Presidente do Flamengo usa estádio próprio contra voto de ST

17/11/2023, 07:47
Rodolfo Landim é contra voto de Sócio-Torcedor

O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, deu entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira. O tema central foi a compra do terreno do Gasômetro. Lá, o clube planeja levantar seu estádio próprio. Mas outros pontos foram abordados. Landim comentou que é contra o sócio-torcedor participar das eleições no Mengão e explicou o porquê.

Para introduzir a questão, Landim falou da importância de escolher seu sucessor. Isso porque o estádio levaria anos para ser construído. Rodolfo Landim está levantando a questão. Mas mesmo adquirindo o terreno, será preciso que o próximo dirigente flamenguista mantenha os planos.

Leia mais: Landim aposta em potencial do Flamengo para conseguir terreno do estádio de graça

“Para tudo isso funcionar será preciso mudar a governança no Flamengo para não aparecer alguém que destrua esse caminho. O Flamengo está estruturado. Mas alguém pode quebrar o clube em três meses. A governança do Flamengo é super presidencialista e os poderes que o presidente tem são enormes”, iniciou.

Por isso, Landim disse ser contra o sócio-torcedor nas eleições. O mandatário enxerga ‘promessas malucas’ e fatores que fariam o clube ser quebrado.

“Se eu amanhã quiser contratar o Neymar, lanço uma dívida de R$ 1,25 bilhão e ponto. Por isso sou contra fazer do sócio-torcedor um eleitor. Alguém lançaria uma plataforma de promessas malucas e quebraria o Flamengo. Ficaria mais fácil emplacar um discurso populista. Eu poderia fazer uma graça em 2024. Meu último ano de mandato. Deixar um buraco para quem vai ficar no meu lugar. Poderia…”, comenta.

Rodolfo Landim quer implementar SAF no Flamengo por construção de estádio

Sobre o estádio, o presidente do Flamengo disse estar disposto a trocar uma fatia do clube pela chance de comprar o terreno do Gasômetro. Por isso, defende a SAF no Mengão. Landim entende que se vender apenas 25% do Fla, será suficiente para construir o estádio.

“Flamengo tem R$ 370 milhões de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Isso significa o lucro líquido operacional do clube. Como é normalmente avaliada uma empresa? Você faz uma previsão do que vai ganhar no futuro. Ou múltiplo do EBITDA, descontando a dívida. Não é demais achar que o Flamengo vale 1 bilhão de dólares. Se vender 25%, seria mais de R$ 1,2 bilhão”, afirmou.

Para ilustrar, Landim citou o Bayern de Munique, que seguiu caminho parecido. Ele lembra que sócios minoritários não têm direito a decisão alguma. Ou seja, mesmo vendendo parte do clube e se tornando SAF, o poder continuaria centralizado na direção do Flamengo.

“Não quero endividar. O estádio do Corinthians obteve R$ 300 milhões pelo naming rights. O mesmo ocorreu no Palmeiras. Fui ao estádio do Bayern e basicamente eles se transformaram numa SAF para ter o estádio, vendendo 24,9% da parte do futebol. Na lei alemã, se os sócios minoritários têm menos de 25%, não decidem nada”, explicou.