Saiba o que pode impedir a volta do público na final Fla-Flu no Maracanã
MRN Informação | Yago Martins — O torcedor carioca foi surpreendido com uma notícia que saiu no jornal O Dia na tarde desta terça-feira (11). De acordo com o portal, haverá uma reunião virtal nesta quarta para tratar sobre uma possível volta do público ao Maracanã na final do Carioca entre Flamengo e Fluminense. A ideia seria que o estádio recebesse 30% de sua capacidade nas duas partidas decisivas.
Ainda segundo o jornal, o Flamengo seria representado na reunião pelo vice-presidente de relações externas do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, enquanto a Ferj e o Fluminense ainda não escolheram seus procuradores.
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Possíveis empecilhos para volta de público no Maracanã
No entanto a ideia pode cair por terra em breve. Mesmo que o prefeito Eduardo Paes tenha assinado um decreto municipal de flexibilização da quarentena, o documento não especifica a autorização para uma parcela de público em eventos esportivos. De acordo com o jornalista Renan Moura, da Rádio Globo, o decreto é válido até o dia 20 de maio.
Além disso, o governador Cláudio Castro deixou claro em decreto estadual com duração até o dia 18, que a volta do público no Maracanã e em outros estádios no Rio não está liberada: ”atividades de alto rendimento, SEM PÚBLICO, respeitando os devidos protocolos e autorizados pela Secretaria de Estado de Saúde”.
Sendo assim, para que as finais entre Flamengo e Fluminense recebam público no Maracanã, as autoridades sanitárias e o Corpo de Bombeiros deveriam ser consultados. No caso da corporação, ela se baseia na máxima autoridade, ou seja, o decreto estadual. Passar por cima destas regulamentações seria uma baita missão para a dupla Fla-Flu e a Federação de Futebol do Rio de Janeiro.
A última partida que o Maracanã recebeu com público foi na vitória do Flamengo por 3 a 0, contra o Barcelona-EQU pela segunda rodada da fase de grupos da Libertadores do ano passado.
Tema de volta do público foi debatido em março
Em reunião no início de março, membros da Ferj e representantes dos departamentos médicos dos clubes analisaram o retorno dos torcedores no Campeonato Carioca. Segundo O Globo, inicialmente, todos os clubes haviam concordado com os testes sugeridos pela federação.
Em meio a situação preocupante da pandemia da Covid-19 no Brasil e diante da repercussão negativa com relação ao retorno do público ao Maracanã, Nilton Santos, São Januário e outros estádios do estado, Vasco, Fluminense e Botafogo resolveram se posicionar de forma contrária a ideia (Flamengo não se manifestou). Confira na íntegra a nota oficial dos três clubes:
Vasco
“O Club de Regatas Vasco da Gama comunica seu posicionamento quanto às questões relativas ao retorno de público aos estádios em partidas de futebol, conforme noticiado na imprensa nas últimas horas.
O Vasco da Gama entende que o retorno de torcedores aos estádios é uma discussão prematura visto o recrudescimento da pandemia do novo coronavírus no Brasil.
O presidente Jorge Salgado e sua diretoria administrativa já comunicaram tal posição à Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FFERJ), além dos clubes que por ela são representados, e reitera a vontade do CRVG em restringir o acesso somente aos profissionais credenciados, conforme protocolo já adotado durante o Campeonato Carioca 2021.
O Vasco reforça ainda que defende a continuidade da competição estadual, haja visto que o Rio de Janeiro é um estado territorialmente pequeno, e que os deslocamentos da delegação cruzmaltina, e das demais equipes, não envolvem transporte aéreo ou uma logística de grande complexidade.
O Clube reitera ainda ser favorável ao reforço do protocolo sanitário rígido adotado pela competição, com testagens periódicas para a Covid-19, uso de máscaras faciais, álcool gel e distanciamento social nas áreas de competições, conforme determina o Ministério da Saúde.
Portanto, o Vasco da Gama é veementemente contra o retorno de público aos estádios de futebol no atual momento de crise sanitária do país”.
Botafogo
“O Botafogo de Futebol e Regatas reafirma o seu posicionamento de contrariedade ao retorno de torcedores aos estádios de futebol e reitera a sua postura publicamente conhecida desde o início da proliferação da COVID-19.
Não por acaso, um dos pontos estratégicos de vacinação do Rio de Janeiro é o Estádio Nilton Santos, onde o Botafogo cumpre o seu dever social oferecendo as instalações à Secretaria Municipal de Saúde na campanha de imunização. O Nilton Santos é pioneiro em adotar protocolos específicos de segurança, ressaltando a importância dos métodos de prevenção.
No atual estágio da pandemia, caracterizada por uma crise sanitária permanente e no contexto de recorde diários de mortes, com perspectivas sólidas de piora no cenário, surpreende que o tema tenha novamente retornado à baila.
O Presidente Durcesio Mello, em contato com a CBF e a FERJ, manifestou, novamente, a sua preocupação com o nível da crise sanitária e externou a importância dos máximos cuidados para preservar a comunidade de atletas, comissão técnica, funcionários e familiares diretamente impactados pelas atividades envolvendo a prática esportiva.
O Botafogo aproveita para enviar uma mensagem pública para que todos reforcem os cuidados com a saúde e intensifiquem os hábitos de prevenção conforme orientado pelos órgãos competentes. Embora a vacinação esteja em curso, ainda há uma longa travessia a ser percorrida e que depende da conscientização e empenho de todos”.
Fluminense
“O Fluminense Football Club é contrário ao retorno do público aos estádios. A nota publicada pelo Globo induz a erro ao afirmar que os clubes concordaram em avaliar essa possibilidade, pois sequer foram convocados para uma reunião sobre o assunto. Soa como uma tentativa de dar destaque a um assunto que, para o Fluminense, está fora de discussão, neste momento. A referida reunião de sexta-feira tinha por objetivo tão somente a avaliação da operação da primeira rodada do Campeonato Carioca.
Sobre o suposto teste com convidados, o Fluminense esclarece que não utilizou e tampouco utilizará ingressos, convites ou credenciais cuja finalidade seja teste de público.
No momento em que se discute a interrupção do futebol em todo o país; que as preocupações com a nova cepa do vírus são crescentes; em que aumenta a mortalidade e a ocupação hospitalar, não há o menor sentido nesta discussão. Sequer que se inicie”.
Jornalista (Unisuam), 27 anos, natural do Rio de Janeiro e trabalhando no MRN. Atuo na área da comunicação desde 2018 e já acumulei passagens pelo Jornal Ilha Notícias, TV Ilha Carioca, Rádio RPC e Urubu Intera...