Semana passada eu já havia dito que Jayme havia jogado pra galera ao falar que o time teve atuação vergonhosa, depois membros da diretoria engrossaram o coro, o vice-presidente de futebol da chapa azul e atual vice-presidente de planejamento também criticou a postura do time, disse que ia passar o rodo, assim esperei que fossemos ver em campo contra o Palmeiras jogadores que não jogaram muito durante o ano e alguns garotos… obviamente me enganei.
Flamengo foi pro jogo com César – Pará, Marcelo, Wallace, Jorge – Jajá, Márcio Araújo – Gabriel, Alan Patrick, Éverton – Emerson.
Jayme escalou quase o mesmo time, não só manteve os vagabundos como fez até uma mexida improvável para colocar o máximo possível deles em campo ao deixar Kayke no banco e improvisar Emerson de centroavante. Simplesmente sem sentido, assim como a insistência com Jajá, quando Luiz Antônio está há muito tempo merecendo chances no time.
Errei ao pensar que o Palmeiras viria em ritmo de festa pelo título da Copa do Brasil, pelo contrário, estavam dispostos a encerrar o ano com vitória mesmo jogando fora de casa. Desde os primeiros minutos o Palmeiras procurou ter a bola, jogar com ela no chão, trocando passes pelo meio, muita movimentação, por vezes explorando as laterais, conseguindo envolver o Flamengo e pôr César para trabalhar.
A vontade e a garra com que jogava Zé Roberto, correndo do primeiro ao último minuto, mesmo com seus 41 anos me deixou com inveja. Alan Patrick e Jajá com muito menos idade, ocupando a mesma faixa de campo, eram extremamente passivos, acertavam passes pro lado e pra trás e erravam demais os passes pra frente. Também muito pouco marcavam, cercavam e viam o jogo de posição privilegiada.
Emerson Sheik, cujo contrato tem cláusula de participação em um certo número de jogos para obter bonificação, entrou em campo, passeou um pouco, mas ainda no 1° tempo sentiu um estiramento e pediu pra sair mesmo sem ter dividido uma bola ou dado mais que um pique. Jayme poderia ter ousado e colocado Baggio para dar rodagem ao garoto, mas colocou Kayke que em seu estilo de jogo enfiado permaneceu isolado como sempre, enquanto Baggio que sai mais e tem velocidade poderia ter sido uma opção mais interessante.
Não vou nem falar dos cruzamentos feitos, não cabe sequer comentário a insistência na jogada que permeia o ano inteiro com pouca eficácia: Lançamento pro ponta se matar de correr e cruzar (geralmente mal) pra área, onde geralmente só há o centroavante.
Na melhor chance do Flamengo no 1° tempo Éverton disparou pelo meio, venceu a marcação e parou… ficou como um bobo olhando, tocou pro Sheik, que tocou de volta pra Éverton perder o lance. A jogada que começou no um pra um, terminou com 5 defensores envolta de Emerson quando recebeu a bola, graças a lentidão na tomada de decisão de Éverton, que só sabe correr.
O Flamengo voltou pro 2° tempo com Luiz Antônio no lugar de Jajá e o time melhorou, o meio-campo ficou mais dinâmico e produtivo, já que Luiz Antônio fazia o que Alan Patrick deveria fazer e não fazia por displicência ou no erro de passes um pouco mais complexos que tocar pra trás.
Com o jogo equilibrado, o Flamengo conseguia passar do meio-campo (por que nem isso conseguia fazer na 1ª etapa) e chegar na entrada da área do Palmeiras, que se recompunha rápido, então, sem qualquer poder de penetração, o time voltava a bola pro meio-campo onde ficava tocando de uma lateral a outra na mesma faixa.
Até que aos 27 minutos do 2° tempo Zé Roberto mandou uma bomba frontal de longe, César defendeu e no rebote levantaram pra área, Dudu com seus 1,67m e marcado por três conseguiu cabecear e abrir o placar. Um anão fez gol numa defesa cujos zagueiros têm 1,86m e 1,83m!!
Um pequeno momento de felicidade e esperança surgiu quando Cirino – que entrou no lugar de Gabriel – cruzou e Fábio, goleiro do Palmeiras, falhou permitindo que Pará completasse de cabeça. O empate era de certa forma honesto, os dois times ensaiaram tirar o pé satisfeitos com o resultado, mas Marcelo de Oliveira mexeu no time e o Palmeiras voltou a crescer.
Aos 45 minutos do 2° tempo, após cobrança de escanteio, Vitor Hugo completou de cabeça e sacramentou mais uma derrota do Flamengo no Maracanã, fechando o campeonato com mais uma vergonha. Mais um jogo onde o Flamengo não mostrou vontade de vencer, cometeu diversos erros não forçados e jogou na cara da torcida que não está nem aí pra ela.
Agora eu pergunto aos amigos que tipo de organização é essa do futebol do Flamengo? Não precisa de mais dinheiro ou de centro de treinamento pronto para cobrar disciplina, entrega, resultado! Não é por falta de CT que uma zaga com média de 1,80m vive tomando gol de cabeça, que jogadores como Alan Patrick não marcam no meio-campo ou que o time jogue como um bando formado no dia anterior pra uma pelada de casados x solteiros.
Por que ao invés de dar declaração rígida na imprensa os comandantes do departamento de futebol, do Bandeira ao Jayme, não tiraram os vagabundos do time? Por que não deixaram jogar quem queria mostrar serviço? Por que deixaram a torcida ver o quarentão Zé Roberto dando o sangue enquanto éramos obrigados a aturar Alan Patrick?
De bom, só o fim do campeonato onde a única alegria do torcedor rubro-negro foi comemorar a queda do Vasco, o qual diga-se não só ganhou 6 pontos em cima do Flamengo, como o eliminou da Copa do Brasil.
Saudações Rubro-Negras
Em tempo: Jayme não devia nem ter voltado pro Flamengo!