Romário lembra relação com Apolinho no Flamengo: 'Um pai para todos'

16/05/2024, 12:57
Atualizado: 16/05/2024
Apolinho e Romário em treino do Flamengo; ex-atacante comentou relação com jornalista quando o mesmo assumiu time do Flamengo

É impossível lembrar de Apolinho, que faleceu nesta quarta-feira (15), e não pensar em narrações históricas no rádio, ícone do jornalismo esportivo e em Flamengo. Um dos vários momentos foi quando recebeu “convocação” para treinar clube do coração em 1995, que contava com o Bola de Ouro Romário. Em entrevista à CBN, o ex-jogador lembrou convivência e amizade que construiu naquele ano de 1995.

“Mas com certeza esse período que a gente conviveu com ele, e eu particularmente falo muito por mim, aprendi muito com ele. Um cara destemido, um cara corajoso, um cara sério, um cara que se coloca sempre à disposição de ajudar as pessoas, independente de ter sido nosso treinador. Eu posso dizer que foi um pai para todos naquele período que a gente viveu”.

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O Flamengo passava por crise por vice no Carioca de 95, e o presidente Kleber Leite convidar Apolinho para um jantar. Achando que iria sugerir nomes, ele foi pego de surpresa ao receber a proposta de comandar a equipe e tentar solucionar problemas no elenco, principalmente entre Romário e Edmundo.

“Quero resumir dizendo que esse cara foi fantástico na sua vida. São poucas pessoas que eu conheci com humor, coração e vontade de trabalhar desse cara. Um dos poucos rubro-negros chato para cacet* que conheci (risos). Vai deixar um clarão muito grande para nós”, disse Romário.

As falas do hoje senador evidenciam que o objetivo foi alcançado com a maioria dos atleta fora de campo, ainda que tenha sido passagem curta. Em entrevista em 2012, ele disse nunca ter escondido que não era técnico, aliás acreditava que foi maior virtude, mas afirmou que poderia ajudar com “vaidades e conflitos”.

Foram apenas 26 partidas, com 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. Passagem que inclui vice-campeonato da Supercopa Libertadores. Mas foi fala na mesma entrevista, concedida ao portal Placar, que deixou ainda mais claro a coragem exaltada por Romário.

“Pelo Flamengo, sim. Se me chamarem para pegar no gol, aos 75 anos, eu vou”, disse ao ser questionado se aceitaria novo convite.

Romário exalta momentos de Apolinho com jovens do Flamengo

Parte da relação do ex-jogador com Washington Rodrigues foi o apelido “bad”, forma como atacante chamava treinador para retribuir apelido de “bad boy”. Mais um exemplo do bom relacionamento com atletas, que incluíam principalmente conversas e conselhos a jogadores jovens que estavam no profissional.

“Ele sempre se colocou à disposinção de nos ajudar, tanto dentro quanto fora de campo. Muitas vezes o via conversando com jogadore mais novos sobre possibilidade de se tornarem grandes jogadores, prestarem atenção na carreira, como investir dinheiro que ganhavam do Flamengo. A relação dele com as famílias de muitos desses jogadores, a minha por exemplo, sempre muito direta.


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Matheus Celani
Autor
Jornalista graduado no Centro Universitário IBMR, 23 anos, natural do Rio de Janeiro. Amante da escrita e um completo apaixonado pelo Flamengo, vôlei e esportes olímpicos.