O volante Erick Pulgar deve ser o titular no próximo jogo do Flamengo, contra o Al Ahly, pela decisão de terceiro lugar do Mundial de Clubes. Isso porque Gerson foi expulso ainda no final do primeiro tempo da semifinal e o técnico Vitor Pereira voltou com o chileno para a segunda etapa. Além disso, ainda que o clube avançasse para a decisão, Pulgar enfrentaria o Real Madrid, mesmo que não tenha mostrado futebol para se tornar primeira opção ao meio-campo.
Os números comprovam isso. Nos poucos jogos que fez pelo Rubro-Negro, Pulgar não marcou gols nem deu assistências. Desde que chegou, na metade de 2022, não mostrou a que veio quando teve chances. Em 2022, foram apenas oito jogos, sendo quatro como titular. No entanto, foi substituído em dois, atuando por 90 minutos somente duas vezes: contra Santos e Juventude, pelo Brasileirão.
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É que o Mais Querido priorizava as Copas, o que deu certo, já que foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil, mas sem a entrada de Pulgar em nenhuma das partidas do torneio nacional. Na competição continental, chegou a entrar na semifinal, nos dois jogos contra o Vélez Sarsfield, mas não se mostrou indispensável para a classificação.
Na última vez que atuou os 90 minutos, contra o Juventude, perdeu a bola 15 vezes. Foi assim que o Mais Querido acabou levando o terceiro gol do Al Hilal. Pulgar não conseguiu manter o domínio da bola, dando contra-ataque de graça para os árabes já no campo de defesa, com o time flamenguista desorganizado.
Em 2023, Pulgar começou jogando apenas uma vez, contra o Nova Iguaçu, mas saiu no segundo tempo. Vindo do banco em outras três oportunidades, seguiu sem mostrar nada contra Portuguesa, Boavista e Al Hilal.
Titularidade de Pulgar denota fragilidade do elenco do Flamengo
A saída de João Gomes para a Inglaterra é o principal fator, já que a contratação de Gerson não repõe a perda do ‘pitbull’. O camisa 20 tem características parecidas com as de Thiago Maia, e por isso, a defesa acaba ficando exposta sem um volante marcador para combater e desarmar jogadas. O banco de reservas conta com Arturo Vidal, mas o chileno também não mostrou que pode ser a primeira opção de Vitor Pereira para mudar o meio-campo do Flamengo.
As tentativas por Pulgar são reflexo de tudo isso, e mostram a fragilidade que o setor acabou adquirindo, mesmo fazendo uma grande contratação como a de Gerson. No entanto, o chileno já mostrou que não dá conta do recado e não consegue mostrar evolução em campo. Ainda assim, se tornou principal opção na ausência de um dos meio-campistas.
Volante chegou ao clube causando repulsa por polêmicas extracampo
Antes de vir ao Flamengo, Pulgar se envolveu em um caso de estupro. O ocorrido teria acontecido em sua casa, apesar da denúncia não se referir diretamente a participação direta do jogador no crime. Mas Pulgar seria testemunha do que aconteceu com a jovem de 24 anos, que alega ter perdido a consciência e depois acordar com machucados na residência do atleta chileno.
O caso foi arquivado em janeiro deste ano, para alívio do jogador, que afirma ter sofrido com chantagens da denunciante para que as queixas fossem retiradas. O Ministério Público alega resultados inconclusivos, além da desistência da mulher no processo. Por meio de sua assessoria de imprensa, Pulgar se mostrou feliz com a resolução:
“Sempre estive tranquilo e esperando a verdade. Obviamente entendi que (nós, jogadores) estamos expostos a esse tipo de coisa. Feliz por se ter chegado à verdade”, declarou, após afirmar ter sido chantageado: “Não se pode comprovar nada disso e é parte do que levou a Justiça a tomar essa decisão. Inclusive, a outra parte tentou encerrar o caso me pedindo dinheiro, mas eu queria que se soubesse toda a verdade, porque estava seguro de que não havia nada a esconder. Eu não estava disposto a pagar por algo que só estava citando o meu nome”.
Caso de atropelamento
Na época da contratação, muitos torcedores e jornalistas torceram o nariz por conta do envolvimento. Mas esse não é um caso isolado de problemas extracampo do atleta. A junção deste processo com o atropelamento de um idoso contribuiu para que o jogador causasse repulsa na imprensa local, além da torcida.
O caso aconteceu em 2013, e aos 19 anos, Erick Pulgar atropelou um idoso de 66 anos. Daniel Ampero veio a óbito, mas o caso fica ainda pior porque o chileno não prestou socorro e fugiu do local. O meia não estava com licença para dirigir e o caso corre na justiça chilena até hoje. Os filhos de Daniel lutam para que Pulgar tenha uma pena mais séria, já que o atleta foi condenado por quase homicídio.