Os segredos do Del Valle: forte no ataque, time sofre na bola aérea. Entenda o rival do Flamengo
Atacante Gabriel Torres é um perigo imenso dentro da área, porém consegue atuar também em velocidade fora dela
Blog Ninho do Urubu | Bruno Guedes – Twitter: @eubrguedes
Rival do Flamengo na próxima quinta-feira pela Taça Libertadores da América, o Independiente Del Valle voltou com força após a parada por conta da pandemia – que segue assolando o Equador. Líder da Liga ProSerie A, a elite do futebol local, com 28 pontos em 13 jogos, a equipe treinada pelo espanhol Miguel Ángel Ramírez mantém suas ideias ofensivas, tem um goleador nato, porém com problemas na defesa. Ao contrário do Rubro-Negro, ainda está invicto desde a retomada do futebol no país sul-americano.
O Del Valle está em um momento melhor que o Flamengo e com o moral em alta por conta de boas atuações. Vem de nove partidas, sendo seis vitórias e três empates desde que o futebol foi retomado sem torcida. Neste domingo venceu o Delfin por 4 a 2, também poupando parte da sua equipe titular, a exemplo do que fez Torrent contra o Ceará.
Bem treinada pelo elogiado Ramirez, quem o Flamengo chegou a sondar após a saída do português Jorge Jesus, marcou então 24 gols, mas sofreu 13 neste intervalo. Liderando o campeonato equatoriano, tem oito vitórias, quatro empates e uma derrota, total de 32 gols marcados e 20 sofridos. Seu esquema tático mais utilizado é o 4-2-3-1. E este 1 é quem tem feito a diferença…
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Grande parte dessa liderança vem da força do seu goleador, o panamenho Gabriel Torres. Aos 31 anos, o atacante marcou em todas as partidas que atuou neste reinício de jogos. São 12 gols em 12 partidas no torneio. Forte e com a camisa 7, atua entre os zagueiros ou vindo entre as linhas, nas costas do volante. Apesar de ter 1,80m, é veloz e também consegue jogar na velocidade dos contra-ataques. Na vitória sobre o Délfin, Torres saiu do banco de reservas para marcar mais uma vez.
Vale lembrar que foi o atacante quem marcou duas vezes na vitória sobre o então invicto Corinthians, dentro da Neo Química Arena, na eliminação do Corinthians da Sul-Americana 2019. Para isso, conta também com a ajuda do meia argentino Lorenzo Favarelli. Aos 27 anos, atua com a camisa 8, joga por trás do atacante e além de boa qualidade no passe, também chega bastante ao ataque. Com seis gols no campeonato, o jogador é uma das peças mais importante nesse meio-campo equatoriano.
Organização tática e muita agressividade pelos lados
O Independiente Del Valle, como citado anteriormente, joga a partir de um 4-2-3-1, mas são apenas números. Durante a partida a equipe se modifica conforme os momentos dos jogos, principalmente quando está com a bola. Usa bastante os lados, explorando as costas dos laterais adversários e os volantes ou meias municiando os pontas. Torres, como sempre, é quem disputa bastante no jogo aéreo ou rebatidas de cruzamentos.
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O meio-campo tenta controlar o jogo, principalmente pelos volantes. Muitos passes longos procuram o atacante panamenho, até por conta de atuar em bloco e com defesa alta. Essa compactação é um dos grandes trunfos para jogadas em velocidade, principalmente de contra-ataque, quando recupera a posse. Algo que Domènec terá que ter bastante atenção.
Porém é aí também que mora o grande problema da equipe de Miguél Ángel. Sem a bola, por vezes, faz um 4-1-4-1 com suas linhas bem adiantadas, a exemplo do Flamengo. O que é propício para bolas nas costas dos zagueiros. A sua defesa sofre muito é com a bola parada e jogadas aéreas. Sofreu dois gols assim contra o Emelec, num empate em 2 a 2. Faz marcação mista – por zona e individual juntas. Os atletas não são tão velozes na recomposição e os laterais quebram bastante a linha defensiva. Algo que Éverton Ribeiro e Arrascaeta podem explorar.
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O time equatoriano ainda segue sendo bastante forte e com um grande centroavante. Invicto, será um adversário difícil para o Flamengo. A equipe do Domènec vem oscilando entre ótimas partidas e outras péssimas, como contra o Ceará. Diante do Del Valle não poderá perder a concentração e atenção. Seu estilo europeu é muito mais agressivo e desconfortável que as equipes que encarou até agora no Brasileirão.
*Créditos da imagem destacada no post e nas redes sociais: Alexandre Schneider / Getty Images
Jornalista e Historiador, é apaixonado por futebol bem jogado. Já atuou na Rádio Roquette Pinto e como colunista no Goal.com. Siga no Twitter: @EuBrguedes