Processo revela detalhes sobre custos e atual estado do Maracanã
A análise de documentos anexados pela Procuradoria do Estado no processo que moveu para que o Complexo Maracanã Entretenimento, liderado pela Odebrecht, assumisse o Maracanã, revelam três informações interessantes.
Cálculo do custo do Maracanã
O Flamengo pleiteia assumir o controle do Maracanã em uma nova licitação, e alternativamente aceita um acordo com o consórcio liderado pela CSM, que pleiteia a aquisição da concessão da Odebrecht. Mas caso o Flamengo pudesse de fato assumir a concessão do estádio, quanto isso representaria? Em 2015, a FGV fez um estudo de readequação dos investimentos que a concessionária teria que fazer no estádio após o governo ter revogado a licença para que fossem demolidos o estádio de atletismo Célio de Barros, o Parque Aquático Julio Delamare, o Museu Nacional do Índio e a Escola Municipal Friedenreich para a construção de um complexo de entretenimento. Sem essa possibilidade, calculou a FGV, o investimento que o consórcio teria que fazer no Maracanã e no Maracanazinho até o fim da concessão, em 2018, caria de cerca de R$ 720 milhões para cerca de R$ 151 milhões. Além disso, o consórcio teria que pagar, a partir do ano passado, um aluguel anual de R$ 5,8 milhões ao estádio. Sem o cálculo da inflação, que não é possível fazer neste momento, o gasto total entre investimento e aluguel chegaria a R$ 338,3 milhões, ou cerca de R$ 10,6 milhões anuais. A Odebrecht não aceitou esse cálculo e jamais assinou a readequação do contrato, preferindo entrar com um pedido de arbitragem para se desfazer da concessão e obter uma indenização à qual crê ter direito - embora ela tenha aceitado continuar com a concessão imediatamente após o Estado cancelar a autorização para a construção do complexo de entretenimento e assinado o termo aditivo.
Teto sem danos estruturais
Um temor pós-Olimpíada era de que o teto do Maracanã tivesse sofrido danos estruturais nas cerimônias de abertura e encerramento e precisasse de uma nova reforma. Dois laudos anexados ao processo, um da Promon e outro da Cerimônias Cariocas, atestam que os danos foram apenas superficiais.
Contas a pagar
Outro documento anexo ao processo revela que o Comitê Rio 2016 não pagou a conta de luz desde setembro, a de gás desde junho e a de água desde março de 2016, totalizando um débito de mais de R$ 3,4 milhões até outubro e R$ 4,9 milhões se incluídos novembro e dezembro, meses nos quais o estádio já deveria ter sido reassumido pela Odebrecht mas no qual a concessionária se recusou a retomar o controle do complexo.
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