Arão deu em média 72.4 passes por jogo e acertou 56,1 (90%). Nas bolas longas, tentou em média 4.7 (com 71% de acerto) por jogo. Nos lançamentos, tentou 3.9 por jogo e acertou 65%.
Na defesa, Arão retomou 1.4 bolas por jogo, ganhou 4.5 disputas por partida, sofreu 1.3 dribles por jogo, fez 1.9 cortes de bola por partida e não cometeu nenhum erro que resultou em gol adversário. Perdeu 7.3 bolas por jogo.
Conclusão: Os desempenhos de Arão foram semelhantes em 2019 e 2021. Percebe-se que com Jorge Jesus, ele participava mais do jogo, principalmente na criação e finalização. Dois gols e 5 assistências em 35 jogos é bem relevante. Esse desempenho ofensivo quase desapareceu em 2021. Por outro lado, os percentuais de eficiência mantiveram-se estáveis, com pequenas variações.
Everton Ribeiro
Brasileirão 2019 – O miteiro jogou 32 jogos e iniciou 27. Jogou em média 77 minutos por partida. Fez dois gols e deu 7 assistências. Finalizou 1.7 vezes por jogo, acertando 0.4 bolas no gol. Deu em média 64.3 passes por jogo, sendo 2.7 passes decisivos. Criou 15 grandes chances em todo o campeonato. Sua eficiência nos passes foi de 82%. Tentou em média 1 bola longa por jogo e 1.9 lançamentos. Acertou em média 1.2 cruzamentos por partida.
Defendendo, Everton interceptou 0.5 bolas por jogo e recuperou 0.5 posses de bola por partida. Sofreu 1.4 dribles e não cometeu nenhum erro que resultou em gol do adversário. Venceu 5.1 disputas de bola por jogo e perdeu a bola 16.3 posses de bola.
Brasileirão 2021 – O miteiro jogou 22 jogos e iniciou 22 Jogou em média 79 minutos por partida. Fez dois gols e deu 3 assistências. Finalizou 0.9 vezes por jogo, acertando 0.4 bolas no gol. Deu em média 59.3 passes por jogo, sendo 1.4 passes decisivos. Criou 4 grandes chances em todo o campeonato. Sua eficiência nos passes foi de 83%. Tentou em média 0.8 bola longa por jogo e 1.6 lançamentos. Acertou em média 0.5 cruzamentos por partida.
Defendendo, Everton interceptou 0.9 bolas por jogo e recuperou 1.4 posses de bola por partida. Sofreu 1.5 dribles e não cometeu nenhum erro que resultou em gol do adversário. Venceu 6.2 disputas de bola por jogo e perdeu a bola 13.6 posses de bola.
Conclusão: Assim como Arão, os números gerais são bem semelhantes. Não houve uma variação significativa em nenhum parâmetro. No caso de Everton Ribeiro, ele jogou muito menos em 2021 por causa das seguidas convocações para a seleção mesmo assim, é seguro dizer que o camisa 7 foi menos decisivo em 2021 do que tinha sido dois anos antes.
Gabigol
Brasileirão 2019 – O príncipe jogou 29 jogos e iniciou os 29. Jogou em média 88 minutos por partida. Fez 25 gols (0.8 por jogo) e deu 8 assistências. Finalizou 4 vezes por jogo, acertando 2.1 bolas no gol. Deu em média 39.1 passes por jogo, sendo 1.1 passes decisivos. Criou 14 grandes chances em todo o campeonato. Sua eficiência nos passes foi de 81%. Tentou em média 0.8 bola longa por jogo e 1.2 lançamentos. Acertou em média 0.2 cruzamentos por partida.
Defendendo, Gabigol interceptou 0.1 bolas por jogo e recuperou 0.7 posses de bola por partida. Sofreu 0.7 dribles e não cometeu nenhum erro que resultou em gol do adversário. Venceu 3.1 disputas de bola por jogo e perdeu a bola 10.2 posses de bola.
Brasileirão 2021 – O artilheiro jogou 18 jogos e iniciou 18. Jogou em média 83 minutos por partida. Fez 12 gols (0.7 por partida) e deu 3 assistências. Finalizou 0.9 vezes por jogo, acertando 0.4 bolas no gol. Deu em média 59.3 passes por jogo, sendo 1.4 passes decisivos. Criou 4 grandes chances em todo o campeonato. Sua eficiência nos passes foi de 83%. Tentou em média 0.8 bola longa por jogo e 1.6 lançamentos. Acertou em média 0.5 cruzamentos por partida.
Defendendo, Gabigol interceptou 0 bolas por jogo e recuperou 0.6 posses de bola por partida. Sofreu 0.3 dribles e não cometeu nenhum erro que resultou em gol do adversário. Venceu 1.6 disputas de bola por jogo e perdeu a bola 18.6 posses de bola.
Conclusão: Gabigol também sofreu com seguidas convocações em 2021, mas ainda assim conseguiu manter sua média de um gol a cada dois jogos. Porém, está claro que participou menos nas assistências e nas grandes chances criadas. E foi praticamente nulo na defesa. Os números de Gabigol mostram que intensidade era a palavra de ordem no time de Jorge Jesus e isso se perdeu.
Bruno Henrique
Brasileirão 2019 – O camisa 27 jogou 33 jogos e iniciou 29. Jogou em média 78 minutos por partida. Fez 21 gols (0.6 por jogo) e deu 4 assistências. Finalizou 3 vezes por jogo, acertando 1.4 bolas no gol. Deu em média 41.3 passes por jogo, sendo 1.2 passes decisivos. Criou 10 grandes chances em todo o campeonato. Sua eficiência nos passes foi de 76%. Tentou em média 0.3 bola longa por jogo e 0.6 lançamento. Acertou em média 0.1 cruzamento por partida.
Defendendo, Bruno Henrique interceptou 0.3 bola por jogo e recuperou 0.5 posse de bola por partida. Sofreu 0.9 dribles e não cometeu nenhum erro que resultou em gol do adversário. Venceu 7.3 disputas de bola por jogo e perdeu a bola 13 posses de bola.
Brasileirão 2021 – BH jogou 24 jogos e iniciou 21. Jogou em média 79 minutos por partida. Fez 11 gols (0.5 por partida) e deu 5 assistências. Finalizou 2.3 vezes por jogo, acertando 1.3 bolas no gol. Deu em média 42.4 passes por jogo, sendo 1.3 passes decisivos. Criou 11 grandes chances em todo o campeonato. Sua eficiência nos passes foi de 874%. Tentou em média 0.3 bola longa por jogo e 0.4 lançamento. Acertou em média 0 cruzamentos por partida.
Defendendo, Bruno Henrique interceptou 0.5 bolas por jogo e recuperou 0.9 posses de bola por partida. Sofreu 0.7 dribles e não cometeu nenhum erro que resultou em gol do adversário. Venceu 6.9 disputas de bola por jogo e perdeu a bola 13.5 posses de bola.
Conclusão: Bruno Henrique manteve o nível de desempenho, com leve variação para baixo. Jogou menos em 2021, mas manteve a média de gols e assistências. Foi participativo no ataque e razoavelmente útil na defesa. Se não tivesse perdido 14 jogos no Brasileirão 2021, talvez pudesse ter sido ainda mais decisivo.