'Puro futebol de rua': técnico europeu compara Flamengo a Barcelona de Guardiola

Atualizado: 22/06/2025, 22:00
Danilo comemora com a torcida do Flamengo em vitória sobre o Chelsea

A incontestável vitória do Flamengo sobre o Chelsea, por 3 a 1, reverberou demais na Europa. E gerou uma análise muito interessante por parte do técnico David García, que questionou o entendimento de futebol dos europeus e comparou o Rubro-Negro ao Barcelona de Guardiola.

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Dono da licença A da UEFA e professor de treinadores na Europa, David Garcia publicou uma longa análise sobre o futebol do Flamengo na vitória sobre o Chelsea e sugeriu uma nova visão sobre o futebol para os clubes europeus. Além disso, rasgou elogios à mentalidade do Brasil sobre o jogo.

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"O futebol europeu nos ensinou a venerar o espaço. Encontre o homem mais fundo, quebre a linha, estique o campo. Mas, talvez, o futebol seja mais que isso. O futebol brasileiro está nos lembrando: o futebol é sobre nós. O futebol associativo vive", exaltou David, antes de começar a explicação.

O principal tópico separado pelo analista sobre o jogo do Flamengo foi a questão posicional. Ao invés de esticar o campo a todo o tempo, o Rubro-Negro buscou constantemente associações curtas que geraram espaços, ao invés de esperar que o Chelsea os abrisse. Naturalmente, criou muitas chances.

"Cinco passes, dois jogadores, nunca mais de 6 metros separados. Eles venceram quatro defensores do Chelsea sem precisar de espaço, trocas ou estrelas. Apenas ritmo, sentimento e confiança na próxima ação. O terceiro gol do Flamengo é puro futebol de rua", elogiou no tento de Wallace Yan.

Comparação com Barcelona de Guardiola e Messi

Usando outros lances como exemplo, David chegou ao Barcelona de Pep Guardiola, que encantou o mundo durante anos com Messi e companhia. 

"Se você está pensando: 'Isso parece familiar', você não está errado. É exatamente o que vimos do Barcelona entre 2008 e 2012. Mesmo ritmo, mesma sobrecarga, mesma mágica", ressaltou.

Além disso, David Garcia ainda pontuou algo importante: o Barcelona era aclamado como uma escola espanhola de jogo, mas o técnico pediu um pouco mais de atenção a algumas das peças que faziam o jogo girar.

"Todos chamavam de 'futebol espanhol'. O Barcelona de 2008 parecia como o pico de uma nova era, mas olhe mais de perto. Daniel Alves, Messi. Não era apenas a Espanha, era a América do Sul pulsando através do ritmo", destacou.

A análise ainda ressalta os pontos opostos nas abordagens de europeus e sul-americanos. Enquanto um opta pelo espaço, o outro encurta, pressiona e precisa criar associações rápidas entre os jogadores, que se comportam como vértices no espaço.

Em longa explicação, David inclui até uma revelação de Daniel Alves. O brasileiro revelou que costumava forçar um passe para Messi que Guardiola detestava. No entanto, o brasileiro explicou que precisava manter o argentino aceso no jogo e convenceu o treinador espanhol.

Mais uma prova de como, às vezes, a mentalidade sul-americana traz uma compreensão diferente daquilo que os europeus tomam como certo.

Após o show contra o Chelsea, o Flamengo fecha a fase de grupos contra o LAFC, nesta terça-feira, em Orlando. A bola rola a partir das 22h (horário de Brasília), com o Rubro-Negro já classificado e o time americano sem chances de ir às oitavas de final.