Saúl Ñíguez e sua história surreal: jogou 2 anos com cateter após estourar rim em campo
Reforço do Flamengo que jogou com Filipe Luís no Atlético de Madrid, Saúl Ñiguez viveu momentos complicados na Espanha. Em 2015, o jogador retornou de empréstimo do Rayo Vallecano, ainda com 20 anos.
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Nas oitavas de final da Champions League, já sob o comando de Simeone, ele foi atingido por Papadopoulos, zagueiro do Bayer Leverkusen.
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Aquele momento definiu dias de sofrimento para o jogador. Isso porque a pancada foi forte na região do abdômen, e ainda a caminho do vestiário, o atleta começou a ter sangue saindo pela boca.
Levado para o hospital às pressas, o espanhol teve um trauma violento constatado no rim esquerdo. O órgão estourou pela pancada e ele precisou de cirurgia para drenar o sangue vazado, mas era só o início de um capítulo difícil. Ele passou a jogar com um cateter interno.
Sem aguentar a situação, ele desejou retirar o rim para voltar a jogar sem preocupações e sem dores.
"Não, eu nunca pensei nisso, porque no fim das contas eu faço o que eu quero, eu gosto de fazer o que eu quero, e eu sabia que mais cedo ou mais tarde eu ia jogar de novo. É verdade que tiveram momentos de crise, por assim dizer, porque eu já tinha desistido. Houve um momento em que eu desisti e disse, bom, 'olha, tira, tira o rim e eu volto. É um mês, um mês e meio, e depois eu volto e pronto, não tenho problema nenhum'", contou Saúl.
Auxiliar de Simeone fez Saúl desistir da ideia
O jogador conta que Mono Burgos, auxiliar técnico de Simeone, foi quem o fez desistir de retirar o rim.
"O Mono Burgos e meu pai, os dois. Eu disse 'não, vou remover meu rim, estou fazendo isso há três anos. Estou cansado de ter um cateter, estou cansado de furos, estou cansado, estou cansado. Quero fazer a cirurgia agora e quando voltar não terei que me preocupar mais com isso'", lembra.
Então, ele passou a colocar a saúde em primeiro lugar, ao contrário do que vinha fazendo antes.
"Mono Burgos e meu pai abriram um pouco minha mente e me fizeram sentir que eu realmente tinha que lutar pela minha saúde. Porque no final eu não dei valor nenhum, eu estava muito cansado e disse, 'eu quero jogar agora'. Então, naquela época eu não pensei sobre isso e graças a isso agora eu tenho os dois rins saudáveis, pelo menos", conta. Assista abaixo.
O jogador contou ainda, à revista da Uefa, o que Burgos teria dito: "Ele veio até mim: 'O médico disse que você está falando em tirar o rim. Você tem 22 anos! Do que você está falando? Use a cabeça.' Eu estava pensando em futebol: tire isso e jogue. Pensei: 'perca um rim, tudo bem, eu tenho outro'. Mas Mono me contou o que passou e me olhou nos olhos: 'Saúl, pense na sua vida'. Eu vi. A seriedade, o futuro. E se você tiver um problema com o outro? Não tem jeito. E colocamos o cateter de volta”, lembra.
Ele contou ainda que urinava sangue toda vez que treinava ou entrada e campo.
"Urinei sangue depois de cada treino e de cada partida. Tive que colocar minha própria saúde em risco para defender estas cores e realizar meu sonho. Apostei na minha saúde, movido pelo desejo de jogar pelo Atlético", conta.
Problema persistiu após retirada do cateter
A ideia de retirar o rim se deu, principalmente, pela persistência nas dores mesmo sem o cateter. Ele lembra como era jogar assim e conta os bastidores da época.
"O cateter te dá funcionalidade, mas estava dolorido, você sentia que ele escorria e eu estava urinando sangue. Talvez alguns dissessem: 'É isso aí', mas não eu. O problema foi que, quando o tiramos, meu rim não funcionou direito. Me deram opções: jogar por um mês, parar por um mês... Eu disse: 'Não, não, isso não adianta. Coloque o cateter de volta, eu consigo.' Mas eles disseram: 'Saúl, não é tão simples assim.'", relembra.
Recuperado, Saúl chega ao Flamengo
O próprio Rubro-Negro já .
Ele chega ao Aeroporto Internacional Tom Jobim em voo direto de Madrid às 17h45 (horário de Brasília).
Os exames médicos do jogador serão realizados na manhã de quarta (23). Aprovado, ele assina por três temporadas e é anunciado oficialmente.
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