Quando o clube é de uma torcida

Atualizado: 01/11/2023, 21:00
cultura rubro-negra

 

Na iminência de Muricy, ao fim de 2015, forcei barra para a vinda de Bauza, outro campeão da LA (San Lorenzo, 2014):

Verdadeiramente desacreditei em qualquer evolução do futebol do Fla com Ramalho no comando. Nada ali parecia ter empatia. Eu estava correto. O André Amaral - que também escreveu seu testamento em prol da contratação de "El Paton", três, quatro meses depois, lembrou daquele nosso esforço.

Perdemos muito tempo acreditando em um medalhão contratado como escudo de uma departamento de futebol ainda muito frágil.

A surpresa Zé Ricardo até que oxigenou o Flamengo. Esperançou a torcida. A boa campanha no BR-16 trouxe confiança em alguns métodos, mostrou um caminho e avalizou a política de investimentos em infra-estrutura.

Nenhuma metade de ano mágico, entretanto, se tornou realidade.
 

 
O segundo semestre de 2016 deixou apenas aquele cheirinho e uma eliminação vergonhosa na Copa Sul-Americana.

O primeiro semestre de 2017 nos fez herdeiros de mais um vexame na Libertadores. Sem contar campanha abaixo da crítica no Brasileiro.

Ninguém contava que Zé Ricardo fosse refém de conceitos, jogadores e de sua própria personalidade.

A chegada de Rueda, tardia (quem pode dizer, fora o próprio Rueda, que assumiria antes?), é um avanço de mentalidade. Do clube?

Não!

Desesperados (o trio EBM/FL/RC não esperava revés em casa contra o fraco Vitória, pelo contrário, era o jogo ideal de sobrevida de ZR!) tentaram contratar Roger Machado.
 

 
A escolha mais óbvia de mercado.

Mostrando como o Flamengo de EBM é constrangedor quando precisa ser assertivo no futebol.

O avanço de mentalidade desta vez foi da torcida.

Se antes, lá em 2015, quando a solução era sair do óbvio e importar da Argentina um Bauza (ou qualquer outro nome que pudesse salvar o Flamengo da boleiragem pantomínica encalacrada há décadas no clube) e a torcida não aderiu, não pressionou, não fez diferença.

A torcida em 2015 aderiu ao conservadorismo da escolha enfadonha por Muricy Ramalho.

Hoje a torcida acordou e escolheu seu treinador.

 
Diogo Almeida é editor-chefe do fla.mundobola.com. Também escreve no coletivo Cultura RN. Siga-o no Twitter: @DidaZico.
 


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Imagem do post e destacada nas redes sociais: Arte sobre foto de Gilvan de Souza / Flamengo


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