A magia que existe no surgimento e na afirmação de um jogador criado no próprio clube, o chamado “prata da casa”, se dá pela identificação do jovem torcedor com sua trajetória e sua admiração por ela. Quantas crianças e adolescentes rubro-negros já não se projetaram no craque que despontava, como se o jogador fosse um deles, que saísse das peladas de rua direto para brilhar no Maracanã, realizando esse sonho tão popular quanto o Flamengo?
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Arílson, ponta-esquerda rubro-negro das décadas de 1960 e 1970 completou 70 anos nesta última quinta-feira (18/10), foi, em seu tempo, um desses jovens craques com quem a multidão de moleques se identificou. Atacante habilidoso, de drible fácil, que o tempo transformou num jogador solidário, incansável. Que fez gol que valeu taça ao Flamengo e chegou à Seleção Brasileira. E que tem sua história com o Manto Sagrado contada aqui.
O INÍCIO
Nascido em Bonsucesso e criado na Ilha do Governador, Arílson Pedro dos Santos começou a jogar nos campinhos de terra batida que haviam no extinto bairro Itacolomi, na Ilha (hoje engolido pelas obras de expansão do aeroporto do Galeão), e logo chegou à base da Portuguesa carioca, firmando-se na ponta-esquerda com seu futebol de habilidade e dribles. Em 1965, o Flamengo pagou dez milhões de cruzeiros e o levou para sua equipe de juvenis.
No ano seguinte, formava uma promissora linha ofensiva na base ao lado do ponta-direita Zequinha (mais tarde negociado com o Botafogo), o meia Rodrigues Neto (que passaria por várias posições até ser fixado na lateral-esquerda), o centroavante Dionísio (um de seus grandes companheiros no clube) e o ponta-de-lança Luís Carlos (que depois seguiria para o Vasco).
Arílson na base: o último agachado, da esquerda para a direita. Também na foto, o goleiro Ubirajara Alcântara, o futuro lateral Rodrigues Neto (penúltimo em pé) e o atacante e futuro técnico Jair Pereira (penúltimo agachado).
No início de 1967, Arílson foi convocado pelo técnico Zagallo para a seleção carioca juvenil que jogaria o brasileiro da categoria em Belo Horizonte. Na apresentação dos atletas, o repórter José Castelo, do Jornal dos Sports, assim definia seu futebol: “É esperança rubro-negra para 1967 e da própria seleção carioca com vistas ao penta brasileiro. Titular, tem a velocidade, o drible fácil e a potência de chute, qualidades exigidas de um bom ponteiro”.
Considerado então um jogador-chave nos juvenis do clube, Arílson tinha praticamente certa a sua promoção ao time de cima para o lugar do veterano Osvaldo “Ponte Aérea”, em vias de deixar a Gávea e retornar ao futebol paulista de onde viera. Mas na metade do campeonato da categoria de base, o garoto sofreu uma violenta entorse no tornozelo direito que o tirou de ação por vários meses, adiando seu melhor aproveitamento.
Arílson disputa o lance com Jairzinho: técnica e dedicação.
Mesmo assim, de pé gessado, vestiria a faixa de campeão carioca de juvenis em junho. A lesão e as frequentes trocas de comando no time de cima foram minando as chances do garoto. Chegou a treinar como lateral e a ser oferecido como moeda de troca na tentativa de contratação do veterano ponteiro Dorval, ex-Santos, que estava no Atlético-PR. Só no fim de 1968, durante o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ele ganharia uma certa sequência na equipe – retribuída com passes e assistências, aparecendo bem apesar da campanha fraca do Fla.
Sua virada aconteceria pelas mãos do técnico Tim. O experiente treinador, que chegou ao Fla no início de 1969, transformou o ponta o qual considerava indisciplinado taticamente – embora de inegável talento individual – num jogador solidário, que se sacrificava pelo time. Assim, Arílson passou a ajudar a preencher o meio-campo e ajudar na cobertura do lateral, e ao mesmo tempo, aparecer mais bem colocado na frente para dar passes e até marcar mais gols.
A GRANDE VIRADA
Seu futebol cresceu a olhos vistos, e ele viveu a primeira grande fase da carreira, senão a melhor. O ano começara com uma excursão ao Suriname e ao Pará e Amazonas, nas quais o Flamengo levava como atração o velho Mané Garrincha, 35 anos, contratado em novembro do ano anterior. Arílson, na outra ponta, fez bons jogos e alguns gols, mantendo o crédito conquistado pelas atuações no Robertão, mas sofreu uma distensão na coxa no fim de março, perdendo parte do turno do Carioca, em que o Fla acumulou alguns tropeços.
O Flamengo no Campeonato Carioca de 1969. Em pé: Murilo, Domínguez, Rodrigues Neto, Onça, Guilherme, Paulo Henrique e Jayme de Carvalho, fundador da Charanga. Agachados: Doval, Liminha, Fio, Dionísio e Arílson.
Sua volta coincidiu com a recuperação da equipe na competição. Voltou aos titulares no Fla-Flu de 1º de maio, pela nona rodada do turno, que terminou num empate sem gols. Dali em diante, o Fla enfileiraria seis vitórias consecutivas, passando a brigar pelo título. A série começou com um 4 a 1 diante da Portuguesa, com Arílson fechando o placar na sua velha conhecida Ilha do Governador. O time ainda bateu o Vasco por categóricos 3 a 0, derrotou o America e enfim se vingou do Bonsucesso, sensação da época, o qual não derrotava há três jogos.
Mas o jogo mais simbólico e marcante foi a vitória diante do Botafogo, em 1º de junho. Há quatro anos o Flamengo não derrotava o rival pelo Campeonato Carioca. Mas Tim havia preparado uma arapuca tática para os alvinegros. Antes do jogo começar, um presságio: dois torcedores rubro-negros soltaram um urubu que sobrevoou o Maracanã diante do êxtase e da incredulidade gerais. Na época, o termo “urubu” era frequentemente usado pelos rivais para tratar a massa flamenga, composta em sua maioria por negros e pobres, moradores dos subúrbios e favelas, de forma pejorativa.
Em campo, o tabu começou a cair graças a Arílson, logo aos nove minutos: Doval cruzou da direita, Dionísio chutou, o goleiro Ubirajara Mota não conseguiu segurar, e o ponta-esquerda pegou o rebote e mandou para as redes. Mais tarde, aos 23, Doval recebeu de Rodrigues Neto e marcou o segundo gol rubro-negro. O Botafogo descontou num gol de pênalti de Paulo César Caju no segundo tempo e partiu para a pressão, mas o Fla segurou a vitória bravamente. E o urubu acabou definitivamente adotado como símbolo do clube.
O Flamengo não levaria o estadual, porém: perderia a chance de título ao ser derrotado pelo Fluminense por 3 a 2 na penúltima rodada do returno, em jogo da polêmica expulsão do goleiro argentino Rogelio Domínguez. Mas aquela equipe renovada, com Liminha e Rodrigues Neto no meio, mais a linha de frente com Doval (trazido durante o torneio), Dionísio, Fio (ou Luís Cláudio) e Arílson, havia mostrado um futebol empolgante, de velocidade, técnica e muita luta.
Passado o Carioca, no entanto, os bons ventos foram se dissipando e, no Robertão, o Flamengo voltou a fazer campanha fraca. Arílson, porém, seguia em alta: estava em campo nas três vitórias do time no torneio e, em duas delas (ambas no Maracanã), balançou as redes: abriu o placar nos 2 a 1 diante do futuro campeão Palmeiras e anotou o gol de empate que impulsionaria a vitória de virada sobre o Vasco por 3 a 1. O terceiro triunfo viria diante do Internacional no recém-inaugurado estádio Beira Rio por 2 a 1.
Considerado muito permissivo do ponto de vista disciplinar pela diretoria rubro-negra (ainda que taticamente brilhante), Tim não continuou no comando do time para 1970. Seu sucessor foi seu oposto radical: Yustrich, ex-goleiro rubro-negro nos anos 30 e 40, treinador da linha dura, mas sem a mesma argúcia tática. Para Arílson, a troca não influiu em seu futebol. Pelo contrário: de início, ele se entendeu bem com o novo técnico e manteve o bom desempenho.
NO AUGE, A SELEÇÃO E O MAIOR DRAMA
Com efeito, Arílson começou o ano de 1970 voando. Fez o primeiro gol do time na temporada, no empate em 1 a 1 com o América-MG num amistoso em Belo Horizonte. E fez três partidas memoráveis no Torneio Internacional de Verão, quadrangular conquistado pelo Fla em fevereiro. Na estreia, uma folgada goleada de 4 a 1 sobre a seleção da Romênia, ele marcou dois gols – um em cobrança de falta na gaveta e outro numa inteligente tabela com Dionísio – e arrancou muitos aplausos entusiasmados da crônica esportiva, como na avaliação do Jornal dos Sports:
O time do Fla que derrotou o Vasco no Torneio Internacional de Verão de 1970. Em pé: Murilo, Sidnei, Washington, Tinho, Zanata e Tinteiro. Agachados: Doval, Liminha, Dionísio, Fio e Arílson.
“Arílson começou o jogo como se fosse um pugilista a estudar os pontos fracos de seu adversário. Plantado no meio-campo, dominava a bola e fazia lançamentos para Fio e Dionísio. Depois de meia hora de jogo e principalmente do gol de empate, feito por ele próprio, veio um verdadeiro show de bola do ponteiro esquerdo. Ele fez de tudo em campo. Seu gol de falta foi um primor. E seu segundo gol, o último do Flamengo, foi de placa. Arílson correu o campo todo. Deu combate na defesa, lutou como nunca no meio-campo, cobriu seus companheiros, deu o passe para o gol de Doval e fez os dele. Foi o dono do jogo, o melhor de todos no campo”, escreveu o JS.
No segundo jogo, outro massacre: 6 a 1 diante do forte Independiente, da Argentina. Arílson não balançou as redes, mas fez um lindo lançamento para Dionísio anotar o terceiro gol e foi apontado como o melhor do ataque pela imprensa, por sua eficiência e facilidade de jogar. E no terceiro, a vitória por 2 a 0 sobre o Vasco que valeu o título, o ponta criou com Dionísio a jogada do primeiro gol, marcado por Liminha, e anotou ele mesmo o segundo, cabeceando cruzamento de Ademir da direita, sendo novamente escolhido o destaque.
Bastante elogiado também por treinadores de outras equipes que compareceram ao Maracanã para observar o torneio, Arílson caiu também nas graças de Zagallo, que em 18 de março daquele ano substituiria João Saldanha no comando da Seleção Brasileira. Ele próprio um ex-ponta-esquerda rubro-negro e de estilo algo semelhante ao do jovem talento de 21 anos, o treinador surpreendeu ao incluí-lo, logo no dia seguinte ao que assumiu o cargo, na convocação de cinco novos nomes para os treinos de início de preparação para a Copa do Mundo do México.
Carteado na concentração da Seleção em 1970: Arílson ao centro, ladeado por Carlos Alberto Torres, Gerson, Félix, Fontana e Piazza.
Disputando um espaço com os mais experientes Paulo Cézar “Caju” e Edu, Arílson representava um meio-termo entre o estilo de ponta recuado, mais armador, do botafoguense e o jogo mais veloz e ofensivo do santista. Porém, teve poucas chances de mostrar seu jogo. Nas semanas em que treinou com a Seleção, disputou apenas dois amistosos não oficiais por uma equipe B (contra a seleção amazonense B e o Olaria) e atuou até fora de sua posição, prejudicando sua observação. Acabou cortado em 27 de abril, a dois dias do amistoso contra a Áustria no Maracanã.
Reintegrado ao Flamengo, reforçou o time na reta final da Taça Guanabara, na época ainda um torneio separado do Estadual – e naquele ano disputada em três turnos, estendendo-se de março a maio. Arílson chegou às vésperas do turno final, quando a equipe encaminhou o título batendo Vasco (2 a 0), Bangu (3 a 1, com dois gols seus), Botafogo (2 a 1) e America (2 a 0), finalizando com um empate em 1 a 1 diante do Fluminense que valeu o ponto necessário para a confirmação da conquista. Só que, em meio à festa, começava um drama.
O time que conquistou a Taça Guanabara de 1970, a primeira da história do clube. Em pé: Murilo, Adão, Washington, Tinho, Zanata e Paulo Henrique. Agachados: Ademir, Liminha, Adãozinho, Fio e Arílson.
Durante o jogo, Arílson dividiu uma bola com o lateral tricolor Oliveira e levou a pior, mas seguiu no jogo. Mais tarde descobriria: havia estourado os meniscos do joelho esquerdo. Veio então uma primeira cirurgia, que o deixou de molho por vários meses, com o mineiro Caldeira, trazido por Yustrich de suas andanças pelo futebol daquele estado, ocupando seu lugar na ponta-esquerda. O Fla fez um Carioca decepcionante, mas se recuperou com uma boa campanha no Robertão – e Arílson assistia a tudo de um leito hospitalar.
Foi quando, ao tentar voltar, o ponteiro descobriu que havia sido operado do menisco errado – o interno, em vez do problemático externo. Foi um escândalo, que o levou novamente à mesa de operação em janeiro de 1971 e o tirou de ação por mais alguns meses, interrompendo seu auge de forma abrupta. Voltou no fim de maio, na reta final do Carioca, com boas atuações, embora naquele momento a equipe já estivesse afastada da disputa pelo título.
RECUPERADO, MAS SEM LUGAR CATIVO NO TIME
Arílson fez o gol no 1 a 0 sobre o America em 6 de junho e participou de outro jogo memorável contra o Botafogo, uma semana depois, quando o Fla venceu por 2 a 0 (gols de Buião), quebrou a invencibilidade do rival que vinha desde o início do campeonato e ajudou a tirar o título quase ganho do time da Estrela Solitária. Mas os problemas físicos voltaram a tirá-lo do time. Só no fim de outubro, já na reta final do Brasileiro, é que ele voltou a ter sequência. Marcou o único gol numa vitória sobre o Ceará em Fortaleza e se mostrou pronto para resgatar a titularidade.
De camisa branca, o time do Fla para o início da temporada 1972. Em pé: Aloísio, Ubirajara, Fred, Reyes, Liminha e Rodrigues Neto. Agachados: Rogério, Doval, Fio, Paulo Cézar Caju e Arílson.
Só que o time seria bastante remodelado para 1972 buscando apagar a desastrosa temporada anterior. A começar pela chegada de Zagallo, técnico da Seleção, para sua primeira passagem como treinador rubro-negro. Doval retornou de seu exílio por empréstimo ao Huracán argentino (para onde fora após brigar com Yustrich) e Caio, do America. O goleiro Renato, cria da Gávea, retornava comprado ao clube após ter sido campeão brasileiro com o Atlético-MG no ano anterior. O volante Zé Mário, destaque do Bonsucesso, também foi contratado. E jogadores recuperados de lesões sérias, como Zanata e Dionísio, voltavam a treinar.
Mas a maior contratação para aquele ano impactaria decisivamente nas ambições de Arílson: nada menos que Paulo Cézar Lima, com quem o rubro-negro havia disputado posição na Seleção em 1970. De início, os dois chegaram a jogar juntos, com o novo reforço atuando na ponta de lança, tendo ainda Caio e o ponteiro Rogério completando o ataque. Arílson chegou a marcar o gol da vitória de 1 a 0 sobre o Santos de Pelé em amistoso no Maracanã.
Mas com a confirmação do retorno de Doval, o “Caju” foi deslocado para a ponta, e Arílson acabou sacado do time, sem entrar em campo nenhuma vez ao longo da campanha vitoriosa na Taça Guanabara de 1972 (pela primeira vez valendo como turno do Carioca). Depois de já ter vencido também o Torneio Internacional de Verão e o Torneio do Povo no início do ano, o Fla se sagraria campeão estadual em setembro, mas Arílson jogaria apenas sete partidas.
O elenco posa na Gávea com as faixas de campeão carioca de 1972. Arílson é o primeiro no chão, da esquerda para a direita.
EM 1973, O GOL DO TÍTULO DA TAÇA GUANABARA
No Brasileiro, quando o Flamengo teve maior necessidade de rodar o elenco pelo desgaste com viagens e jogos a cada três dias, Arílson atuou em 16 das 28 partidas do time (sendo 11 como titular) e marcou dois gols – um deles, o da vitória de virada sobre o Vasco por 2 a 1. E seria em outra vitória diante dos mesmos cruzmaltinos que o ponta-esquerda entraria de vez para a história rubro-negra: a decisão da Taça Guanabara de 1973.
Flamengo e Vasco chegavam à última rodada do turno empatados em pontos, ambos invictos, com oito vitórias e dois empates. Caso o confronto direto também terminasse em igualdade, um jogo extra decidiria o título. Mas a expectativa era grande para o duelo daquele domingo, 6 de maio. Tanto que mais de 160 mil pagantes passaram pelas bilheterias do Maracanã. Arílson, que havia sofrido entrada dura do tricolor Denílson no Fla-Flu da rodada anterior, era dúvida no time do Fla devido a uma entorse na perna esquerda. Mas foi confirmado naquele dia.
O jogo seguiu equilibrado até os 30 minutos, quando Dario, o “Dadá Maravilha”, cruzou rasteiro para a entrada da área do Vasco. O ex-rubro-negro Zanata, que trocara a Gávea por São Januário no início daquele ano, dominou a bola de início, mas escorregou. Arílson se aproveitou e invadiu pela esquerda, batendo cruzado na saída de Andrada para marcar o único gol do jogo, o que valeu ao Fla o bicampeonato da Taça e a vaga na decisão do Carioca.
https://youtu.be/NlLvzzZN3d8
Aquela, porém, seria a última alegria daquele ano para o jogador e para o clube: logo depois do turno, houve uma longa pausa no campeonato para excursão da Seleção. Quando os jogos recomeçaram, os rubro-negros haviam perdido o embalo, e Arílson voltaria a entrar e sair da equipe. O Fla perderia a final do Carioca para o Fluminense, com o atacante entrando durante o jogo no lugar do ponteiro direito Vicentinho. No Brasileiro, Arílson fez apenas sete jogos, com o Fla cumprindo uma de suas piores campanhas na história da competição.
Mas com a virada do ano, as coisas melhorariam: preparando a Seleção para a Copa de 1974, Zagallo deixaria o time nas mãos do auxiliar Joubert. Alguns medalhões do ano anterior seriam dispensados ou menos utilizados, abrindo espaço para bons valores dos juvenis. Foi quando jogadores como Zico, Geraldo e Rondinelli se firmaram. E Arílson voltou a viver boa fase: titular de um Fla que fez ótima campanha na primeira fase (a segunda melhor entre 40 clubes), antes de sucumbir a desfalques na reta final, o ponteiro balançou a rede quatro vezes.
Seu último campeonato com a camisa rubro-negra seria o Carioca daquele ano, disputado no segundo semestre – e conquistado pelo Flamengo. Arílson disputaria apenas seis partidas, antes de parar até o fim do ano devido a uma fratura de clavícula. No ano seguinte, deixaria a Gávea seguindo para o Corinthians, onde não teria muitas chances. De lá, voltaria ao estado do Rio defendendo o Americano e o Volta Redonda, onde pendurou as chuteiras.
Muito tempo depois, Arílson foi chamado para trabalhar no Flamengo como olheiro e treinador da base. Durante quase 20 anos tornou real o sonho de outros garotos rubro-negros de se tornarem jogadores profissionais. Porque é preciso alimentar o ciclo para que a magia da identificação perdure.
Emmanuel do Valle é jornalista e pesquisador sobre a história do futebol brasileiro e mundial, e entende que a do Flamengo é grandiosa demais para ficar esquecida na estante. Dono do blog Flamengo Alternativo, também colabora com o site Trivela, além de escrever toda sexta no Mundo Rubro Negro.
Imagens utilizadas no post e redes sociais: Reprodução
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