"Sem dono", Maracanã vira estádio-fantasma

05/01/2017, 10:42

Enquanto o governo Luiz Fernando Pezão retarda a decisão sobre o repasse da concessão do Maracanã, o estádio expõe sinais claros de abandono absoluto, já que a Odebrecht se recusou a assumir a administração do estádio após o Comitê Rio-2016 deixar o local. Uma reportagem do "Globo" desta quarta-feira expôs a situação de deterioração do cartão postal do Rio em pleno período de alta de turismo na cidade, quando ele costuma ser muito procurado para visitas, e a poucos dias do início do principal campeonato de futebol do estado.

A reportagem do jornal relatou que, uma semana após o Jogo das Estrelas, organizado por Zico, o lixo produzido pelos cerca de 60 mil espectadores continua sem ser recolhido. Cadeiras retiradas para a Olimpíada não foram recolocadas. O mobiliário dos camarotes foi estocado. Nos corredores, forros caídos e infiltrações à mostra. Nos escritórios, cheiro de mofo.

Pior: o estádio está sem luz desde sexta-feira, embora a Light garanta que não interrompeu o fornecimento. Sem a energia, o campo não pode ser irrigado. O último corte da grama foi feito para o jogo do Zico. A grama já está ressecada. A Greenleaf, empresa responsável pela manutenção, abandonou o serviço por falta de pagamento. Empresas de limpeza e segurança retiraram seu material instalado no estádio, inclusive computadores, por medo de furto.

A Odebrecht diz que não reassumiu o controle do estádio porque a Rio-2016 não cumpriu as cláusulas contratuais de devolver o estádio exatamente como encontrou. Já o governo afirma que a responsabilidade pela manutenção é da Odebrecht. O desencontro não impede que o governo esteja prestes a autorizar a venda da concessão do estádio, que pode render entre R$ 40 e R$ 60 milhões à empreiteira que simplesmente abandonou a concessão - sobre a qual pairam fortes suspeitas de ter sido obtida por meio de corrupção. O governo também descartou imediatamente a possibilidade de municipalizar o estádio, defendida pelo novo prefeito Marcelo Crivella, sob o argumento de que o estádio está sob concessão - mesmo que a concessionária esteja exatamente querendo se livrar dessa concessão.

Enquanto isso, o Flamengo segue alijado do processo de transferência do controle, e a possibilidade do clube poder estrear na Libertadores, no dia 8 de março, no estádio é cada vez menor.

Leia onze perguntas e respostas sobre a situação do Maracanã.

 
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