Pracownik justifica apoio a Bap e nega cargo no Flamengo

15/07/2024, 18:02
Claudio Pracownik em entrevista no Flamengo

Ex-vice-presidente de finanças do Flamengo, Claudio Pracownik, que já declarou apoio na eleição para presidente do Flamengo no fim deste ano a Luiz Eduardo Baptista, o BAP, conversou com a reportagem do MRN. O economista abriu o jogo sobre sua visão do futuro e revelou bastidores de sua experiência vivida na Gávea.

Pracownik foi vice-presidente de Planejamento e também de Finanças durante as duas gestões de Bandeira (2013-2018) e desde então não assumiu mais nenhum cargo no Rubro-Negro.

Claudio Pracownik disse que ainda tem o sonho de participar de uma candidatura para ser presidente do Flamengo. Entretanto, projetos pessoais impediram que esse desejo fosse realizado em 2024.

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Apoio para Bap ser presidente do Flamengo

“O principal motivo é exatamente colaborar para que o Flamengo atinja todo seu potencial. Muitas coisas precisam ser mudadas em termos de governança no clube, inclusive no futebol. Acho que a complexidade do mercado esportivo, a possibilidade da construção de um estádio, todo o planejamento financeiro que vai ter que ser feito para esses novos investimentos sem perder força no futebol demanda um grupo de pessoas experientes em gestão de grandes orçamentos”, diz Pracownik.

O ex-VP afirmou que Bap, antigo mandatário da Sky, tem total capacidade de assumir o cargo de mais responsabilidade dentro do Flamengo.

“Conversando com todos os grupos, eu encontrei esse grupo liderado pelo Bap. Ele é um gestor que dispensa apresentações. Liderou orçamentos maiores que do Flamengo, de mais funcionários que o Flamengo. As pessoas que estão do lado dele são pessoas que eu entendo que são capazes de colocar o Flamengo nesse novo patamar. O Flamengo precisa para atingir todo o seu potencial”, explica.

Assumir algum cargo se Bap for eleito

BAP Flamengo Atlético-MG Supercopa do Brasil
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo

Sobre ter algum cargo na gestão de Bap, Pracownik negou que esteja tendo conversas neste sentido, mas deu a entender que no futuro pode acontecer.

“Enquanto a trabalhar nessa gestão, nós não estamos trabalhando em cima de cargos, não existe um acordo. Existe um acordo de grandes rubro-negros se unirem para elevar o patamar do Flamengo, para levar ele para outro plano, para atingir seu potencial. Nós vamos definir isso depois, mas vou estar apoiando a gestão com certeza. Se eu vou estar algum cargo, não sei, a gente não está discutindo isso agora. Mas eu vou estar próximo e participando da gestão”, ressalta.

Se candidatar em 2024

Advogado celebrou retorno ao Rio de Janeiro para acompanhar de perto o Flamengo. Inclusive, deixou claro sonho de ser presidente do clube.

“Passou pela minha cabeça, meu momento profissional não permite um projeto grande, mas me trouxe de volta ao Rio de Janeiro, para perto do Flamengo. Além disso, o Bap já estava lá com a sua candidatura se solidificando. Não fazia sentido nenhum (se candidatar) na medida em que as pessoas que eu respeito, além do próprio candidato, já estavam todas agregadas. Mas sim, é um sonho que eu tenho”.

Chegada a um tenebroso Flamengo em 2013

Bandeira de Mello na inauguração do módulo permanente do Ninho em 2018. Bandeira alega que em data de incêndio adolescentes já deveriam estar em módulo permanente do Ninho, inaugurado no fim de sua gestão
Foto: Gilvan de Souza / Flamengo

Claudio Pracownik foi enfático e detalhou bastidores de sua chegada ao clube em 2013. O presidente era Eduardo Bandeira de Mello acabava de assumir e o Flamengo vivia uma crise financeira sem precedentes após a gestão de Patrícia Amorim, atualmente aliada de Rodolfo Landim.

“Acho que o maior espanto que eu tive ao chegar foi a grande dificuldade de compreender a situação. Havia quase registro de nada, receitas estimadas, dívidas estimadas, contas a receber estimado, contas a pagar estimado. Era uma grande bagunça de um clube que vivia todo dia como fosse o último. É difícil você trabalhar uma solução sem compreender a extensão das dificuldades. Acho que o maior problema no início foi a dimensão exata das dificuldades para que a gente pudesse trabalhar nas soluções”.

Contratações vetadas durante sua gestão

Além de ser vice de finanças, o ex-dirigente chegou a acumular quatro vice-presidências: Administração, Fla-Gávea, TI e Secretaria. Mas tomando conta dos cofres do clube sofreu quando o Flamengo estava em crise no futebol e precisava contratar para fugir da zona de rebaixamento.

“Não me lembro nomes dos jogadores, mas em alguns momentos até membros do conselho fiscal, nervosos com o possível rebaixamento do Flamengo, vinham conversar sobre a possibilidade de a gente revisar o orçamento do clube”, confessa.

Entretanto, seus pares seguiram firmes no processo e o Flamengo só trouxe atletas que conseguia arcar com os salários e as taxas de transferências.

“Nosso clube era muito fechado no sentido de que: ‘Vamos fazer o que tem que ser feito. O Flamengo tem que voltar a ser uma potência. Se o custo disso for a responsabilidade financeira, a gente nunca vai ser essa potência, a gente não vai cair esse ano, mas ano que vem os problemas vão ser dobrados’. E a gente falou: ‘Não, não vamos abrir o orçamento, nós vamos ter que se manter aqui no clube, se manter na primeira divisão com nossos próprios recursos’. Graças a Deus foi o que deu certo”.

Clube vai bem nas finanças e futebol, mas ainda pode melhorar

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Foto: Divulgação / Flamengo

Pracownik elogiou a gestão financeira e futebolística de Rodolfo Landim, mas lamentou a falta de habilidade com o sistema de governança.

“O Flamengo vem crescendo ano a ano. Financeiramente é um clube muito sólido, suas receitas só aumentaram, o controle das suas despesas é muito bem feito, é um clube profissionalizado da parte financeira. Administrativamente, ainda temos algumas coisas para fazer em termos de política de recursos humanos, processos claros”, disparou.

Claudio deixou claro que na sua opinião, o modelo onde o centro do poder está apenas nas mãos do presidente não é o mais adequado.

“O clube tem muito ainda a crescer sob a ótica da sua governança. A profissionalização tem que ser definida em estatuto para ser obrigatória no clube. A governança tem que ser reformulada de forma que o clube não corra o risco de estar na mão de apenas uma pessoa, o presidente, seu centro de poder. Mas esportivamente a gente vai crescendo muito, o Flamengo vem ganhando, tirando ano passado, é uma trajetória de muitos títulos”.

Por fim, Pracownik cravou que o Flamengo ainda não atingiu seu ápice de conquistas.

“Mas a gente como um todo, tendo em vista o nosso tamanho, o simbolismo do Flamengo, a nossa força, a nossa torcida, a gente ainda está longe do nosso potencial esportivo. Em todos os esportes, não só futebol, em todos os esportes e administrativo financeiro, principalmente não se refere à governança, às práticas de governança do clube”, finalizou.

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Yago Martins
Autor

Jornalista (Unisuam), 27 anos, natural do Rio de Janeiro e trabalhando no MRN. Atuo na área da comunicação desde 2018 e já acumulei passagens pelo Jornal Ilha Notícias, TV Ilha Carioca, Rádio RPC e Urubu Intera...