Os 5 maiores jogos do Flamengo na década

29/12/2020, 15:06

Mundo Rubro Negro listou os maiores jogos do Flamengo nestes anos 2010

A década de 2010 chegou ao fim. Marcada pela reorganização financeira do Flamengo e o início de (uma esperada) nova era, os rubro-negros tiveram bons e maus momentos ao longo dela. Entretanto, grandes jogos não faltaram. Alguns entraram para a História, literalmente, e serão lembrados para sempre.

Entrando na máquina do tempo futebolística, o Mundo Rubro Negro listou os cinco maiores jogos do Flamengo nestes 10 anos. De Ronaldinho a Gabigol, não faltaram grandes memórias.

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Confira a lista com os maiores jogos:

5 – Junior Barranquilla 0 x 2 Flamengo – 30 de novembro de 2017

Depois de 16 anos (o time disputou a decisão da Mercosul 2001, caindo nos pênaltis para o San Lorenzo), o Flamengo estava novamente em uma final continental. Após vencer o Junior Barranquilla por 2 a 1 no Maracanã, o Rubro-Negro foi à Colômbia precisando apenas de um empate para ir à decisão da Copa Sul-Americana.

Sob comando do colombiano Reinaldo Rueda, a equipe contava com as crias do Ninho do Urubu que começavam a pedir espaços, como Lucas Paquetá e Felipe Vizeu. Contudo, o time sofreu no primeiro tempo.

Na segunda etapa, o Flamengo cresceu e se impôs. Substituindo Paolo Guerrero, suspenso por uma polêmica de doping em jogo do Peru pelas Eliminatórias, Vizeu abriu o placar logo no começo do jogo. Entretanto, o Barranquilla foi pra cima. Arão cometeu um pênalti que poderia ajudar o Junior a levar a partida para os pênaltis.

Aí surgiu o herói improvável. No lugar de Muralha, então muito contestado no clube, César ajudou no caminho para a decisão. Chará cobrou e o goleiro defendeu. Nos ascréscimos, novamente Vizeu ampliou e colocou ponto final na partida.

Local: Estádio Metropolitano Roberto Meléndez, em Barranquilla (Colômbia)

JUNIOR: Sebastián Viera, David Murillo, Rafael Pérez, Jorge Arias e Germán Gutiérrez (Barrera); Luis Naváez, Henry Matías Mier (Ovelar), Víctor Cantillo e Yony González (Diaz); Yimmi Chará e Teófilo Gutíerrez
Técnico: Julio Comesaña

FLAMENGO: César, Pará, Juan, Rhodolfo e Miguel Trauco; Gustavo Cuéllar, Willian Arão, Diego, Éverton Ribeiro (Márcio Araújo) e Lucas Paquetá (Rodinei); Felipe Vizeu (Mancuello). Técnico: Reinaldo Rueda

4 – Flamengo 1 x 0 Cruzeiro – 28 de agosto de 2013

Impossível que algum rubro-negro não se lembre desta partida das oitavas de final da Copa do Brasil. O Flamengo vivia uma forte reformulação em seu plantel e finanças. Com um time desacreditado, chegou ao Maracanã precisando bater o então melhor time do país, o futuro bicampeão brasileiro Cruzeiro.

No Mineirão, o Rubro-Negro, treinado por Mano Menezes, perdera por 2 a 1 pela partida de ida. Entretanto, Carlos Eduardo, contratação mais badalada à época e com desempenho abaixo do esperado até então, fez o gol qualificado que foi decisivo para o jogo de volta.

Faltando dois minutos para acabar a partida, o Flamengo empatava em 0 a 0 e estava sendo eliminado. Aos 43 minutos, a equipe fez uma ótima troca de passes e Paulinho achou Elias sozinho na meia lua. O volante chutou pro gol e fez história.

A vitória ganhou ainda mais importância pelo drama pessoal que o jogador vivia. Seu filho, Davi, passava por um problema de saúde que se arrastaria até as finais da competição. Mascote da torcida, o pequeno virou símbolo do novo Flamengo que surgia. Um dos maiores jogos da década.

Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

FLAMENGO: Felipe; Luiz Antonio, Chicão, Wallace e João Paulo; Victor Cáceres (Paulinho), Elias, André Santos (Hernane) e Carlos Eduardo (Adryan); Rafinha e Marcelo Moreno. Técnico: Mano Menezes

CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton, Lucas Silva, Everton Ribeiro (Martinuccio) e Ricardo Goulart; Willian (Leandro Guerreiro) e Borges (Vinicius Araújo). Técnico: Marcelo Oliveira

3 – Flamengo 5 x 0 Grêmio – 23 de outubro de 2019

Cincum? Talvez este seja o jogo mais emblemático da década rubro-negra. O time, que há alguns anos era vexame e passara por forte reestruturação, agora humilhava o Grêmio, ex-campeão da Libertadores. Palco de grandes momentos, o Maracanã viveu uma noite de gala e que mostrava o “outro patamar” tão citado por Bruno Henrique.

Antes do duelo contra o Flamengo, o técnico tricolor, Renato Gaúcho, falou bastante. Desde a provocação para o jogo até frases beirando a xenofobia, o treinador afirmava com todas as letras que o Grêmio “jogava o melhor futebol do Brasil”. Mas em campo foi bem diferente…

Após um empate em Porto Alegre por 1 a 1, onde o time de Jorge Jesus ainda teve um gol polêmico anulado e outros lances que já poderiam ter encaminhado a classificação, a volta foi um passeio. Com gols de Gabigol (2), Bruno Henrique, Pablo Mari e Rodrigo Caio, o jogo calou a arrogância de Renato e dos que ainda duvidavam daquele time.

Envolvente e muito letal, a equipe jogou todo o seu futebol e mais um pouco. Principalmente no segundo tempo, onde estraçalhou o Grêmio e fez o placar parecer até inferior ao que jogava. E assim, 38 anos depois, o Flamengo voltava a disputar uma final da Taça Libertadores.

No fim, restaram os memes: o semblante de incredulidade de Renato Gaúcho e o Jorge Jesus devolvendo a provocação com o antológico “cincum?”. Está para sempre entre os maiores jogos do Flamengo.

Local: Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)

FLAMENGO: Diego Alves, Rafinha , Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luís; Willian Arão, Gerson (Diego), Everton Ribeiro e Arrascaeta (Piris da Motta); Bruno Henrique (Vitinho) e Gabigol. Técnico: Jorge Jesus

GRÊMIO: Paulo Victor, Paulo Miranda, Geromel, Kannemann e Cortez; Maicon (Diego Tardelli), Matheus Henrique, Michel e Alisson (Thaciano): Everton e André (Pepê). Técnico: Renato Gaúcho

2 – Santos 4 x 5 Flamengo – 27 de julho de 2011

Talvez este seja o grande jogo no futebol brasileiro no século XXI. E está entre os maiores jogos do Flamengo. Aquela quarta-feira à noite era cercada por expectativas porque colocaria Ronaldinho Gaúcho e Neymar frente a frente. Duas gerações talentosas e em extinção. Contudo, nem o mais otimista poderia esperar que a Vila Belmiro seria testemunha de uma ode ao esporte bretão.

Válido pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro, a partida teve de tudo: golaços, lances históricos, viradas, polêmicas e craques. Em menos de 30 minutos, o Santos já vencia por 3 a 0. Neymar, com um gol antológico e que lhe renderia o Prêmio Puskas, deu o cartão de visitas.

Muitos rubro-negros já tinham desligado a TV e perderam a reação. Podendo aumentar o placar, Elano cobrou um pênalti com cavadinha, o goleiro Felipe defendeu e saiu fazendo embaixadinha. E a reação do Flamengo começou.Ronaldinho, Thiago Neves e Deivid empataram, jogando para o segundo tempo os grandes momentos.

Logo no começo da etapa final, Neymar novamente fez um golaço e ampliou. Entretanto, R10 resolveu mostrar que ele ainda era o dono do futebol. Com um gol de contra-ataque e outro sob a barreira, sua marca registrada, o Gaúcho saiu aclamado de campo.

O Flamengo venceu por 5 a 4. Mas pouco importa o placar. O que ficou para sempre foi o espetáculo do esporte que é a maior invenção do homem.

Local: Estádio Vila Belmiro, em Santos (SP)

SANTOS: Rafael; Pará, Edu Dracena, Durval e Léo; Arouca, Elano (Alan Kardec), Ibson e Paulo Henrique Ganso; Neymar e Borges. Técnico: Muricy Ramalho

FLAMENGO: Felipe; Léo Moura, Welinton (David Braz), Ronaldo Angelim e Junior Cesar; Willians, Luiz Antônio (Bottinelli), Renato Abreu e Thiago Neves; Ronaldinho e Deivid (Jean). Técnico: Vanderlei Luxemburgo

1 – Flamengo 2 x 1 River Plate – 23 de novembro de 2019

A Glória Eterna. Assim ficará conhecida a partida mais importante do Flamengo na década. O Rubro-Negro perdia por 1 a 0 do River Plate até os 43 minutos do segundo tempo e em três minutos virou o jogo e conquistou a segunda Libertadores de sua história após 38 anos.

Sem conseguir jogar todo o seu futebol no primeiro tempo, o time de Jorge Jesus foi para o intervalo perdendo por 1 a 0 e mal. Nenhuma das estrelas brilhavam. Mesmo em Lima, no Peru, a torcida rubro-negra nunca deixou de acreditar. Cantando e apoiando o jogo inteiro, parecia saber o final.

Parecia tudo acabado e a pressão de “ficar no cheirinho” de novo batia à porta. Gabigol não tinha acertado uma boa jogada até os 43 minutos. Foi quando Bruno Henrique dominou na frente da área e acionou Arrascaeta. O uruguaio se esticou e cruzou do outro lado para Gabriel empatar a partida.

Agora a pressão e o medo mudavam de lado. Superior e criando mais chances, o Flamengo foi pra cima determinado a fazer história. E fez. Três minutos depois, Gabigol recebeu um passe de quase 40 metros de Diego Ribas, ganhou de Pinola, dominou a bola e bateu no canto de Armani para fazer o gol do título.

Estava coroada a geração vitoriosa de 2019 e um dos maiores jogos da Libertadores. Jorge Jesus saía de Portugal e entrava para a história rubro-negra. Em meio aos prantos e o desafogo de 38 anos esperando a Libertadores, o maior jogo da década estava consumado.

Local: Estádio Monumental, em Lima (Peru)

FLAMENGO: Diego Alves, Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Mari e Filipe Luís; Willian Arão (Vitinho), Gerson (Diego), De Arrascaeta (Piris da Motta) e Everton Ribeiro; Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Jorge Jesus

RIVER PLATE: Franco Armani, Gonzalo Montiel, Martínez Quarta, Javier Pinola e Milton Casco (Paulo Díaz); Enzo Pérez, Nacho Fernández (Julián Álvarez), Exequiel Palacios e De la Cruz; Rafael Borré (Lucas Pratto) e Matías Suárez. Técnico: Marcelo Gallardo

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Bruno Guedes
Autor

Jornalista e Historiador, é apaixonado por futebol bem jogado. Já atuou na Rádio Roquette Pinto e como colunista no Goal.com. Siga no Twitter: @EuBrguedes