Mais que uma torcida, uma nação!
Uma força da natureza!
Amado por muitos, invejado por todos devido sua grandeza, mas qual a explicação para seu crescimento?
Qual o combustível dessa gigantesca pátria?
Valdemir Henrique Vogt
Teorias não faltam.
Uma das mais propagadas por comentaristas/jornalistas da #imprensa7x1 é a do apoio estatal. Até 1969 Rio de Janeiro era a capital do Brasil. A tecnologia era precária e o rádio tinha um papel importantíssimo na comunicação e entretenimento da população. A Rádio Nacional além da cobertura governamental fazia transmissão dos jogos realizados na cidade maravilhosa via AM devido seu longo alcance. Como quase não havia comunicação local fora das regiões metropolitanas a Rádio Nacional tinha hegemonia devido a força de seu sinal. Era comum as pessoas se reunirem em torno do rádio para acompanhar o noticiário, radionovelas e é claro o nosso amado futebol. O Rio de Janeiro deixou de ser a capital do país, mas o padrão das transmissões foi mantido.
Aí está a origem das blasfêmias mais usadas pelos anti-Flamengo como: "Esse Flamídia", "Flamengo é uma farsa, time do governo", "Flamengo foi criado pela mídia e sem ela apoiando ele não é nada", "Time da mídia, torcida modinha".
Essa linha de raciocínio é perfeita para uma pessoa cheia de ressentimentos ocasionados pelas inúmeras surras que o Mengão aplicou ao longo da história.
Mas dois questionamentos jogam por terra qualquer idealismo anti-Flamengo:
1° Se a nação é consequência das transmissões porque o fenômeno não se repetiu com Botafogo, Vasco e Fluminense?
2° Se foi pelos resultados porque outros clubes com fases tão boas quanto a do Flamengo viram sua torcida crescer pouco ou até mesmo encolher?
Muitos também atribuem nosso tamanho a geração de Zico e cia que encantou o mundo na década de 80 - um período de grande crescimento demográfico e popularização da TV em nosso país.
Eu não vou ser hipócrita, é óbvio que todo este ambiente teve grande influência em nosso tamanho. Milhões de pessoas acompanhando um time vitorioso, repleto de craques e um futebol absolutamente encantador. Como não ser atraído por isso?
Nossa Era de Ouro construiu uma grande base de torcedores e aí alguém pode falar: -ah, tá explicado, o gosto foi passando de pai pra filho.
Isso é mais uma lenda. Em primeiro lugar, ainda que haja grande influência paterna os filhos tem uma tendência natural a questionar e desobedecer seus pais. Mesmo que permaneçam sob controle por algum tempo logo chega a adolescência com a tradicional rebeldia e não se enganem senhores, isso se aplica também na escolha do time de coração. É inútil tentar doutrinar a criança apresentando um cenário que não condiz com a realidade.
Eu não tenho vergonha nenhuma de afirmar, para as gerações mais jovens como a minha a era de ouro do Mengão se resume a vídeos no YouTube e histórias que ouvimos. Nós não presenciamos aquele espetáculo, muito pelo contrário.
Nós começamos a acompanhar o time em fuga de rebaixamento, eliminações históricas e todo um ambiente negativo fora de campo. Assistir jogadores como Negreiros, Rodrigo arroz e Jailton não é nada fácil.
Mesmo nesse ambiente tão desfavorável a nação cresceu liderando todas as pesquisas independente da classe social, faixa etária, etnia ou religião. Somos milhões de flamenguistas espalhados por todo o mundo sempre exibindo com orgulho nosso manto rubro-negro. No Brasil estamos presentes desde São Paulo até Manaus, passando por condomínios de luxo até comunidades carentes, quilombolas , tribos indígenas e quando olhamos no local mais exótico possível lá está um manto sagrado.
Todo esse contexto dá mais enfâse ao grande enigma rubro-negro. Afinal de contas, o que sustenta essa nação? Como você começou a ser Flamengo?
Eu sou só um jovem da Fla-Twitter e mesmo que fosse um pesquisador experiente me faltaria palavras para explicar a origem de tamanho amor.
Talvez a resposta seja individual, mas por diferentes caminhos fomos levados ao mesmo destino: Viver essa emoção incrível chamada FLAMENGO
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