Os que me conhecem sabem que nunca fui a favor da demissão do Dorival Júnior, assim como não sou um fã do Vitor Pereira, pois acho um técnico de razoável para ruim, ou seja, não serve para o Flamengo, o meu Flamengo, esse Flamengo bilionário.
O fato é que a partir da sua contratação, eu torci desesperadamente para que desse certo. Exatamente, desesperado, porque infelizmente o técnico não deu liga, não tem elã para ser técnico do Flamengo.
Leia mais do mesmo autor: Rico Monteiro: A volta do Coringa
A questão é: ele é o culpado isolado de tudo o que acontece? Óbvio que não, mas que possui uma parcela considerável de culpa, ah sim ele tem.
O que vimos no Maracanã no último domingo no Carioca entra para o rol dos maiores vexames da história desse clube centenário que movimenta as massas.
Muitos irão dizer: “ah mas é só um carioquinha”. Ao passo que retruco dizendo: “Mais um motivo para o elenco mais caro da América do Sul no mínimo apresentar brio, raça, indignação e trazer a taça”.
Não, não gosto de perder, especialmente pra rival local.
O Flamengo fez um jogo pavoroso, vou aqui abstrair questões táticas, formações etc., para tratar de uma questão específica, a questão anímica do time no domingo. O Flamengo entrou derrotado no jogo e o seu técnico tem parcela de culpa nisso, quando vendo o que estava acontecendo não se posicionou.
Me lembrei (guardada as devidas proporções de Brasil x Alemanha). A sensação vendo o jogo, é que o Flamengo não sabia que era uma final, não sabia que tinha uma vantagem, enfim, não sabia de nada. Um time tétrico, sem verve, sem ânimo, sem T, sem disputar uma bola.
Isso fica evidente no lance mais emblemático que pra mim é o gol do Ayrton Lucas quando ainda faltava cerca de 1min e 30seg, e ninguém correu pra pegar a bola no fundo do gol, botar no meio-campo, tentar um abafa final, uma bola na área, uma loucura de goleiro artilheiro, enfim nada. Como disse, um time entregue desde a subida do túnel.
Lamentável como se tratam as coisas no Flamengo. Nos últimos tempos, vi torcedores que torceram pela derrota para um rival numa final, para ver o técnico cair e ter razão. Devem estar satisfeitos, estes mui rubro negros.
Confira também: Galvão Bueno comenta derrota do Flamengo para o Fluminense: ‘É uma tragédia’
Um presidente omisso e incompetente na gestão do futebol, que desagua em um vice-presidente de Futebol fanfarrão, afinal “Real Madrid, pode esperam, a sua hora vai chegar”.
A preparação física que não mostra sinais de evolução, Flamengo foi engolido fisicamente pelo Fluminense, mesmo este tendo jogado com time titular no meio de semana. Mario Monteiro, o ás da preparação, o que acontece?
Uma junção de coisas que nos trazem a este momento de reflexão, e antes que algum desavisado venha dizer que estou defendendo o Vitor Pereira, volte ao primeiro parágrafo, mas não consigo deixar de acreditar que jogos são vencidos e perdidos por jogadores.
Onde estavam os jogadores do Flamengo no domingo das 18hs às 20hs?
O que fez Cebolinha, Gerson (que levou um drible humilhante de um lateral esquerdo que era óbvio que ia puxar pro meio), Gabigol, Pedro, David Luiz que está jogando com o nome esse ano todo, Everton Ribeiro que entrou no segundo tempo e não fez nada.
Onde está o brio desses jogadores pra se submeterem a tomar de quatro numa final e sequer indignação mostrarem.
Enfim, a mudança do técnico é questão de tempo, mas sem que haja uma mudança de mentalidade nos jogadores, no Departamento de Futebol, na diretoria e em boa parte da torcida, é isso viveremos todos os anos, ou seja, fracassos e sucessos, altos e baixos, navegando em águas revoltas em busca de uma calmaria que já era pra ser perene, ou no mínimo mais duradoura.
Não deixe de ler: 5 técnicos livres que podem substituir Vitor Pereira no Flamengo
Que venha o próximo técnico, que seja mais qualificado, que mostre ao menos indignação. E que haja uma reformulação no Departamento de Futebol Amador do clube, que a preparação física mostre a que veio.
Estarei aqui, angustiado, por vezes sem dormir, mas torcendo como nunca pra tudo dar certo. E assim, ao final do ano, poder estar com mais faixas no peito.
Advogado formado pela Unig em 2004, rubro-negro desde a concepção, em 1978, passando esse amor às crias, Maria Julia e Maria Helena. Batuqueiro nas horas etílicas. Twitter e Instagram: @ricomonteiro21